Muita grana. No time de gigantes do agronegócio brasileiro, a Cooperativa Aurora faturou R$ 22 bilhões em 2022. O resultado representa um crescimento de 13% sobre a receita do ano anterior. A empresa é uma das maiores no ramo de alimentos do Brasil.
Os alimentos processados pela companhia levam, principalmente, matérias-primas com origem em aves e suínos. Atuando em várias frentes do agronegócio, o mix completo da cooperativa, porém, também inclui produtos de laticínio, massas, pães, pescados e refeições semi-prontas. A empresa controla três marcas: Aurora, Nobre e Peperi.
As vendas para os consumidores brasileiros geraram R$ 14 bilhões em faturamento para a empresa no ano passado. Ou seja: por volta de 65% de toda a receita veio do mercado interno.
Ainda assim, a Cooperativa Aurora tem números expressivos relacionados à exportação. Atualmente, ela é uma das maiores exportadoras de carnes do Brasil. No ano passado, os abates atingiram 7 milhões de suínos e quase 300 milhões de frangos.
Além disso, a divisão de lácteos processou 500 milhões de litros de leite. Esse volume abastece oito linhas de produtos da Aurora: bebida láctea, leite UHT, leite em pó, soro em pó, creme de leite, queijo em barra, queijo fatiado e requeijão.
Alimentando o mundo. O presidente Jair Bolsonaro afirmou sábado, dia 30/4, durante visita à ExpoZebu, em Uberaba, que o pedido da Organização Mundial do Comércio (OMC), feito pela diretora geral Ngozi Okonjo-Iweala, de produzir mais alimentos será atendido. “Terão mais alimentos com toda certeza, porque ano após ano, aumenta a nossa produtividade, quer seja na agricultura, quer seja na pecuária. Isso é o trabalho de todos vocês, povo brasileiro que trabalha, que investe, que acredita, tem fé e quer o seu país cada vez melhor”, afirmou o presidente durante a abertura do evento.
O presidente Bolsonaro lembrou também que mais de 30 navios com fertilizantes estão a caminho da Rússia para o Brasil, resultado da viagem que fez em fevereiro ao país para tratar da compra desses produtos. “A nossa agricultura não para, muito menos a nossa pecuária”, disse.
Para uma plateia de produtores rurais, Bolsonaro afirmou que o Brasil venceu a pandemia da covid-19 e que espera em pouco tempo o fim da guerra da Rússia contra a Ucrânia para o país voltar à normalidade. “Vencemos a pandemia. Se Deus quiser, até o final do mês que vem, acaba essa guerra do outro lado do mundo, e nós voltaremos à nossa normalidade.”
O presidente disse esperar que o país caminhe em direção à modernidade. “O que nós queremos é fazer com que o Brasil, cada vez mais, marche para a modernidade e esteja ao lado daqueles que produzem em nossa pátria. Não há orgulho melhor ou maior do que aquele ao visitar outros países, sempre acompanhado dos meus ministros, ser recebido, lá sim, com tapete vermelho”, afirmou.
Bolsonaro pediu uma manifestação pacífica amanhã, 1º de maio, Dia do Trabalhador. “Amanhã não será dia de protestos. Será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor para todos nós”.
Evoluçõa. O Senado realizou, na segunda-feira, dia 30/8, sessão especial remota para homenagear os 70 anos de fundação do Centro Pan Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (Panaftosa), responsável por monitorar os programas de erradicação da febre aftosa na América do Sul e Panamá. A sessão foi presidida pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que destacou a importância do Panaftosa para elevar o padrão sanitário da pecuária no Brasil, que hoje conta com um rebanho com mais de 215 milhões de bovinos.
— Desde 2006 não se registra no Brasil um foco de febre aftosa no Brasil, como resultado do Panaftosa na prevenção, na vigilância e na promoção da saúde animal. É uma história de sucesso que merece ser comemorada, homenageada, e é essa homenagem que o Senado presta hoje aos seus dirigentes, colaboradores, pesquisadores e todos aqueles que contribuíram para elevar cada vez mais o padrão sanitário da pecuária e ampliar o alcance dos mercados – afirmou.
Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, Josélio de Andrade Moura destacou a liderança continental do Panaftosa para o controle da doença.
— A aftosa é uma doença econômica. A organização do meio rural fez com que o Brasil superasse a fase de combate à doença. Agora estamos na fase final de erradicação sem vacinação e partindo para fase de vigilância permanente. Devemos estar com plano de contingência para que possamos sufocar, controlar de forma de forma imediata e manter status, que logo teremos, de livre de febre aftosa, sem vacinação. Nos anos 70 importávamos carne e leite. Hoje somos exportadores de carne, leite, aves, suínos e a cadeia produtiva devidamente organizada- afirmou.
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) ressaltou que o trabalho do Panaftosa precisa ser realmente comemorado pelos produtores rurais, pecuaristas, indústria da carne e todas as pessoas envolvidas com a segurança sanitária animal.
— Este centro de excelência surgiu a partir de acordo da Opas [Organização Pan Americana de Saúde] e o governo do Brasil para apoiar os países no combate à febre aftosa, que estava presente em todo o continente americano. Nossa carne é hoje referência mundial de excelência. Ainda que a febre aftosa tenha sido a origem de sua criação, o Panaftosa foi expandindo o seu âmbito de atuação para a área de zoonoses e qualidade de alimentos. Muitos estados já obtiveram o status de livre da aftosa, como Rondônia – afirmou.
Representante da Organização Pan Americana de Saúde (Opas), Marcos Espinal saudou o senador Wellington Fagundes (PL-MT), que requereu a homenagem mas não pôde comparecer à sessão especial.
— Estamos aqui para reconhecer conquistas e renovar parceria estratégica com setores públicos e privados do Brasil. O plano de ação do Panaftosa pretende que todo o continente sul americano esteja livre da doença até 2025. Hoje, com exceção da Venezuela, a região está livre da doença, e essa conquista mundial e histórica vem sendo possível graças à liderança do Brasil, e ainda há um longo caminho a percorrer – afirmou.
Diretor do Panaftosa, Otorrino Cosivi destacou o protagonismo do setor privado brasileiro na concretização dos projetos de interesse regional.
— As crises trazem a oportunidade de mudar o rumo e evoluir. Hoje, o continente americano é o primeiro exportador de proteína animal e, com certeza, será o primeiro a ser reconhecido livre de aftosa, após sanada a situação da Venezuela – afirmou.
Vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) Sindical, Ricardo Pinto Nascimento destacou que a atuação do Panaftosa é um ganho de toda a sociedade brasileira, com a participação de agentes públicos e privados que trabalham diariamente, inclusive no período da pandemia. Disse ainda que os vultosos recursos obtidos pelo Brasil na exportação de carne permitem ao país obter recursos para enfrentar a pandemia com maior capacidade de resposta aos desafios.
— Antes, a gente gastava em torno de trinta, sessenta dias no diagnóstico de aftosa. Hoje, temos um laboratório de nível quatro em Pedro Leopoldo [MG], com capacidade de em quatro a dez horas fazer diagnóstico da doença, liberar rebanhos quando eles forem negativos, adotar medidas de emergência sanitária, se elas forem necessárias, para que não se repita no país o que ocorreu em 2005, que foi o último surto – concluiu.