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Conheça a força do licuri em Monte Santo

quarta-feira, outubro 29th, 2025

Que beleza. Em meio à paisagem de Monte Santo, o barulho das cascas sendo quebradas na Unidade de Beneficiamento de Derivados do Licuri, da Associação Terra Sertaneja (ACOTERRA), na Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE), é o som de uma tradição que atravessa gerações e de uma economia que se renova.
 
Deivid Pereira, agente de negócios da ACOTERRA, conhece bem cada etapa do processo. É ele quem explica como o pequeno fruto da Caatinga percorre um longo caminho até virar óleo, renda e aprendizado.
 
“O coquinho do licuri vem das comunidades extrativistas, principalmente de mulheres, que fazem todo o processo de coleta e secagem. Depois, ele passa por uma sequência de etapas, da retirada das cascas à quebra e separação da amêndoa, até chegar ao beneficiamento, onde é extraído um óleo de altíssima qualidade, com até 60% de pureza”, conta Deivid, com orgulho.
Muito mais que uma cadeia produtiva, o licuri é parte da identidade do semiárido. Seu aproveitamento, que antes era apenas artesanal, agora ganha estrutura e escala com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio do Programa Bahia que Produz e Alimenta, coordenado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR).
 
A iniciativa tem transformado o modo de produzir e comercializar no campo. Até 2030, o programa deve apoiar 800 organizações produtivas em todo o Estado, beneficiando cerca de 156 mil pessoas, metade mulheres e 20% jovens, com investimento de US$ 150 milhões, oriundos do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e do Governo da Bahia. Entre as metas estão incentivar agricultores a adotarem novas tecnologias, ampliar o valor das vendas e garantir mais acesso à água e infraestrutura produtiva.
Na prática, isso significa autonomia e reconhecimento para quem vive do licuri. “Antigamente, o óleo era usado de forma medicinal ou nos cabelos, como alternativa natural. Hoje, com o beneficiamento, conseguimos agregar valor e mostrar que o licuri pode gerar renda e oportunidades sem perder suas raízes culturais”, explica Deivid.
 
Em Monte Santo, o fruto que nasce resistente no sertão prova que sustentabilidade e tradição podem caminhar juntas. E, com o apoio do Governo da Bahia, o licuri segue firme, pequeno no tamanho, gigante no impacto.

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Fotografia/fonte: SDR

Cooperativa da agricultura familiar tem faturamento recorde com produtos derivados do licuri

quarta-feira, fevereiro 1st, 2023

Curiosidade. Os produtos derivados do licuri estão alcançando cada vez mais mercados. Azeite de licuri, cerveja de licuri, licuri caramelizado, balas de licuri e outros saborosos produtos estão chegando aos centros de comercialização dentro e fora do estado. As inovações, que já são referência da agricultura familiar baiana, são da Cooperativa Regional de Agricultores (as) Familiares e Extrativistas da Economia Solidária (Coopersabor), do município de Monte Santo, que registrou faturamento recorde de R$ 2 milhões e 400 mil em receita bruta no ano de 2022.

O presidente da cooperativa, Charles Conceição, celebra os dividendos que impactam na renda de mais de 100 famílias agricultoras da região. “Considero um recorde na comercialização. Nós nunca chegamos a esse valor. Com todo o nosso esforço e resultados dos investimentos proporcionados pelo Governo do Estado, conseguimos fazer essa comercialização bem significativa. Temos uma perspectiva de aumento de 30% para 2023, para melhorar ainda mais a vida dos agricultores e das agricultoras”. Por meio do projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Bahia Produtiva, foram investidos recursos da ordem de R$ 7,3 milhões na Coopersabor.

Esse balanço reforça a perspectiva de novos avanços para agricultores e agricultoras familiares de Monte Santo e de todo o território Sisal. Enquanto se consolida em mais mercados com os derivados de licuri, a cooperativa se prepara para iniciar a produção em novas agroindústrias, como a de beneficiamento da caprinocultura de leite, devido à alta demanda de caprinos, e de corte, também com ovinos, fortalecendo a atividade que já é tradicional na região.

“A fábrica de polpas de frutas que funciona desde 2019 passou por uma readequação com a mudança para a nova linha de equipamentos. Temos três fábricas de doces sendo construídas pelo Bahia Produtiva, em associações ligadas à cooperativa, e uma fábrica de oleaginosas que irá absorver e extrair o máximo de óleo de licuri, principal matéria-prima dos nossos produtos. Também estamos com uma demanda de um projeto de abatedouro de pequeno porte voltado à ovinocaprinocultura de corte para atender à região”, ressaltou Charles.

A proposta do abatedouro foi apresentada ao diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, na terça-feira, dia 17/1. Na reunião ficou acordado que será realizado um levantamento para analisar a capacidade de produção de caprinos e ovinos na região.

O Bahia Produtiva é um projeto executado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Banco Mundial.

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Fotografia/fonte: SDR