Olha aí. A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontraram na tarde de quinta-feira, dia 28, em Brasília, para discutir as estratégias de enfrentamento ao processo de impeachment que será votado pelos senadores nas próximas semanas.
Nesta sexta-feira, dia 29, a Comissão Especial do Impeachment do Senado vai ouvir a defesa da presidente, que será feita pelos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa; da Agricultura, Kátia Abreu, e pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Na quinta, os convidados da comissão são os autores da denúncia que deu origem ao processo contra Dilma.
Barbosa e Cardozo participaram da reunião de quinta com a presidente no Palácio da Alvorada, junto com os ministros da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini; e da chefia de gabinete da Presidência, Jaques Wagner.
Wagner levou para o encontro a carta que recebeu mais cedo de um grupo de senadores, na qual pedem apoio para a proposta de antecipar as eleições presidenciais para este ano com um mandato tampão até 2018 para o eleito.
Nos próximos dias, estão programadas manifestações contra o impeachment em diversas cidades brasileiras e Lula tenta convencer Dilma a comparecer a um dos eventos, em São Paulo, no próximo domingo, dia 1º.
Êta. Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram, nesta quarta-feira, dia 27, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), um pedido para que um dos principais integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, seja afastado das investigações que envolvem o petista. É que, segundo o procurador, uma linha de investigação aponta Lula como o chefe da quadrilha que roubou a Petrobras. Diário do Poder
Êta. A força-tarefa da Operação Lava Jato considera ter elementos para levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao banco dos réus, acusado de envolvimento com a organização criminosa que corrompeu e lavou dinheiro desviado da Petrobras – independente de qual instância ele será processado. O inquérito sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, interior de São Paulo, será a primeira acusação formal entregue à Justiça.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá ainda se Lula pode assumir o cargo de ministro da Casa Civil e se ele será denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), considerando o direito ao foro especial por prerrogativa de função, ou se as acusações poderão ser apresentadas pela Procuradoria, em Curitiba, diretamente ao juiz federal Sérgio Moro – dos processos em primeiro grau da Lava Jato.
Alvo em Curitiba de três frentes de apuração na Lava Jato – as outras duas envolvem o tríplex 164 A, da OAS, no Guarujá, e os pagamentos e repasses para o ex-presidente via sua empresa de palestras, a LILS, e para o Instituto Lula -, a que envolve o sítio de Atibaia é a mais robusta, na avaliação dos investigadores. Os inquéritos estão suspensos depois que ele foi nomeado ministro da Casa Civil pela presidente Dilma Rousseff, no dia 17 de março, e o tema foi levado ao Supremo.
A peça apontará a família do ex-prefeito de Campinas (SP) e amigo de Lula Jacó Bittar (PT) como “laranjas” na ocultação da propriedade, adquirida em 2010 pelo valor declarado de R$ 1,5 milhão. Os registros de escritura em nome dos donos oficiais, um “contrato de gaveta” em nome do ex-presidente e da mulher, Marisa Letícia, encontrado nas buscas e depoimentos dos investigados farão parte da acusação.
O compadre e defensor jurídico do ex-presidente Roberto Teixeira também será citado como parte da operação de formalização do negócio. Oficialmente a propriedade está registrada em nome de um dos filhos de Bittar, Fernando Bittar, e do empresário Jonas Suassuna – ambos sócios do filho de Lula. O registro de compra do imóvel foi realizado pelo escritório de Teixeira.
Com base nas notas fiscais localizadas nas buscas e apreensões, depoimentos colhidos e movimentações bancárias analisadas, a Lava Jato também vinculará os desvios de recursos na Petrobras à reforma executada no sítio e a manutenção de bens referentes a Lula. OAS, Odebrecht e o pecuarista José Carlos Bumlai serão vinculados aos serviços executados, como compensação por obras loteadas pelo cartel.
Em documento enviado ao STF, a defesa de Lula sustenta que o sítio foi comprado pelo amigo Jacó Bittar para convívio das duas famílias, após ele deixar a presidência, em 2011.
Ao Estadão, o defensor de Lula Cristiano Zanin Martins informou que o “MPF tem conhecimento, em virtude de provas documentais, de que (i) o sítio foi comprado com recursos provenientes de Jacó Bittar e de seu sócio Jonas Suassuna; (ii) que Fernando Bittar e Jonas Suassuna custearam, com seu próprio patrimônio, reformas e melhorias no imóvel; (iii) que Fernando Bittar e sua família frequentaram o sítio com a mesma intensidade dos membros da família do ex-Presidente Lula, estes últimos na condição de convidados”.
Pressão, pressão. O impeachment da presidente Dilma Rousseff no Plenário da Câmara foi marcada para a a partir das 2 da tarde deste domingo, dia 17. Nas ruas, grupos contrários e favoráveis ao governo Dilma fazem protestos desde sexta-feira, dia 15.
Um protesto na frente do hotel onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado em Brasília, terminou em parafernália no sábado, dia 16. Um manifestante a favor do impeachment de Dilma acusou os seguranças de Lula de agredi-lo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, dia 28, que o governo precisa fazer desonerações e adotar outras medidas para que a economia possa voltar a crescer, em uma aposta no potencial do mercado interno do país.
Lula, que ainda não pode assumir a Casa Civil devido a uma batalha judicial, disse em entrevista a correspondentes estrangeiros, em São Paulo, que quer participar das decisões do governo da presidente Dilma Rousseff, mesmo que seja na condição de conselheiro.
O ex-presidente disse ter convicção de que pode contribuir com o Brasil e acredita ser possível mudar o humor do país em poucos meses.
Impeachment
Lula voltou a defender Dilma e disparou contra os apoiadores do impeachment da presidente. “Impeachment sem base legal, sem crime de responsabilidade, é golpe”, disse Lula aos correspondentes. “É muito importante não brincar com a democracia.”
Dilma é alvo de pedido de abertura de processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados e que tem como base as manobras fiscais conhecidas como “pedaladas”. Os críticos do pedido de impedimento alegam que isso não é o bastante para configurar crime de responsabilidade.
Lula acusou a oposição a Dilma de impedir que a presidente governe e a mídia de criar um clima de ódio no país, que ele comparou com a situação vivida na Venezuela.
Grampos
O ex-presidente, que teve conversas interceptadas pela Polícia Federal em meio às investigações da Lava Jato e divulgadas pela Justiça, criticou o que chamou de “Big Brother” nos métodos investigativos da operação e defendeu as ações tomadas durante seu mandato, entre 2003 e 2010, para fortalecer a Polícia Federal e a liberdade de investigação.
Na véspera da reunião do diretório nacional do PMDB que discutirá se o partido desembarca ou não do governo, Lula disse ver com “certa tristeza” a possibilidades dos peemedebistas abandonarem o governo. Para ele, no entanto, ainda é possível um acordo que mantenha a legenda, a maior da base de apoio a Dilma, alinhada ao Palácio do Planalto.
Investigado pela Lava Jato, que apura um bilionário esquema de corrupção na Petrobras, Lula foi alvo da 24ª fase da operação e obrigado a prestar depoimento à Polícia Federal após o juiz federal Sérgio Moro emitir mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente.
Ministro
O ex-presidente é investigado por suspeitas envolvendo imóveis com ligações com empreiteiras que estão na mira da Lava Jato. O ex-presidente rejeita as acusações e nega irregularidades.
Lula tomou posse como ministro-chefe da Casa Civil no dia 17, mas até agora não conseguiu assumir em meio a uma enxurrada de ações espalhadas por diversos tribunais do país.
No Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes concedeu liminar suspendendo a posse um dia depois da cerimônia no Palácio do Planalto. O governo e a defesa de Lula recorreram. A questão ainda tem que ser analisada pelo plenário do Supremo.
Avaliação dele. João Carlos Bacelar, ex-líder do PTN na Câmara Federal, afirmou nesta segunda-feira, dia 28, que existem conversas entre o partido e o Palácio do Planalto para a manutenção do partido na base aliada de Dilma Rousseff – e para demover eventuais tendências de apoio ao afastamento da presidente. “[A bancada] Está discutindo. Para Bacelar, não é um assunto que una, é tenso. Eu acho que a maioria ainda é favorável ao impeachment, mas está se trabalhando”, relatou.
Nova tentativa. A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou novo recurso contra a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que barrou a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cargo de ministro da Casa Civil. No recurso, a AGU pede que Mendes reveja sua decisão ou remeta o caso ao plenário do Supremo.
Na petição, protocolada na noite de quinta-feira santa, dia 24, a AGU rebate as afirmações de Gilmar Mendes sobre suposta intenção do governo de nomear Lula para beneficiá-lo com o foro privilegiado em função das investigações da Operação Lava Jato. Para a Advocacia-Geral da União, o entendimento do ministro é equivocado e parte da premissa de que o Supremo é um lugar para proteção contra impunidade, o que não é verdade, segundo o órgão.
Olha aí. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, determinou na terça-feira, dia 22, que o juiz federal Sérgio Moro envie de volta ao STF as investigações da Operação Lava Jato que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil, porém, continua suspensa.
Teori Zavascki atendeu a um pedido do governo, que apontou irregularidades na divulgação de conversas telefônicas do ex-presidente. O ministro colocou ainda as gravações interceptadas na operação, que também envolveram a presidente Dilma Rousseff, em sigilo.
Para Zavascki, as investigações atingiram pessoas com foro privilegiado; sendo assim, a competência passa a ser da Suprema Corte.
A decisão de Teori inviabiliza, portanto, o que determinou Gilmar Mendes ao manter ações contra Lula nas mãos de Moro.
Pressão, pressão. O empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, que está preso há mais de nove meses, oficializou a decisão de acordo de delação premiada. Essa decisão permite antever a definitiva deterioração do governo Dilma Rousseff e principalmente do ex-presidente Lula, que é suspeito de manter relações inapropriadas com a empreiteira. Lula é suspeito inclusive de tráfico internacional de influência, a serviço da empreiteira.
Em nota, a Odebrecht confirmou a decisão, chamando-a de “colaboração definitiva”. Disse esperar que, com isso, que as revelações “contribuam com a Justiça brasileira” e promete “adotar novas práticas de relacionamento com a esfera pública”. Com informações do Diário do Poder
Êta. Na quarta-feira, dia 16, uma emissora de televisão brasileira divulgou as conversas gravadas entre a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, os números dos celulares dos dois também acabaram sendo revelados, o que fez diversas pessoas mandarem mensagens de ódio para eles.
Mas parece que no caso de Lula quem acabou “pagando o pato” foi a social media Carol Borges, de Campinas. Isso porque seu número de celular é parecido com o do ex-presidente, tendo como diferença apenas o último dígito.
Carol passou a receber mensagens com xingamentos e palavras de baixo calão em seu WhatsApp, todas direcionadas a Lula. Sem muito o que fazer, a moça criou um álbum em sua conta no Facebook para compartilhar as conversas com seus amigos.
“Ontem, algumas pessoas com dislexia numérica confundiram o meu número com o do ex-presidente Lula que apareceu no noticiário. Eis o resultado”, escreveu Carol.
O post acabou viralizando e já alcançou mais de 1,3 mil curtidas e 752 compartilhamentos.
Confira algumas das imagens:
Até a mãe de Carol mandou mensagem para ela (Foto: Reprodução/Facebook)
Vai e vem. Gilmar Mendes, ministro do STF, suspendeu nesta sexta-feira, dia 18, a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ministro chefe da Casa Civil. Lula tomou posse nesta quinta, dia 16. A decisão foi proferida em ação apresentada pelo PSDB e pelo PPS.
Na decisão, o ministro afirma ter visto intenção de Lula em fraudar as investigações sobre ele na Operação Lava Jato. O petista ainda pode recorrer da decisão ao plenário do Supremo.
Além de suspender a nomeação de Lula, Gilmar Mendes também determinou, na mesma decisão, que a investigação do ex-presidente seja mantida com o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância judicial.
Vixe. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou de Ministro Chefe da Casa Civil mais uma vez. Nesta sexta-feira, dia 18, o juiz federal substituto de Assis (SP), Luciano Tertuliano da Silva, aceitou um pedido de liminar para suspensão da nomeação do ex-presidente. O pedido foi feito como Ação Popular contra a presidente Dilma Rousseff por ter expedido decreto nomeando o ex-presidente para exercer o cargo de ministro. Assim como as outras liminares que barravam a nomeação e já foram derrubadas, o juiz explica que a nomeação trata-se de um ato administrativo nulo, pois concede ao nomeado o direito à prerrogativa de foro, enquanto investigado na Operação Lava Jato.
Êta. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) divulgou no início da madrugada desta quinta-feira, dia 17, uma imagem do termo de posse assinado somente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nota oficial, a Secom ainda informa que o termo foi o “objeto do telefonema mantido entre o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff”.
Para a Secom, a falta da assinatura da presidência Dilma Rousseff comprova que são verídicas as explicações sobre a ligação gravada e divulgada pela Polícia Federal na tarde de quarta-eira, dia 16. O documento, que não tem validade sem a assinatura de Dilma e, segundo o Palácio do Planalto, não serviria para evitar a prisão do ex-presidente, como tem sido divulgado, mas para ser utilizado na posse de Lula como ministro da Casa Civil – e que deve ser assinado pela presidente ainda na manhã desta quinta-feira, dia 17.
O comunicado também destaca que, no trecho da ligação em que Dilma diz “pra gente ter ele”, ela quer dizer para “o governo ter o termo de posse” caso o ex-presidente não consiga comparecer à cerimônia desta quinta. A nota ainda explica que, por isso, “o verbo não é ‘usa’ mas sim o governo usar o referido termo de posse”.
Depois da liberação de grampos entre Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Palácio do Planalto divulgou nota repudiando a ação do juiz Sérgio Moro; no comunicado, a Presidência afirma que tomará medidas cabíveis ao que chamou de “flagrante violação da lei e da Constituição da República.”
A nota também reitera a nomeação de Lula como ministro chefe da Casa Civil e relata que antecipará a cerimônia de posse para esta quinta-feira, dia 17 às 10h.
Leia a íntegra:
“Tendo em vista a divulgação pública de diálogo mantido entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre esclarecer que:
1 – O ex-presidente Lula foi nomeado no dia de hoje ministro-chefe da Casa Civil, em ato já publicado no Diário Oficial e publicamente anunciado em entrevista coletiva;
2 – A cerimônia de posse do novo ministro está marcada para amanhã (17) às 10 horas, no Palácio do Planalto, em ato conjunto quando tomarão posse os novos ministros Eugênio Aragão, ministro da Justiça; Mauro Lopes, Secretaria de Aviação Civil; e Jaques Wagner, ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República;
3 – Uma vez que o novo ministro, Luiz Inácio Lula da Silva, não sabia ainda se compareceria à cerimônia de posse coletiva, a Presidenta da República encaminhou para sua assinatura o devido termo de posse. Este só seria utilizado caso confirmada a ausência do ministro.
4 – Assim, em que pese o teor republicano da conversa, repudia com veemência sua divulgação que afronta direitos e garantias da Presidência da República.
5 – Todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas para a reparação da flagrante violação da lei e da Constituição da República, cometida pelo juiz autor do vazamento”.
Largou a joça. A liberação, pelo juiz Sérgio Moro, do sigilo de grampos autorizados no celular utilizado pelo ex-presidente Lula, revelou outro diálogo forte, além dos já divulgados até agora em que sugerem uma tentativa de obstrução de Justiça pela presidente Dilma Rousseff.
Para evitar depoimentos forçados ou prisão, Lula telefonou para Sigmaringa Seixas, uma espécie de assessor jurídico do petista, e sugeriu uma conversa, informal, com Rodrigo Janot. Sigmaringa responde que isso não adiantaria, que o melhor seria uma petição formal ao procurador-geral da República.
Lula diz que “esse cara se fosse formal não seria procurador-geral da República, teria tomado no c*, teria ficado em terceiro lugar (…) Quando eles precisam não tem formalidade, quando a gente precisa é cheio de formalidade”.
Diz ainda que “ele recusou quatro do Aécio [Neves] é aceitou a primeira de bandido do Acre contra mim”. Ao fim e ao cabo, menciona que essa é a gratidão dele por ser procurador-geral.
Olha a bomba. O juiz Sérgio Moro retirou nesta quarta-feira, dia 16, o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As conversas gravadas pela Polícia Federal incluem diálogo desta quarta, dia 16, com a presidente Dilma Rousseff, que o nomeou como ministro chefe da Casa Civil.
No despacho em que libera as gravações, Moro afirma que, “pelo teor dos diálogos degravados, constata-se que o ex-Presidente já sabia ou pelo menos desconfiava de que estaria sendo interceptado pela Polícia Federal, comprometendo a espontaneidade e a credibilidade de diversos dos diálogos”.
Moro afirma, ainda, que alguns diálogos sugerem que Lula já sabia das buscas feitas pela 24ª fase da Operação Lava Jato no início do mês.
Conversa com Dilma
– Dilma: Alô
– Lula: Alô
– Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
– Lula: Fala, querida. Ahn
– Dilma: Seguinte, eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!
– Lula: Uhum. Tá bom, tá bom.
– Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
– Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
– Dilma: Tá?!
– Lula: Tá bom.
– Dilma: Tchau.
– Lula: Tchau, querida.
Ouça:
Influência
O juiz diz que algumas em algumas conversas se fala, aparenetemente, “em tentar influenciar ou obter auxílio de autoridades do Ministério Público ou da Magistratura em favor do ex-Presidente”. Moro ressalta, porém, que não há nenhum indício nas conversas, ou fora delas, de que as pessoas citadas tentaram, de fato, agido “de forma inapropriada”.
“Em alguns casos, sequer há informação se a intenção em influenciar ou obter intervenção chegou a ser efetivada”, observa o juiz.
Um dos casos citados por Moro faz referência à Ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF), “provalvemente para obtenção de decisão favorável ao ex-Presidente na ACO 2822”. Na ocasião, Weber negou pedido apresentado pela defesa do ex-presidente para suspender duas investigações sobre um triplex em Guarujá (SP) e um sítio em Atibaia (SP) ligados a ele.
“A eminente Magistrada, além de conhecida por sua extrema honradez e retidão, denegou os pleitos da Defesa do ex-Presidente”, afirmou Moro.
Outro ministro que também aparece nos diálogos é Ricardo Lewandowski. “Há diálogo que sugere tentativa de se obter alguma intervenção do Exmo. Ministro Ricardo Lewandowski contra imaginária prisão do ex-Presidente, mas sequer o interlocutor logrou obter do referido Magistrado qualquer acesso nesse sentido”, consignou o juiz.
Moro afirma também que há menção ao recém nomeado Ministro da Justiça Eugênio Aragão, sobre quem Lula diz que “parece nosso amigo”, mas de quem reclama porque “este não teria prestado qualquer auxílo”.
O juiz registra no despacho que registrou essas referências “apenas para deixar claro que as aparentes declarações pelos interlocutores em obter auxílio ou influenciar membro do Ministério Público ou da Magistratura não significa que esses últimos tenham qualquer participação nos ilícitos”. Para Moro, porém, isso “não torna menos reprovável a intenção ou as tentativas de solicitação”.
Envio ao STF
Ao fim do despacho, Moro informa que, diante da notícia de que Lula aceitou convite para ocupar o cargo de ministro chefe da Casa Civil, as investigações serão enviadas ao Supremo Tribunal Federal. O material deve ser enviado após a posse, que está marcada para terça-feira (22).
Olha aí. Depois de dias de indecisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou ser ministro do governo Dilma. Após uma articulação para que o petista fosse ministro-chefe da Secretaria-Geral de Governo, Lula vai ocupar o cargo de ministro da Casa Civil. É a primeira vez que um ex-presidente da República vai virar ministro.
Com a entrada no governo, Lula passa a ter foro privilegiado. Com isso, ele será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não mais pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro.
A pasta que Wagner ocupará ainda não foi definida. Edinho Silva (Comunicação Social) também poderá trocar de ministério, segundo fontes que têm participado das negociações.
Contrariando especulações que surgiram nos últimos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, dia 9, que não pretende assumir nenhum ministério no governo Dilma. A informação é do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que recebeu o ex-presidente na residência oficial do Senado para um café da manhã com senadores de vários partidos da base aliada. O encontro durou cerca de três horas.
“Evidente que não temos informações sobre essa hipótese. Na conversa, ele disse que quer ajudar o Brasil e o governo e que, para fazer isso, não precisa ser nomeado ministro. Ele pode fazer de qualquer maneira”, afirmou Renan, ressaltando que Lula teria negado no encontro que tenha recebido convite nesse sentido da presidenta Dilma.
Ainda segundo Renan, durante o encontro Lula ouviu avaliações, desabafos e preocupações de parlamentares com a crise política e econômica do país e disse que está disposto a conversar com parlamentares da base e até da oposição.
Conforme o presidente do Senado, a conversa teve um tom de unidade para o enfrentamento da crise. Renan Calheiros adiantou que encontro semelhantes devem ser feitos com os ex-presidentes José Sarney e Fernando Henrique Cardoso.
Largou a joça. Para um dos mais ferrenhos opositores do governo federal, deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA), a operação da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta sexta-feira, dia 4, que pegou em cheio no ex-presidente Lula não foi recebida com surpresa. De acordo com líder tucano, os indicativos apontam que o Brasil vem sendo gerido por uma organização criminosa.
“Verdadeiramente não surpreende os brasileiros, porque toda investigação da Lava Jato já tinha indicação clara que chegaria na questão do ex-presidente Lula, face às denúncias de envolvimento com negociatas que aconteceram durante seu governo, e também após, com aquelas operações feitas no Instituto Lula”, relatou o parlamentar durante entrevista exclusiva ao apresentador Adelson Carvalho, no programa Sociedade Urgente, da Rádio Sociedade.
Conforme Imbassahy, o suposto vazamento da delação de Delcídio do Amaral estarreceram a nação. Questionado pelo apresentador sobre a veracidade das acusações, o deputado disse que a relação estreita do senador com Lula e Dilma reforçam o teor da delação veiculada na quinta-feira, dia 3. “Deve ser verdade o que diz Delcídio, e tudo indica (que é verdade), porque pela relação intima com Dilma e Lula a gente constata, lamentavelmente, que o Brasil estava sendo governado por uma organização criminosa. As denúncias são gravíssimas”, avaliou.
Olha a bomba. A Polícia Federal iniciou a 24ª fase da Operação Lava Jato nesta sexta-feira, dia 4.De acordo com a PF, a operação ocorre na casa do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo. O ex-presidente é alvo de um dos mandados de condução coercitiva e será obrigado a prestar esclarecimentos, segundo o delegado Igor Romário de Paula.
A operação foi batizada de “Aletheia” e é uma referência a uma expressão grega que significa “busca da verdade”. Po volta das 6h50, policiais estavam em frente ao Instituto Lula, em São Paulo.
Esta etapa é cumprida em três estados – São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Ao todo, foram expedidos 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva – quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.
De acordo com a PF, entre os crimes investigados nesta etapa estão corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros praticados por diversas pessoas no contexto de esquema criminoso revelado e relacionado à Petrobrás.