Pegou ar. O presidente Jair Bolsonaro disse na quinta-feira 30/10, que a palavra final sobre a aquisição de doses da Coronavac, vacina para a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan e a empresa chinesa Sinovac, é dele. “A caneta Bic é minha”, disse o presidente.
A declaração de Bolsonaro é uma resposta ao que foi dito mais cedo hoje pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, de que o governo federal vai ajudar na compra da CoronaVac.
O imunizante tem sido alvo do debate entre Bolsonaro e seu adversário político, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o Governo Federal vai comprar a vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Segundo informações do jornal O Globo, Mourão disse que as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre não comprar a vacina é uma briga política com Doria.
“Essa questão da vacina é briga política com o Doria. O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí”, disse, em entrevista à revista “Veja”, publicada nesta sexta-feira.
Após o Ministério da Saúde anunciar que tinha a intenção de adquirir 46 milhões de doses da Coronavac, Bolsonaro desautorizou o ministro Eduardo Pazuello e afirmou que a vacina não seria comprada pelo governo brasileiro. O presidente ainda disse que existe um “descrédito muito grande” em relação ao imunizante chinês.
De acordo com o jornal, Mourão declarou não ter receio em tomar a Coronavac, caso seja certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Agora, é partido único? É partido único. É um regime autoritário ditatorial? É um regime autoritário ditatorial. Mas é o regime deles. A gente tem de entender que a China nunca viveu sob um regime democrático, numa república como nós a entendemos”, disse.