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A pedido do MPF, Justiça condena ONG que não prestou contas de repasses federais

sábado, abril 17th, 2021

Atendendo a pedido do Ministério Público Federal (MPF) em ação de improbidade administrativa, a Justiça Federal no Amazonas condenou o Instituto de Tecnologia, Pesquisa e Cultura da Amazônia (Itec) e seu então presidente, Carlos Alberto Araújo da Rocha, por não prestarem contas de recursos federais recebidos por meio de convênio firmado em 2010.

O convênio previa um repasse no valor de R$ 2.949.555 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para que o Itec realizasse oficinas de formação de agentes para apoio ao desenvolvimento sustentável territorial rural, com o objetivo de fortalecer as relações de governança entre os sujeitos sociais dos territórios da cidadania do Amazonas.

A primeira parcela, no valor de R$ 954.076,61 foi recebida pelo instituto, por meio da Caixa Econômica Federal. O Itec apresentou relatório referente às primeiras ações do programa, como prestação de contas preliminar, que foi aprovada, parcialmente, pelo MDA, devido à ausência de comprovantes da execução física de algumas despesas.

Como o convênio previa metas independentes, o MDA autorizou a exclusão das metas não executadas, desde que o Itec ressarcisse os valores glosados referentes à primeira parcela ou apresentasse os comprovantes de execução física. Ao mesmo tempo, a Caixa Econômica suspendeu a liberação de novos repasses.

Por não apresentar os comprovantes ou devolver os valores não aplicados, o instituto e seu então presidente chegaram a ser condenados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ao ressarcimento dos valores e ao pagamento de multa.

Danos ao patrimônio público – O MPF apontou que a ausência de prestação de contas dos valores repassados causou prejuízo ao patrimônio público. “O prejuízo está caracterizado pelo fato de que, sem a devida prestação de contas referente à primeira parcela dos valores federais repassados ao Itec, resta impossível a verificação do atingimento dos objetivos conveniados”, explicou o órgão, na ação.

A Justiça Federal reconheceu o ato de improbidade administrativa relacionado à não prestação de contas. “O dever de prestar contas é inerente ao desempenho do mister público, decorrendo basicamente do fato de que os Administradores (Agentes de Poder) desenvolvem a gestão da coisa pública (interesse público primário), devendo prestar contas à sociedade. Estes esclarecimentos – prestação de contas –, portanto, fortalecem o Estado Democrático de Direito, notadamente os princípios da legalidade e publicidade, viabilizando a participação do povo na condução da coisa pública”, diz trecho da sentença judicial.

O Itec e o então presidente do instituto foram condenados ao ressarcimento integral do dano causado ao patrimônio público e à proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais, direta ou indiretamente, pelo prazo de três anos.

Carlos Alberto Araújo da Rocha foi condenado ainda à perda de função pública, à suspensão dos direitos políticos por cinco anos e ao pagamento de multa civil no valor de 50 vezes o salário recebido.

ação de improbidade administrativa tramita na 1ª Vara Federal no Amazonas, sob o nº 1002238-17.2017.4.01.3200.

Fotografia/fonte: Ascom/MPF/AM

Mais de 20 pessoas já morreram de fome em cidade sitiada na Síria

sábado, janeiro 9th, 2016

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Crueldade. Vinte e três pessoas morreram de fome na cidade síria de Madaya, sitiada pelas tropas de Bashar al-Assad desde 1º de dezembro, anunciou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). A ONU se prepara para entregar ajuda humanitária à cidade, depois que governo sírio deu permissão às agências das Nações Unidas, nesta quinta-feira, para distribuir ajuda para a cidade após notícias sobre mortes de civis por inanição.

As Nações Unidas alertaram que 40 mil pessoas – metade delas crianças – precisam de assistência imediata.
Um porta-voz da ONG disse à agência EFE que um hospital da cidade está atendendo 250 casos graves de desnutrição aguda. O coordenador regional de Comunicações da MSF, Sam Taylor, disse por telefone à agência que “a situação médica é extremamente complicada” nesta cidade.
Segundo o site G1, a MSF registrou 23 mortes por falta de alimentos, dos quais seis tinham menos de um ano, e cinco mais de 60. A ONG informou que as mortes ocorreram no centro de saúde local, que colabora com os Médicos Sem Fronteiras, informou a France Presse.
Outras 13 pessoas que tentaram fugir em busca de alimento morreram depois de pisarem em minas que rodeiam a cidade ou por disparos de franco-atiradores, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Ele acrescentou que os médicos foram obrigados a alimentar as crianças com soros médicos por ser a única fonte disponível de açúcar e energia.

A cidade foi descrita como uma prisão a céu aberto. “Não há nenhuma maneira de entrar ou sair, simplesmente morrer”.
A MSF saudou a decisão de permitir a entrada de alimentos, mas lembrou que “a entrada imediata de medicamentos essenciais também deve ser uma prioridade”.
Em Genebra, as agências da ONU anunciaram que nos próximos dias um comboio humanitário chegará a Madaya. “A situação é terrível”, declarou o porta-voz do escritório de direitos Humanos Rupert Colville.
Foto: Reprodução