Olha aí. Nesta terça-feira, dia 30/7, em evento realizado no assentamento Lagoa e Caldeirão, em Vitória da Conquista, o Governo do Estado anunciou mais de R$ 100 milhões em investimentos para melhorar a vida de milhares de pequenos agricultores baianos. As ações focam em saúde, educação e incluem a entrega de 276 equipamentos para aumentar a produção e o escoamento da agricultura familiar.
Entre os itens entregues estão tratores com implementos agrícolas, microtratores, tanque-pipa, roçadeiras, grades aradoras, kits de irrigação e máquinas forrageiras. Essas entregas beneficiam os territórios de identidade no Sudoeste Baiano, Velho Chico, Vale do Jiquiriçá, Litoral Sul, Médio Rio de Contas, Extremo Sul, Costa do Descobrimento, Sertão Produtivo e Sertão do São Francisco.
Delícias juninas. Milho, amendoim, bolos, laranja e muitas outras comidas típicas estão presentes na mesa de baianos e baianas no São João e no São Pedro. Além das tradicionais comidas típicas e danças folclóricas, uma tradição que ganha destaque é a produção artesanal de licores pela agricultura familiar, que dão um toque a mais de sabor e qualidade nos festejos juninos da Capital e do Interior da Bahia.
Diretamente de Juazeiro, os licores Aromas da Caatinga, da Cooperativa Agropecuária Familiar de Massaroca e Região (Coofama), produzidos por mulheres da comunidade Curral Novo e Jacaré, têm como diferencial o umbu e tamarindo, frutas cultivadas de forma sustentável.
“São mais de 10 anos de produção e, a cada ano, a produção é maior. Agora em 2024, estamos produzindo na unidade de beneficiamento de frutas até em dia de domingo para cumprir as encomendas. Nós vendemos os licores o ano inteiro, mas no São João, é tudo multiplicado”, celebrou a agricultora Clarice Evangelista. A unidade de beneficiamento de frutas foi construída por meio do projeto Pró-Semiárido, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).
Já no Sul do Estado, o destaque é a produção do licor de mel de cacau da Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidaria da Bacia do Rio Salgado e Adjacências (COOPFESBA), da marca Bahia Cacau. “Fazemos a produção dos licores de pimenta, jenipapo, maracujá, gengibre, mas o licor de mel de cacau é o mais procurado. A venda é o ano inteiro, mas neste São João, a nossa expectativa é de aumento de 50%”, comentou o presidente da Coopfesba, Osaná Crisóstomo.
Licores de umbu, maracujá, maracujá-da-caatinga, jabuticaba, abacaxi e licuri. A diversidade marca a produção dos Licores Monte Sabores, produzidos pela Associação Comunitária dos Agricultores Familiares de Tapera, em Monte Santo. Segundo a agricultora Maria Cleonice dos Santos, os mercados da região já conhecem a qualidade desses licores. “O diferencial dos nossos licores é que eles são produzidos a partir das frutas nativas da região. Então, a nossa alegria é grande por estar comercializando esses licores pela Bahia”, disse Cleonice.
Em Bom Jesus da Lapa, a Casa do Licor Formoso – Sítio Santa Rita já é reconhecido como tradicional na região. A produção é da agricultora Rita Teixeira, da Associação das Mulheres Campesinas de Serra do Ramalho e Cidades vizinhas. Além do sabor dos licores de banana, pimenta, hibisco e rapadura, Rita destaca que agrega valor ao produto com o artesanato da fibra de bananeira. “Os licores são sem conservantes, produção própria e ainda faço capas e caixinhas para eles com a fibra de bananeira”, comenta Rita.
Esses e outros licores podem ser encontrados no Empório da Agricultura Familiar, no Mercado do Rio Vermelho, em Salvador e em outros espaços de comercialização da agricultura familiar pela Bahia.
Licores da Agricultura Familiar – Mais informações
Licores Aromas da Caatinga: (74) 99931-5894 (Juazeiro)
Licores Monte Sabores: @grupojuventudeacaminho (Instagram) e (75) 998251481 (Monte Santo)
Licores Bahia Cacau: @bahiacacau (Instagram) e www.bahiacacau.com.br
Licores Santa Rita: (77) 99702-7309 (WhatsApp) e @ritadecassia.teixeira (Instagram)
Olha aí. Com 70% da sua área no semiárido e 700 mil famílias vivendo da agricultura familiar, a Bahia detém uma diversidade de sabores potencializados pelas mais de 420 agroindústrias espalhadas pelo Estado. Elas são responsáveis pela exportação para a Europa de 12 toneladas de 54 produtos de cooperativas da agricultura.
Para fortalecer a maior agricultura familiar do País, somente em 2023 foram investidos R$ 41 milhões, promovendo a segurança alimentar, gerando emprego e renda, alavancando a comercialização e a diversificação de produtos e apoiando pequenos agricultores, povos e comunidades tradicionais e assentados da reforma agrária. Os investimentos na agricultura familiar, entre o período de 2015 e 2024, já somam mais de R$ 4,2 bilhões.
A produção agroecológica baiana, baseada no respeito à natureza, é referência para outros países e estados. Um exemplo são os mais de 2,1 mil produtos com a certificação do Selo de Identificação de Produtos da Agricultura Familiar (SIPAF).
Ater
Outro exemplo são as chamadas públicas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). Por meio dos editais ATER Biomas, ATER Agroecologia e Ater Mulheres, os investimentos superam R$ 14,7 milhões, beneficiando 57.230 mil pessoas nos 27 territórios de identidade do estado. E em 2024 foi lançado o Edital ATER Bahia Sem Fome, com valor de mais de R$ 183 milhões, beneficiando cerca de 16.730 mil pessoas em 255 municípios.
Acesso à terra
Entre os anos de 2023 e 2024, 130 municípios foram contemplados com a emissão de 861 Títulos de Terra Individuais emitidos pelo Governo da Bahia, somando-se a três Títulos Coletivos emitidos para comunidades remanescentes quilombolas. Os investimentos ultrapassam o valor de R$ 1,3 milhões.
Garantia Safra
Mais de 60 mil agricultores familiares baianos, em 224 municípios, que aderiram ao programa Garantia-Safra na colheita 2022/2023 e sofreram perdas de safra, entraram na folha de pagamento de abril de 2024. Cada família recebeu R$ 1,2 mil, impulsionando a economia local. O Governo da Bahia é o único estado a subsidiar 50% dos aportes municipais e das contribuições dos agricultores familiares.
Mercados Municipais
Outro vetor de desenvolvimento da agricultura familiar é o investimento na construção e requalificação de mercados municipais em toda a Bahia, 45 mercados municipais foram entregues pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) entre os anos de 2023 e maio de 2024. Foram beneficiados municípios como Tanquinho, Lamarão, Malhada de Pedras, Caetanos, Poções, Cordeiros, Bonito, Vereda e Macajuba, visitados pelo governador do estado. Nos últimos 8 anos, foram contemplados 186 municípios, com um investimento de R$ 200 milhões.
Alimentação escolar
Mais de 280 produtos regionais exclusivos da agricultura familiar foram introduzidos a preços justos e atualizados na alimentação escolar. Editais no valor de R$ 8,2 milhões estão beneficiando 157 unidades escolares onde estudam cerca de 100 mil alunos da rede estadual de ensino.
Nossa agricultura. A vida está muito melhor para os agricultores e agricultoras familiares do Litoral Norte e Agreste Baiano. Na quinta-feira, dia 22/2, o Governo do Estado inaugurou o galpão de frutas e verduras do Mercado Municipal de Alagoinhas.
A nova estrutura vai beneficiar 200 famílias de feirantes com barracas adequadas, pavimentação e cobertura. Essas intervenções garantem conforto e segurança aos feirantes, comerciantes e aos consumidores, além de melhores condições de comercialização dos produtos da agricultura familiar, de forma segura e higiênica.
O diretor-geral da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Alexandre Simões, ressaltou os benefícios do novo equipamento. “É um centro comercial muito forte na região, que movimenta a economia com a participação de 100 mil pessoas neste espaço, especialmente nos fins de semana. A estrutura representa mais dignidade e melhores condições sanitárias para quem vende e quem vai em busca da diversidade da nossa agricultura familiar”, alinhavou.
O novo galpão de frutas e verduras faz parte da estratégia do Governo do Estado, executada por meio da CAR, empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), de construção e requalificação de mercados municipais por toda a Bahia. O objetivo é qualificar a comercialização dos alimentos produzidos pela agricultura familiar e dinamizar a economia dos municípios.
No total, supera 175 mercados municipais estão sendo requalificados e em fase de construção por toda a Bahia. Destes, 82 já foram entregues.
Se ligue. Através da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), a produção de ovos por meio da criação de galinha caipira tem se tornado uma fonte significativa de renda para os agricultores familiares do Assentamento Jiboia, na comunidade de Salinas, Cidade de Senhor do Bonfim. Nessa Cidade, foram investidos mais de R$ 330 mil em projetos de beneficiamento do sistema de produção da ave, a partir da construção de galinheiros e equipamentos para uso comunitário, como máquinas forrageiras e chocadeiras.
A Central das Associações da Agricultura Familiar do Território do Piemonte Norte do Itapicuru recebeu apoio do programa Bahia Produtiva a partir do Edital 01 e, especificamente na Comunidade de Salinas, foram construídos 20 galinheiros e adquiridos diversos equipamentos e máquinas, incluindo uma máquina forrageira, uma chocadeira coletiva e outros equipamentos individuais, como comedouros, bebedouros, carrinhos de mão, entre outros recursos essenciais.
O engenheiro agrônomo e assistente territorial do projeto Bahia Produtiva, Ailton Almeida, explica que “20 famílias foram contempladas com a construção de galinheiros equipados, que ajudam a melhorar esse sistema produtivo na região de Salinas. Com os investimentos na comunidade, a gente vê a felicidade das famílias, o aumento de renda desses beneficiários, trazendo desenvolvimento direto para o agricultor familiar, que está sempre trabalhando e levando alimento de qualidade para a mesa dos baianos”.
‘A vida toda labutei com as coisas dos outros, hoje estou lubutando com os meus’. Dona Evanilde, também conhecida como Nita, é moradora do assentamento Jiboia e trabalhou a vida toda na pecuária, mas sempre nas fazendas ou roças dos outros. Hoje ela fala orgulhosa sobre sua autonomia na criação de galinha e gado de leite. “Estou estudando e aplicando na prática. O negócio de criar aves é o melhor ramo do mundo. Quem disser que isso aqui não ganha dinheiro, está enganado. Se eu soubesse que esse negócio era tão bom, já estava há muito tempo nele”.
Nita conta com a criação de 100 galinhas e no tempo de estiagem sustenta a casa e o gado com o valor da venda de ovos que, segundo ela, “ainda não está na alta produção, está na metade, mas eu quero chegar no pico, com fé em Deus, e ter 100 dúzias de ovos por dia”.
O secretário de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, esteve visitando os estabelecimentos reforça a importância de projetos que geram renda e autonomia de famílias no campo. “É emocionante ver como a nossa agricultura familiar é forte e sólida. Alinhando investimentos em equipamentos e estruturas como essas aos serviços de extensão rural e assistência técnica, as famílias do campo conseguem ampliar a renda, gerar negócios e garantir autonomia”.
Os projetos Bahia Produtiva e Pró-Semiárido são executados pela CAR, empresa pública ligada à SDR, e contam com cofinanciamento do Banco Mundial e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), respectivamente.
Trabalho no campo. Agricultores familiares das Cidades de Cocos e Jacobina foram beneficiados com 50 mil e 40 mil mudas de palmas forrageiras doces ou miúdas, respectivamente, frutos de uma ação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) executada através das Superintendências de Agricultura Familiar (SUAF) e de Assistência Técnica Extensão Rural (Bahiater) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).
Ao todo, nas duas Cidades, 90 famílias foram beneficiadas. Essa distribuição é uma estratégica socioprodutiva que busca promover a segurança alimentar dos rebanhos bovinos, caprinos e ovinos, além proporcionar reserva de alimentos para os períodos de estiagem.
“A SUAF, em parceria com a CAR, vem trabalhando para atender a um compromisso assumido pelo Governo do Estado, que é o de fortalecer os Sistemas Produtivos da Agricultura Familiar. Essas distribuições de mudas de palmas irão contribuir para o aumento da quantidade e qualidade dos materiais propagativos disponibilizados. Importante dizer que essas mudas são resistentes a cochonilha do carmim, o que garante a segurança produtiva para os agricultores familiares”, explica o titular da SUAF, Euzimar Carneiro.
De olho. O governo da Bahia está promovendo licitação para a compra de café e açúcar provenientes da agricultura familiar. A iniciativa, executada através das Secretarias do Desenvolvimento Rural (SDR), da Administração (SAEB) e do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE), tem como objetivo valorizar e incentivar a inclusão social dos produtores familiares, que muitas vezes enfrentam dificuldades para acessar mercados.
Com um investimento estimado em cerca de R$ 3,2 milhões, a aquisição representa um passo significativo no fortalecimento das famílias agricultoras e na promoção do desenvolvimento sustentável. Além disso, ao adquirir produtos da agricultura familiar para abastecer órgãos governamentais e instituições públicas, o governo também promove uma alimentação mais saudável e de qualidade.
“Essa é uma construção coletiva, onde apontamos a importância que a agricultura familiar tem para o estado e a SAEB direcionou as oportunidades de acesso a mercado a partir das compras institucionais. Com isso, oportunizamos agregação de renda às famílias e ainda trazemos qualidade e economicidade ao Estado a partir do registro de preço do café e açúcar. É o primeiro passo de uma construção maior para implementação de um programa estadual de compras institucionais das mãos da agricultura familiar e economia solidária”, explica o Superintendente de Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Euzimar Carneiro.
“Essa iniciativa do governo da Bahia não apenas fortalece a economia local e promove a inclusão social, mas também contribui para a preservação do meio ambiente, a valorização da cultura regional e a oferta de alimentos saudáveis para a população em geral”, ressalta o secretário de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso.
O Edital na modalidade de pregão eletrônico contempla um tratamento diferenciado para microempresas, empresas de pequeno porte, sociedades cooperativas, agricultores familiares, produtores rurais pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEI). As informações completas podem ser acessadas nos portais www.licitacoes-e.com.br e www.comprasnet.ba.gov.br. O período para recebimento de propostas vai de 11 de julho de 2023, às 8h30, até 13 de julho de 2023, às 9h30, e a sessão pública está programada para iniciar às 14h do dia 13 de julho de 2023.
Boa iniciativa. Na quinta-feira, dia 1º/6, representantes da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) participaram de uma videoconferência com o objetivo de apresentar a nova ação da empresa, Raízes da Bahia. Essa iniciativa faz parte do projeto da CAR, Bahia que Produz e Alimenta, previsto para iniciar sua execução no segundo semestre de 2023.
O evento virtual reuniu diversos parceiros envolvidos no desenvolvimento da mandiocultura, como agentes financeiros, movimentos sociais, cooperativas, redes de ensino, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Federação dos Consórcios Públicos da Bahia (Fecbahia), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), entre outros representantes da agricultura familiar. O objetivo principal foi discutir o arranjo institucional necessário para promover o sistema produtivo da mandioca na Bahia.
Segundo o diretor-presidente do CAR, cerca de 83% dos 125.721 estabelecimentos que trabalham com mandioca no estado são da agricultura familiar. “A ação Raízes da Bahia tem como meta ampliar a renda da participação na média de 30 mil unidades de produção familiar que cultivam mandioca. A expectativa é aumentar o valor de R$ 8.197,27 por ano para R$ 32.547,75 até dezembro de 2026”.
O Raízes da Bahia busca não apenas aumentar a renda dos agricultores familiares, mas também fortalecer toda o sistema produtivo da mandioca. Isso inclui desde o apoio com serviço de assistência técnica e extensão rural (ATER) para o manejo adequado da cultura a busca por novos mercados e oportunidades até a comercialização. A expectativa é que essa ação traga efeitos significativos, promovendo o crescimento econômico e social das comunidades rurais envolvidas na produção de mandioca no estado.
Durante a videoconferência, os participantes compartilharam experiências, discutiram desafios e traçaram estratégias para o desenvolvimento sustentável da mandiocultura na Bahia. A parceria entre diferentes atores envolvidos demonstra o compromisso com a agricultura familiar e de promover a inclusão produtiva no Estado.
Importante. Cooperativas de Laticínios da agricultura familiar desempenham grande papel na nutrição de adultos e crianças, além de serem importantes vetores de desenvolvimento sustentável e geração de renda para o campo. Uma prova disso é a experiência da Cooperativa Agropecuária do Giló (Coopag), que hoje conta com 250 associados oriundos da agricultura familiar, responsáveis pela produção e beneficiamento de até 70 mil litros de leite por dia.
A Coopag fica na Cidade de Várzea Nova e a nível não só regional, como também estadual, é responsável por agregar valor à cadeia produtiva do leite, ofertando alimentos de qualidade a preço justo. Dentro do catálogo dos produtos, seus queijos, iogurtes, pão de queijo e manteigas já caíram no gosto popular e estão presentes nas mesas dos baianos.
“Nossos produtos estão chegando a 100 Cidades da Bahia, mas queremos expandir para as 417. Hoje nós temos quatro produtos que só a Coopag produz: iogurtes de umbu, licuri, café e abacaxi. Temos também vários queijos e a nossa manteiga é considerada a melhor da Bahia”, conta Ronaldo Carneiro, presidente da cooperativa.
São mais de R$ 4 milhões investidos pelo Governo do Estado para aquisição de equipamentos, estruturação de queijaria, ampliação e modernização de laticínio, além de serviços de assistência técnica e extensão rural (ATER). A cooperativa é assistida pelo Bahia Produtiva, projeto da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) em parceria com o Banco Mundial.
Curiosidade. Os produtos derivados do licuri estão alcançando cada vez mais mercados. Azeite de licuri, cerveja de licuri, licuri caramelizado, balas de licuri e outros saborosos produtos estão chegando aos centros de comercialização dentro e fora do estado. As inovações, que já são referência da agricultura familiar baiana, são da Cooperativa Regional de Agricultores (as) Familiares e Extrativistas da Economia Solidária (Coopersabor), do município de Monte Santo, que registrou faturamento recorde de R$ 2 milhões e 400 mil em receita bruta no ano de 2022.
O presidente da cooperativa, Charles Conceição, celebra os dividendos que impactam na renda de mais de 100 famílias agricultoras da região. “Considero um recorde na comercialização. Nós nunca chegamos a esse valor. Com todo o nosso esforço e resultados dos investimentos proporcionados pelo Governo do Estado, conseguimos fazer essa comercialização bem significativa. Temos uma perspectiva de aumento de 30% para 2023, para melhorar ainda mais a vida dos agricultores e das agricultoras”. Por meio do projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Bahia Produtiva, foram investidos recursos da ordem de R$ 7,3 milhões na Coopersabor.
Esse balanço reforça a perspectiva de novos avanços para agricultores e agricultoras familiares de Monte Santo e de todo o território Sisal. Enquanto se consolida em mais mercados com os derivados de licuri, a cooperativa se prepara para iniciar a produção em novas agroindústrias, como a de beneficiamento da caprinocultura de leite, devido à alta demanda de caprinos, e de corte, também com ovinos, fortalecendo a atividade que já é tradicional na região.
“A fábrica de polpas de frutas que funciona desde 2019 passou por uma readequação com a mudança para a nova linha de equipamentos. Temos três fábricas de doces sendo construídas pelo Bahia Produtiva, em associações ligadas à cooperativa, e uma fábrica de oleaginosas que irá absorver e extrair o máximo de óleo de licuri, principal matéria-prima dos nossos produtos. Também estamos com uma demanda de um projeto de abatedouro de pequeno porte voltado à ovinocaprinocultura de corte para atender à região”, ressaltou Charles.
A proposta do abatedouro foi apresentada ao diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, na terça-feira, dia 17/1. Na reunião ficou acordado que será realizado um levantamento para analisar a capacidade de produção de caprinos e ovinos na região.
O Bahia Produtiva é um projeto executado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Banco Mundial.
Boa ideia. Salvador vai ganhar um Empório da Agricultura Familiar. O estabelecimento será inaugurado no dia 17 de dezembro, no Mercado do Rio Vermelho, localizado no coração da capital baiana, e contará com produtos de toda a Bahia, cultivados de forma agroecológica e com sustentabilidade.
O Empório da Agricultura Familiar funcionará como loja boutique e como bar/restaurante e será um ponto de referência tanto para a alta gastronomia quanto para a população baiana que frequenta o Mercado.
A implantação do espaço, que conta com 138 metros quadrados, é uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), e será gerido pela Federação de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado da Bahia – Federação Unicafes Bahia.
Segundo o diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, a inauguração da loja e restaurante no Mercado do Rio Vermelho, um local de tradição de compras de produtos originários da Bahia, demonstra mais uma vez que a agricultura familiar vem marcando forte presença no grande mercado da região metropolitana de Salvador. “Uma oportunidade de os empreendimentos comercializarem diretamente suas produções beneficiadas e demonstrar o quanto existe de riquezas no estado, o quanto que a agricultura familiar é pujante, diversificada, multiativa e que pode trazer para comercializar em Salvador esses produtos, apoiando o desenvolvimento dos municípios”.
Para a presidente da Unicafes Associação e da Federação Unicafes, Regina Dantas, é muito importante abrir mais um espaço de comercialização para os produtos da agricultura familiar. “Graças aos investimentos feitos pelo Governo do Estado, através da SDR/CAR, nossas cooperativas já têm uma quantidade, com qualidade, de produtos com condições de acessar mercados. E, quanto mais forem os espaços para esses produtos, mais vamos gerar renda para os produtores e fortalecer a organização social, em especial o cooperativismo da agricultura familiar e da economia solidária. Ter uma loja dentro do Ceasa do Rio Vermelho, em Salvador, é a realização de um sonho que é produzir, beneficiar e comercializar. Estamos realizando nossos sonhos”.
A inauguração do Empório acontece em paralelo à realização da 13ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, que acontece de 14 a 18 de dezembro de 2022, no Parque Costa Azul, na orla marítima de Salvador com a comercialização de 2.293 produtos, de 209 empreendimentos da agricultura familiar de todas as regiões do Estado, além de gastronomia, atrações culturais e muito mais.
O 24º Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF), um dos mais visitados durante a 45ª Expointer, terminou no domingo, dia 4/9, com recorde de vendas e público. Segundo estimativa divulgada pelos organizadores do evento, durante nove dias, 337 expositores de 166 municípios comercializaram R$ 8.106.105,43 milhões.
O PAF é resultado da parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS (Seapdr/ RS) e outras entidades do setor (UFF/RJ, Fetag/RS, Emater/ RS, Fetraf Sul e Via Campesina). O pavilhão tornou-se a principal ação comercial do Ministério voltada a este público no país.
O total de negócios durante a 45ª Expointer chegou a R$ 7.145.626.026,21 representando um crescimento de 164,67% em relação a 2019, o último em que a feira ocorreu com presença totalmente liberada de público. Destaque ainda para o número de visitantes desta edição, o maior registrado até hoje. Até as 13h30 de domingo (4), 742 mil pessoas estiveram na feira desde o seu início. Em 2019, foram 416 mil.
Entre os empreendimentos que comemoram as vendas está a primeira agroindústria de Porto Alegre, a Chácara Vila Nova Orgânicos. A maior produtora de morango orgânico do município e a primeira da agricultura familiar a produzir sorbet orgânico, sem glúten e sem lactose do país. Os produtores Luci Mara Silva Almeida e Obirajara Souza Almeida participaram pela segunda vez da Expointer e conseguiram comercializar o dobro dos produtos (geleias, sucos e molhos) comparado à edição do ano passado. “Trouxemos o sorbet de morango, uva e cacau para apresentar para o grande público e foi um verdadeiro sucesso. Vendemos 147 quilos na estreia do produto na feira”, comemora Luci.
O tricampeão da 10ª edição do Concurso de Produtos da Agroindústria Familiar, na categoria salame tipo italiano (2017, 2021 e 2022), Embutidos Fioresi, também festejou o sucesso de vendas. “As vendas superaram nossas expectativas. Vendemos 30% a mais que a do ano passado”, afirmou o proprietário, Edgard Fioresi, 47 anos.
Selo da Agricultura Familiar
Durante os nove dias de feira, no Pavilhão da Agricultura Familiar, o estande do Mapa recebeu expositores e agricultores que desejavam solicitar o Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf) e tirar dúvidas. Ao todo, 60 produtos foram cadastrados na Vitrine da Agricultura Familiar.
O Senaf identifica a origem e fornece as características dos produtos da agricultura familiar, tendo por finalidade o fortalecimento das identidades social e produtiva dos vários segmentos da agricultura familiar perante os consumidores e o público em geral.
Ao solicitar o Selo, cada organização da agricultura familiar, associação ou cooperativa, terá um login e senha para cadastramento e/ou alteração nas páginas de produtos da Vitrine da Agricultura Familiar. A Vitrine da Agricultura Familiar é uma iniciativa da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF/ Mapa) que tem como propósito ampliar a visibilidade dos produtos de organizações econômicas do segmento.
Cadastro Nacional da Agricultura Familiar
Também no Pavilhão da Agricultura Familiar, servidores do Mapa prestaram atendimento aos agricultores e técnicos das entidades do estado para esclarecer dúvidas sobre o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). O cadastro é a principal ferramenta do agricultor familiar para o acesso a ações, programas e políticas públicas voltadas para a geração de renda e o fortalecimento da agricultura familiar.
A partir de 1º de novembro, conforme Portaria nº 174, de 28 de junho de 2022, o CAF será o único instrumento utilizado para identificar e qualificar as Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPA), os empreendimentos familiares rurais e as formas associativas de organização da agricultura familiar. As Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAPs) ainda continuarão válidas até o fim da sua vigência.
Oha aí. Depois de dois anos atípicos em função da pandemia da Covid-19, a 45ª Expointer ficará marcada pelo reencontro e pela confraternização. Em 2020, a feira foi no formato digital. No ano passado, ocorreu com restrições para evitar o contágio. Neste ano, o público voltou a marcar presença todos os dias nos estandes e pavilhões. Até a sexta-feira (2), mais de 440 mil pessoas já tinham passado pelo Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, Rio Grande do Sul.
O Pavilhão da Agricultura Familiar, um dos mais visitados, já comercializou mais de R$ 5 milhões durante esses sete dias. Sendo a soma dos resultados das agroindústrias (R$ 634.745,87), cozinhas (R$ 63.986,83) e artesanato, plantas e flores (R$ 121.002,00). Em relação ao mesmo período de 2021, houve um acréscimo de 226%.
“A Expointer tornou-se o maior evento de promoção comercial apoiada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo. É considerado de grande porte e com o histórico de valores de comercialização que superam os valores de investimentos previstos pela pasta. A expectativa é de grande visitação para este último fim de semana do evento”, afirmou o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Márcio Cândido.
O Pavilhão da Agricultura Familiar conta com 337 empreendimentos, entre queijos, salames, cucas, pães, geleias, doce de leite, iogurtes, erva mate, sucos, vinhos e cachaças, além de flores e artesanato.
Interessante. Um mix de alimentos da agricultura familiar, produzido no Território Sudoeste Baiano, pode ser degustado e adquirido durante a 2ª Expo Belo Campo, que começou quarta-feira, dia 16/2, e segue até o domingo, dia 20/2, no Espaço de Eventos Dariel Ferraz, no município de Belo Campo.
Produtos como beiju, biscoito, mel, queijo, café, ovos, galinha caipira, doces e cachaça, além de verduras, hortaliças, frutas e artesanatos, estão sendo expostos e comercializados em mais de 70 barracas doadas pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
O secretário da SDR, Josias Gomes, prestigiou a abertura oficial do evento e destacou que Belo Campo desponta no cenário estadual, como um município promissor no segmento da agricultura familiar, principalmente na produção de leite.
“A Expo Belo Campo é um evento extraordinário que só confirma o protagonismo da cidade, no que se refere ao desenvolvimento rural. Vimos que a produção de mandioca está em crescimento e há um aumento na produção de leite, por meio do melhoramento genético do rebanho. Também pudemos ver de perto a diversidade de produtos rurais que estão sendo vendidos nas barracas. Tudo isso é sensacional, pois alavanca a economia local e territorial, proporcionando mais renda e dignidade para os agricultores familiares”, afirmou o titular da SDR.
O Governo do Estado, por meio da SDR/CAR, já investiu mais de R$ 3 milhões no município de Belo Campo. Os recursos repassados para associações, cooperativas e Prefeitura Municipal, são oriundos de projetos como o de Mecanização Rural, Rotas Produtivas e Bahia Produtiva.
De acordo com o prefeito do município, José Henrique Tigre (Quinho), “Belo Campo está num ciclo de desenvolvimento, e o apoio do Governo da Bahia nos ajuda a fomentar a agricultura familiar e a pecuária de leite. Nós temos pequenas propriedades que geram riqueza para o povo e contribuem muito para a nossa economia”.
Exposição
A 2ª Expo Belo Campo acontece até domingo (20) e reúne o segmento agropecuário e comercial do Sudoeste Baiano, sendo um espaço para novas oportunidades de negócios, incluindo torneio leiteiro e copa de marcha, além de cursos, palestras e leilões.
Mônica Ferraz, integrante do Grupo de Economia Solidária do município de Tremedal, informou que está expondo produtos de 40 famílias agricultoras e que a Expo Belo Campo além de gerar renda, contribui para autonomia dos homens e mulheres que vivem no campo. “Essa exposição fortalece a agricultura familiar e empondera o nosso povo. Trouxemos doce de leite, banana de diversas qualidades, limão, abóbora, quiabo, hortaliças, frutas e outros alimentos, todos produzidos de maneira natural e benéfica para saúde”.
Atenção agricultor. Identificar e qualificar os agricultores familiares para o acesso às ações, programas e políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento e fortalecimento da agricultura familiar. Esse é o objetivo do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), que substituirá, de forma gradativa, a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). As condições e os procedimentos para inscrição no novo modelo de registro foram publicados na Portaria 242 na edição da terça-feira, dia 9/11, do Diário Oficial da União.
O produtor familiar que ainda tiver uma DAP válida não precisa substituir o documento imediatamente. As declarações emitidas até a data de disponibilização do serviço de inscrição no CAF permanecerão validas até o final de sua vigência. A partir daí, então, o agricultor fará a inscrição no CAF em caráter permanente, sendo a validade do seu registro renovada a cada dois anos.
O secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), César Halum, explica que o CAF, de imediato, possibilitará o acesso de 3,3 milhões de agricultores familiares a essas ações, programas e políticas públicas.
“Além disso, o Cadastro ampliará de forma significativa a participação daqueles que hoje têm maior necessidade de inclusão, podendo, inclusive, orientar a proposição de novas políticas mais adequadas à diversidade da realidade do meio rural brasileiro”, afirmou.
A agricultura familiar tem papel de destaque no agronegócio brasileiro, sendo responsável por grande parte dos alimentos produzidos e consumidos no Brasil. O último Censo Agropecuário (IBGE/2017) aponta que 77% dos estabelecimentos agropecuários do país são da agricultura familiar e que representam 23% de toda a produção agropecuária nacional, empregando cerca de 67% do total de pessoas ocupadas no setor.
Como funciona o CAF?
O CAF é o instrumento da Política Nacional da Agricultura Familiar, instituído pelo Decreto nº 9.064, de 2017 , logo a inscrição no CAF é requisito básico para o acesso a todas as políticas públicas de apoio e incentivo à produção agrícola familiar, o que vai além do acesso à política de crédito rural do Pronaf.
Podem se cadastrar no CAF os requerentes que preencherem os requisitos para identificá-los como benificiários da Lei nº 11.326/2006. Esses podem ser qualificados como agricultores familiares, empreendedores familiares rurais e forma associativas da agricultura familiar. Também podem se cadastrar os pescadores artesanais; aquicultores; silvicultores; extrativistas; quilombolas; assentados do Programa Nacional de Reforma Agrária; beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário, conforme disposto no art. 3º da lei.
Entre as principais inovações apresentadas pelo CAF, está a validação das informações prestadas pelo requerente durante a realização da inscrição, por meio do cruzamento com diversas bases de dados do Governo Federal, o que minimizará a possibilidade de fraude e irá assegurar a legitimidade do novo Cadastro Nacional.
Destaca-se que a Portaria 242 prevê a adoção de medida cautelar e sanções ao beneficiário, caso comprovada irregularidade.
No CAF, serão registradas informações relativas aos membros da família que dependem dos rendimentos advindos da produção do estabelecimento rural, sendo este qualificado como uma Unidade familiar de Produção Agrária (UFPA) e Empreendimento Familiar Rural que explore imóvel agrário localizado em área urbana e periurbana. Os critérios para esse público estão definidos no inciso IV do art. 3º do Decreto nº 9.064, de 2017.
Desta forma, para a inscrição no CAF não serão mais considerados somente os critérios estabelecidos pelo Manual de Crédito Rural (MCR) para o Pronaf, por exemplo, o limite máximo de renda e a classificação de grupos específicos grupos A, A/C, B e V, como é feito hoje na DAP.
Outra inovação importante é a permissão para que as prefeituras possam integrar a rede cadastradora, o que ampliará os pontos de atendimento ao público interessado em obter a inscrição no CAF.
A inscrição no CAF será gratuita, vedada a cobrança pelos cadastradores de quaisquer custos pelo serviço prestado, seja na rede pública ou privada.
Sistema online
A inscrição no CAF deve ser realizada no sistema eletrônico próprio (CAFWeb), que estará disponível ao público a partir de 31 de dezembro de 2021. O sistema será operacionalizado por uma rede de entidades públicas e privadas autorizadas a realizar a inscrição no CAF. Na data, será cessada a emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e será iniciada a emissão do registro de inscrição no CAF (RICAF).
Boa notícia. São João é, tradicionalmente, a festa da agricultura familiar. É tempo de colheita do milho, do amendoim e da laranja, e de se deliciar com canjica, bolo e licor. Uma diversidade de sabores e aromas que encantam e fazem parte da memória afetiva da maioria das baianas e dos baianos e também de todo povo nordestino, em especial. Quem não lembra daquele bolo gostoso da mamãe, ou do doce da vovó? As mulheres sempre tiveram presença marcante nessa festa, que neste ano será realizada mais uma vez em casa, com a família e com todos os cuidados que o momento ainda exige.
Na Bahia, produtos típicos dos festejos juninos, como milho e amendoim, estão com a produção garantida. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (LSPA/IBGE), a estimativa para 2021 é de uma produção 3,8 mil toneladas de amendoim, de 2,4 milhões de toneladas de milho e 861,5 mil toneladas de mandioca.
É nessa perspectiva, de abastecer as festas e preservar a tradição, com os deliciosos produtos juninos, que famílias agricultoras continuam trabalhando. E esse é o exemplo de grupos de mulheres do Recôncavo Baiano, como o Grupo de Mulheres Frutos da Terra, da Comunidade Quilombola Baixa Grande, em Muritiba e a Associação de Mulheres Regional Empreendedoras da Agricultura Familiar (AME), da comunidade Engenho de São João, município de Cruz das Almas.
Maria Dionísia de Souza do Vale, presidente do Grupo de Mulheres Frutos da Terra, diz que o grupo começou quando as mulheres decidiram fazer o aproveitamento integral dos produtos da própria comunidade, para gerar renda e também integrar a juventude. Ela ressalta a importância de manter viva as tradições da comunidade, também na produção voltada para os festejos juninos, com produtos como os bolos de aipim, de puba e o bolo na palha da bananeira: “A valorização e a importância vão muito além de recordar os saberes ancestrais da nossa comunidade. Consideramos importante trabalhar com base nisso, no que nossos mais velhos sempre faziam, essas comidas e bebidas típicas”.
O Grupo Frutos da Terra, que para as festas juninas tem o milho, o amendoim e a laranja, segue produzindo durante todo o ano diversos tipos de bolos e também mingaus, doce de jenipapo, banana e goiaba, cocadas e licores de jenipapo, amendoim, goiaba, tamarindo, maracujá e gengibre, além de salgados, pizzas e sorvete com derivados de aipim e trufas com frutos da terra, como a jaca. Atualmente, o grupo comercializa seus produtos por meio do Centro Público de Economia Solidária (Cesol), em municípios do Recôncavo e também em Salvador.
Já Almerinda Queiroz de Santana, mais conhecida como Mel, atual tesoureira da AME, explica que a associação trabalha ao longo do ano com o cultivo de produtos como aipim, inhame, batata doce, mamão e banana, dentre outros, mas que, neste período das festas juninas, como é tradição, não deixa faltar também o milho e o amendoim. Ela ressalta que as mulheres produzem também biscoitos, beijus, bolo de puba e de aipim e o bolo tradicional e uma diversidade de salgados à base de aipim e que estão se organizando para obter uma renda extra durante os festejos juninos, além de atender encomendas: “Estamos nos reunindo para neste período de festas juninas fazer vendas com entregas de bolos tradicionais e salgados diversos, aqui na região”.
A tesoureira da AME destaca a importância de políticas públicas, a exemplo da assistência técnica e extensão rural (Ater) e da parceria com o Cesol/Setre, entre outras, para a geração de renda e de conhecimento. A associação é também uma das selecionadas pelo projeto do Governo do Estado, Bahia Produtiva, que prevê a implantação de uma cozinha industrial comunitária. A comercialização da produção é feita também por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Em períodos em que as aulas na rede pública de ensino acontecem de forma regular, a AME fornece, para os municípios de Cruz das Almas e Santo Estêvão, produtos como chips de aipim, aipim palito e biscoitos, além de produtos in natura, como aipim, inhame, banana e mamão.
O benefício será pago em parcela única de R$ 850 para agricultores de 54 municípios
Olha aí. Foi publicada na terça-feira, dia 18/5, no Diário Oficial da União (DOU), a Portaria nº 22, que determina o pagamento do benefício Garantia-Safra aos agricultores que aderiram na safra 2019/2020. Neste mês, receberão o pagamento agricultores de Alagoas e Bahia. O montante em recurso autorizado para esses agricultores chegará a mais de R$ 37 milhões e 500 mil.
Diante do cenário imposto pela Covid-19, a Secretaria de Política Agrícola decidiu antecipar, de forma excepcional, o pagamento do Programa Garantia-Safra na safra 2019/2020. Conforme publicado na Portaria nº 15, de 14 de abril de 2020, esse pagamento do Garantia-Safra será feito integralmente em parcela única de R$ 850.
O Garantia-Safra tem como objetivo garantir a segurança alimentar de agricultores familiares que residam em regiões sistematicamente sujeitas à perda de safra, por razão de estiagem ou enchente.
Têm direito a receber o benefício os agricultores com renda mensal de até 1 salário mínimo e meio, quando tiverem perdas de produção nos municípios igual ou superior a 50%. O benefício Garantia-Safra é disponibilizado obedecendo o calendário de pagamento dos benefícios sociais.
Notificação de agricultores com benefício bloqueado
Com o lançamento do serviço “Solicitar Requerimento de Defesa após Bloqueio do Benefício Garantia-Safra”, na plataforma Gov.br, os agricultores aderidos ao Garantia-Safra que tiveram a concessão do benefício bloqueado nos municípios que tiveram autorização do pagamento no mês de maio/2021 devem cumprir com as orientações dispostas na Portaria Nº 25, de 08 de julho de 2020 para regularização do benefício.
Caso o benefício esteja bloqueado, o agricultor deve acessar o seu perfil no Sistema de Gerenciamento do Garantia-Safra neste link e verificar o motivo do bloqueio através da notificação que consta na inscrição. O agricultor deverá realizar a consulta no prazo de 30 dias, contados do ato de publicação da Portaria que autoriza o pagamento do benefício. Após esse prazo, o agricultor é considerado automaticamente notificado podendo se manifestar quanto ao bloqueio do benefício até o dia 17/07/2021, solicitando o requerimento de defesa neste link.
A relação dos agricultores que tiveram o benefício bloqueado, de forma cautelar, será encaminhada pelas Coordenações Estaduais aos gestores municipais. Clique aqui para verificar a relação dos agricultores que tiveram a concessão do benefício bloqueado, de forma cautelar, conforme Portaria Nº 25, de 08 de julho de 2020. Fonte: Ministério da Agricultura
Novidade. Um decreto editado na segunda-feira, dia 26/4, pelo presidente da República Jair Bolsonaro deve contribuir para o aumento da participação de agricultores familiares em políticas públicas direcionadas a empreendimentos familiares rurais.
A norma altera o Decreto nº 9.064, de 31 de maio de 2017, que dispõe sobre unidades familiares de produção agrária e altera os conceitos de empreendimento familiar rural, cooperativa singular da agricultura familiar, cooperativa central da agricultura familiar e associação da agricultura familiar.
O decreto editado altera os percentuais mínimos exigidos para um empreendimento familiar rural apresentar-se como tal. Segundo o governo, o decreto dá redação mais clara a conceitos relacionados a figuras referentes à agricultura familiar. A ideia é facilitar o enquadramento das formas de organização da agricultura familiar.
As alterações têm impacto na definição dos agricultores familiares que podem ter acesso à Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Tal declaração será substituída pelo Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), quando este estiver totalmente implementado.
“O objetivo da alteração pretendida é ampliar a participação de agricultores familiares em programas e ações governamentais destinados a atender às formas associativas desse público-alvo, organizadas em pessoas jurídicas”, esclarece o governo.
Segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, o decreto de 2017 apresentava “imprecisões na redação original e potenciais controvérsias administrativas e jurídicas”, por não trazer conexão entre o seu texto e as normas infralegais editadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento após esse período. Normas infralegais não impõem direitos, nem trazem garantias, podendo ser editadas pelo governo federal sem passar pelo Congresso Nacional.
Começou a maior feira da agricultura familiar do país. A 11ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária está no ar, 100% on-line e gratuita, no site https://feiradaagriculturafamiliar.com.br/, com muita novidade sobre o rural do estado. A abertura oficial aconteceu no sábado, dia 5/12.
Até o dia 13 de dezembro, basta se conectar para acessar o melhor do interior e ter acesso a uma rica e diversificada programação, com 57 palestras e seminários, aulas de culinária, lives de artistas e uma loja virtual, com a comercialização de mais de 600 produtos de todo o estado.
A feira é uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR), em parceria com União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes).
O secretário da SDR, Josias Gomes, destacou que a agricultura familiar mostra mais uma vez sua importância na produção de alimentos: “Com o apoio do Governo do Estado, esse segmento está em constante crescimento. São investimentos desde o processo produtivo até a comercialização, que estão refletidos na realização desta feira, que traz essa força que a agricultura familiar tem”.
A presidente da Unicafes, Regina Dantas, afirmou que a Feira mostra as vitórias e conquistas da agricultura familiar: “Mesmo separados fisicamente, continuamos juntos, unidos. O Governo do Estado tem um papel fundamental nisso, pois, mesmo na pandemia, nos vem ajudando a enfrentar as dificuldades no campo e a prova disso é que estamos aqui, hoje, neste desafio de um evento virtual, com uma grande oportunidade de nos tornar conhecidos no mundo”.
A abertura da Feira contou também com a participação da secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Adélia Pinheiro, que destacou a importância da SDR e da Unicafes assumirem a realização de uma feira virtual pela primeira vez: “Temos firmemente nos posicionado com o que chamo de esperança esclarecida e engajada, que nos permite a reflexão crítica do que estamos vivendo, a ampliação dos laços com o tecido social e a construção de um futuro diferente. Temos feito esse exercício e a realização dessa feira é exemplo disso, feita a partir de estrutura de estado, coerente com o tempo atual, com cuidado coletivo”.
A programação deste sábado conta com a 5ª edição do Encontro Estadual de Mulheres Rurais e I Encontro Regional Nordeste de Mulheres dos Campos, das Águas e das Florestas, às 16h, Cozinha Show Sabores e Saberes da Agricultura Familiar, às 17h, com a chef Lili Almeida que traz a receita de um Acarajé de Dendê no Pilão e. Para fechar o dia, às 19h, tem a live do forrozeiro Del Feliz.
No site da Feira, tem ainda o espaço Trilhas, que apresenta as características de cada região, Rotas dos Sistemas Produtivos da Agricultura Familiar da Bahia e muito mais.
Junho traz as comemorações de São João, São Pedro e Santo Antônio e com elas as comidas típicas desta época. Na Bahia, a mesa de guloseimas tem cheiro e sabor inconfundíveis dos pratos feitos à base do principal produto que dá cor e brilho à tradição junina, o milho.
No município de Irecê, agricultores e agricultoras familiares começaram a colheita do milho neste mês e seguem até agosto, a todo vapor, com a promessa de ser a maior colheita de milho dos últimos anos. Os agricultores são apoiados pelo Governo do Estado, por meio do projeto Bahia Produtiva, com entrega de insumos, como grãos não transgênicos, e assistência técnica e extensão rural (Ater).
De acordo com a agrônoma do Bahia Produtiva, Zene Vieira, que acompanha os agricultores, a expectativa é que haja aumento de 80% na produção em relação ao ano passado: “Este ano teremos uma colheita maior do que nos últimos 12 anos. No território de Irecê, a gente deve ter uma safra de aproximadamente 1 milhão de sacos de milho na região. Avaliamos que 25% seja de milho não transgênico”.
Os agricultores entregam sua produção para a Cooperativa Agropecuária Mista Regional de Irecê (Copirecê), única com produtos não transgênicos da Bahia. A cooperativa já recebeu, no total, R$ 1.4 milhão de investimento do governo estadual, por meio do edital Alianças Produtivas. Os recursos estão sendo aplicados na aquisição de um caminhão para escoar a produção, comunicação visual e embalagens, construção de galpão industrial e de uma moega e a aquisição de máquinas e equipamentos.
Plantado, colhido, secado e moído, o milho utilizado pela Copirecê na produção de produtos como Flocão Puro Milho não transgênico, Canjiquinha, Mingau de Milho Verde, Mingau Multicereais, Mugunzá e Creme de Milho, é cultivado, atualmente, por 600 famílias de cooperados de todos os municípios do Território Irecê. Juntos, elas produzem em média 75 toneladas por mês.
O agricultor Hélio Rodrigues Rocha, da comunidade Baixão dos Honoratos, no município de São Gabriel, é um dos beneficiados pelo Bahia Produtiva, e cooperado da Copirecê: “A gente só planta agora semente crioula (não transgênica) semente de boa qualidade, aumentei até minha área de produção. É uma semente que vou manter pro resto da vida. E produzir um milho bom desse jeito e já saber pra quem vou vender, pra cooperativa, me deixa muito seguro e satisfeito”.