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Agreste pernambucano se estabelece como polo produtor de vinhos

segunda-feira, setembro 23rd, 2024

Riqueza. Uma nova fronteira para vinhos finos está surgindo no Agreste pernambucano, impulsionada por uma pesquisa pioneira realizada pela Embrapa Semiárido (PE), em parceria com a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape) e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Seis variedades de uvas foram recomendadas especificamente para essa região, com dados que comprovam a viabilidade da produção local e análises que atestam a qualidade dos vinhos produzidos.

O estudo envolveu o cultivo e avaliação de dez variedades de uvas europeias em cinco ciclos de produção no campo experimental do IPA, no Município de Brejão (PE). O objetivo foi compreender o comportamento agronômico, a adaptação das variedades, a qualidade das uvas, o potencial enológico e a viabilidade do processamento de vinhos em regiões não tradicionais.

Para a produção de vinhos brancos, as cultivares recomendadas foram Sauvignon Blanc, Muscat Blanc à Petits Grains (conhecido como Moscato Branco) e Viognier. Para os vinhos tintos, as variedades mais indicadas foram Syrah, Cabernet Sauvignon e Malbec. Segundo a pesquisadora da Embrapa Patrícia Coelho de Souza Leão, coordenadora do projeto, essas cultivares se destacaram pelo bom desempenho agronômico, produtividade e potencial enológico. “A Sauvignon Blanc, Syrah e Malbec foram as mais notáveis, com produtividade média de 10 toneladas por hectare, similar à registrada no Vale do São Francisco, polo produtor já consolidado, sendo recomendadas para cultivo no Agreste”, afirma.

Além dessas, a Chardonnay foi avaliada para vinhos brancos, e a Pinot Noir e Petit Verdot para vinhos tintos. “No entanto, essas variedades não mostraram boa adaptação, apresentando fraco desenvolvimento vegetativo, baixo vigor e produtividade reduzida”, aponta a pesquisadora.

Qualidade dos vinhos foi avaliada

O projeto também incluiu a avaliação da qualidade dos vinhos produzidos a partir das uvas cultivadas. A vinificação foi realizada no Laboratório de Enologia da Embrapa Semiárido, utilizando métodos tradicionais em escala experimental. Os vinhos resultantes atenderam às exigências da legislação brasileira para vinhos finos secos e se destacaram em análises sensoriais conduzidas pela equipe da Escola do Vinho, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE). Essas análises confirmaram o potencial dos vinhos da região Agreste de Pernambuco.

Fonte: EMBRAPA

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Fotografia: Edmea Ubirajara/Divulgação/Embrapa

Vinho baiano produzido na Chapada Diamantina ganha prêmio nacional

segunda-feira, novembro 9th, 2020

A vinícola baiana Vaz, localizada na Cidade de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, ganhou a 9ª edição da Grande Prova Vinhos do Brasil (GPVB) e a 4ª edição da Grande Prova Sucos de Uva do Brasil. Na categoria de vinhos, o premiado foi o Tinto Malbec, nos rótulos de espumantes os premiados foram o Brut Branco Charmat e o Brut Rosé Charmat, ambos de 2019. Para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), que comemorou a premiação, a localização estratégica, que facilita a distribuição dos produtos, o clima, a qualidade da água e o potencial frutífero são fatores responsáveis pela qualidade dos produtos do segmento de bebidas na Bahia.  

Os primeiros vinhos, explica empresário Jairo Pinto Vaz, proprietário da vinícola, foram elaborados em 2018, em uma produção de aproximadamente 1,2 mil garrafas – Malbec, Syrah, Sauvignon Blanc e Viognier. Na safra 2019, foram produzidos os espumantes Brut elaborados pelo método Charmat (Pinot Noir e Chardonnay), Brut Rosé (Malbec, Sauvignon Blanc e Viognier), Moscatel (Muscat Petit Grain) e também os vinhos tintos Malbec e Syrah, em um total de cerca de 10 mil garrafas. 

“A nossa pequena vinícola é muita nova, os vinhedos têm apenas 4 anos e, diría, estamos ainda engatinhando no complexo mundo dos vinhos. A premiação do Vinho Tinto Malbec e do Espumante Brut Branco na Grande Prova de Vinhos Brasileiros 2020, classificados com 88 pontos com a medalha ‘Good Wine’, traz o incentivo e o reconhecimento de um persistente trabalho, feito com muito carinho, realizando o sonho de se produzir vinhos e espumantes de qualidade na Chapada Diamantina e, colocando, definitivamente, esta região como um novo polo vitivinícola brasileiro”, comemora Vaz. 

Importante para a economia baiana, o setor de Bebidas possui 23 empresas implantadas incentivadas pelo Governo do Estado, que geram 8,8 mil empregos e já investiram mais de R$ 4 bilhões no estado, segundo a SDE. Além de abrigar grandes cervejarias, fábricas de bebidas não alcoólicas, a Bahia produz uvas viníferas de alta qualidade no meio do semiárido. 

“A Bahia é um estado forte no cultivo de uvas para fabricação de vinhos, espumantes e sucos. O clima, a qualidade da água e o potencial frutífero favorecem o cultivo para a elaboração das bebidas. Fico satisfeito e feliz com essa conquista para o segmento de vinhos da Bahia”, destaca o titular da SDE, João Leão. 

Por conta da pandemia causada pela Covid-19, a celebração dessa conquista será em abril de 2021, no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde a GPVB levará os vinhos premiados e a vinícola ao encontro do trade e público consumidor, em um evento, com feira de vinhos, chamado “Vinhos do Brasil 2021”. 

Fotografia/fonte: Ascom/SDE