E agora xadrezinho. O cramunhão preso, suspeito de matar a namorada, a jovem Juliana dos Santos Andrade, de 23 anos, contou aos policiais detalhes do crime. A jovem foi atraída por ele para um motel e morreu enquanto dormia, asfixiada com um cardaço que ele levava no bolso. O corpo foi escondido dentro de um sofá erótico e acabou sendo encontrado por funcionários no dia seguinte.
– Ele esperou ela dormir e pegou o cadarço, que ele alegou ter encontrado na rua, e apertou até matá-la. Em seguida, a colocou dentro desse sofá, que tem madeiras na lateral mas é oco por dentro. Quando uma funcionária foi limpar o quarto, achou estranho o sofá estar tão pesado e pediu a ajuda de colegas. E aí o corpo foi encontrado – disse o delegado.
Segundo ele, como Juliana estava sem documentos, o corpo foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) como sendo de uma mulher desconhecida. Os policiais começaram a investigação e logo descobriram que se tratava se Juliana – a família a reconheceu. Graças a depoimentos, os policiais chegaram ao suspeito. Com medo de que ele fugisse se soubesse que estava sendo procurado, os policiais combinaram com a família de Juliana de atrair o suspeito até o velório.
– Os policiais ficaram infiltrados. Esse sujeito demonstrou ser muito cara de pau. Abraçou e beijou os parentes. É um cínico, desleal, frio. Falso anjo que na verdade é o capeta – disse o delegado.
Enquanto recebia as condolências do suspeito, a mãe de Juliana, Gracimar Santos de Andrade, de 46 anos, se descontrolou e acabou gritando : “Ele matou minha filha”. Foi quando os policiais se aproximaram dele e o prenderam.
Na delegacia, José Ailton da Silva, de 36 anos, confessou o crime. De acordo com o delegado, a motivação do crime foi o fato de José não aceitar a vontade que Juliana tinha de terminar o relacionamento com ele. Os dois passaram os últimos meses entre idas e vindas – as brigas eram ocasionadas pelo ciúme excessivo dele.
Sem dinheiro para pagar quarto
Depois de matar Juliana a sangue frio e esconder o corpo, José ainda foi conversar com o gerente do motel para pedir um desconto: ele não tinha dinheiro suficiente para pagar a despesa.
– A conta deu cento e poucos reais. Mas ele só tinha 85. Sem saber do que acontecera, claro, o gerente acabou dando o desconto que ele pediu – contou o delegado.
‘Sangue frio’
Em entrevista ao site Extra, a mãe de Juliana lembrou o momento da prisão de Ailton – a quem foi apresentada há seis meses pela filha.
– Esse rapaz teve o sangue frio de conviver com a gente e aparecer no enterro. A polícia fez um ótimo trabalho e instruiu que ele fosse chamado para o velório. Não contamos detalhes. Apenas que o corpo tinha sido localizado. Ele ainda queria fazer camisas com a foto dela para a gente usar no enterro, mas não teve tempo, porque foi avisado na véspera. Colocou até que estava de luto, no Facebook. — relatou Gracimar.
Ela também lembrou o comportamento do suspeito:
– Ao chegar no velório, teve coragem de dar um beijo na minha filha mais nova. O rapaz ia abraçar meu marido também, mas ele (o pai da vítima) começou a passar mal e eu gritei “ele matou minha filha”. Os policiais que estavam lá o prenderam na hora. A justiça foi feita.
O caso aconteceu na Avenida Brasil, na altura de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Fotos: Reprodução/Facebook/Divulgação
Fonte: Extra