Mais uma vez o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), divergiu de seu partido na Câmara e votou a favor de medidas de ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff. Assim como tinha feito anteriormente – e sofrido fortes críticas -, o baiano ajudou desta vez na aprovação das novas regras para a pensão por morte e auxílio-doença.
Entretanto, por saber que novamente seria alvo de detrações, Aleluia discursou antes de proferir seu voto para explicar ao eleitor seus motivos. Segundo ele, o faz para denunciar que “o PT destruiu o Brasil” e que não poderia manter o povo sofrendo diante do que considera um fracasso da política da presidente petista.
“Os 12 anos de PT levaram o Brasil a esta destruição. Eu não quero que as pessoas continuem perdendo o emprego. Eu não quero que as pessoas continuem sem poder pagar a conta de luz, eu não quero o ‘quanto pior, melhor’. Eu quero que esta presidente que está no fundo do poço possa ser afastada, mas não quero o povo sofrendo nas ruas”, justificou.
Aleluia reconheceu que está sendo fortemente criticado por seus eleitores ao andar pelas ruas, mas disse que não tem medo de divergir neste momento se for em favor da população. A manifestação inesperada do demista foi recebida com aplausos por parte de militantes ligados à Força Sindical, que acompanhavam a votação em plenário e causaram grande confusão após o fim da contagem, com gritaria e faixas de protesto.
Ao final do processo, o governo venceu e a MP 664 foi aprovada por 227 votos a favor e 178 contra. A medida muda as regras de pensão por morte, impondo carências e tempo de recebimento conforme a faixa de idade do beneficiário. Segundo os defensores da proposta, a comissão mista que avaliou a MP elaborou um Projeto de Lei de Conversão (PLV) que, além de corrigir mudanças consideradas rígias demais, assegurou outros direitos que não faziam parte das regras originais.
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