Polícia Federal deflagra operação Ciranda de Pedra no interior da Bahia

Não corre ninguém. A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União, deflagra nesta terça-feira 24/7 a Operação Ciranda de Pedra, que visa combater crimes de desvio de recursos públicos destinados à área da infraestrutura na Cidade de Maiquinique, no interior da Bahia, nos anos de 2012 a 2017.

Cerca de 60 Policiais Federais, acompanhados de nove auditores da Controladoria Geral da União, cumprem vinte mandados de busca e apreensão e catorze mandados de intimação nos municípios baianos de Maiquinique, Macarani, Itapetinga, Itamaraju, Teixeira de Freitas, Jequié, Mirante e Vitória da Conquista. A operação decorre de uma investigação iniciada em 2017, sobre obras inacabadas na pavimentação com bloquete sextavado que deveriam ter sido executadas nas ruas do município de Maiquinique, decorrentes de seis procedimentos licitatórios celebrados na gestão local, quadriênio 2013-2016, em convênio com o Ministério das Cidades.

Além dos serviços não executados ou parcialmente executados, a investigação descobriu que um grupo de quatro empresas fazia revezamento nas licitações e parte dos recursos era destinada a pagamentos de parentes e pessoas ligadas à Administração Municipal. 

Apurou-se, ainda, que algumas dessas empresas, vencedoras de licitações recorrentes, serviam apenas de “fachada” e eram compostas por sócios “laranjas”. A organização criminosa obteve contratos da ordem de R$3.428.183,03 (três milhões, quatrocentos e vinte e oito mil, cento e oitenta e três reais e três centavos), dos quais R$1.587.619,76 (um milhão, quinhentos e oitenta e sete mil, seiscentos e dezenove reais e setenta e seis centavos) está estimado como o valor potencial do desvio com ordem de bloqueio judicial.

O título ‘Ciranda de Pedra’ traduz uma fonte de múltiplos significados. No entanto, a ‘ciranda’ da obra de Lygia Fagundes Teles é formada por pedras, simbolicamente representando a sua dureza, a desintegração, o fechamento entre seus participantes e a não aceitação de novos membros.

Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e fraude à licitação.

 

 

Foto: Divulgação

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