A Polícia Federal deflagrou, na madrugada desta segunda-feira, dia 17, operação para desarticular uma organização criminosa que utilizava uma seita religiosa para se apoderar do patrimônio de seus fiéis, submetendo-os a trabalhos forçados, em situação análoga a de escravos, abrangendo 3 estados da federação.
Os mandados são cumpridos nas cidades baianas de Remanso, Marporá, Barra, Ibotirama e Cotegipe, além dos municípios mineiros de Pouso Alegre, Poços de Caldas, Andrelândia, Minduri, São Vicente de Minas, Lavras, Carrancas e também em São Paulo.
Cerca de 190 policiais federais cumpriram 129 mandados judiciais, sendo 6 de prisão temporária, 6 de busca e apreensão, 47 de condução coercitiva e 70 de sequestro de bens, envolvendo imóveis, veículos e dinheiro.
Batizada de “De Volta Para Canaã”, os investigadores estimam que o patrimônio recebido em doação dos fiéis chegue a pouco mais de R$ 100 milhões. As investigações apontaram que os dirigentes da seita religiosa estariam mantendo pessoas em regime de escravidão nas fazendas onde desenvolviam suas atividades e rituais religiosos. Os fiéis, ao ingressarem na seita, eram convencidos a doar seus bens sob o argumento da convivência em uma comunidade onde “tudo seria de todos” e, em seguida, obrigados a trabalhar sem qualquer espécie de pagamento. Os envolvidos responderão pela prática dos crimes de redução de pessoas à condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, o nome faz referência à Operação Canaã, que investigou o mesmo grupo criminoso resultando na descoberta de fatos novos que ampliaram as investigações. O nome Canaã é uma referência bíblica à terra prometida por deus a seu povo.
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