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Campanha Setembro Laranja alerta para a obesidade infantil

domingo, setembro 15th, 2019

A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) promove, neste mês, a campanha Setembro Laranja, de combate à obesidade infantil. O intuito é conscientizar a comunidade médica e a população em geral sobre a importância de práticas alimentares saudáveis em casa e nas escolas, bem como estimular a prática de atividades físicas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 41 milhões de crianças menores de cinco anos estejam acima do peso. Para a Sociedade de Pediatria esse dado é alarmante e a entidade está empenhada para que seja drasticamente reduzido. A conscientização é imprescindível para prevenir a obesidade infantil e outros problemas decorrentes de uma alimentação inadequada, defende a sociedade.

De acordo com o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, membro do Departamento de Nutrição da SPSP, as principais implicações do excesso de peso podem ser divididas em problemas de curto, médio e longo prazo. “A curto prazo é a falta de diagnóstico, principalmente falta de conscientização, porque parte das famílias e parte dos profissionais da saúde muitas vezes não avaliam ou interpretam as curvas de crescimento adequadamente e assim deixam de fazer o diagnóstico precoce do excesso e controle de peso”.

A segunda situação, de acordo com o pediatra, são as características emocionais como o bullying, “que começa dentro da própria casa; as características que levam alterações da dinâmica familiar ou de comportamento”. Segundo Fisberg, a carência nutricional é outro fator importante. “Apesar do excesso de peso, quase sempre as crianças nessa condição são seletivas, comem pouco de alguns alimentos e muito de outros. Elas podem ter alterações de pele, de postura, podem ter aumento do colesterol, dos triglicérides, e pode ter aumento da resistência insulínica [levando ao diabetes]. Isso pode causar no futuro um obesidade mais grave, hipertensão, doenças cardiovasculares, alterações lipídicas e todas os aspectos comportamentais e emocionais ligados ao excesso de peso”, alerta.

O pediatra orienta também sobre a prevenção, que deve envolver toda a família. “É importante prevenir através de uma mudança global em todo o sistema de comportamento da família e da sociedade, modificando a alimentação, reduzindo a ingestão de alimentação inadequada e aumentando a atividade física, mas principalmente tendo um comportamento mais consciente em relação a esses aspectos: alimentação, atividade física e de uma forma geral a forma como encaramos o comportamento da alimentação dentro das famílias”.

Fisberg alerta que a obesidade é mais fácil de ser prevenida do que tratada nas crianças. “Hoje aproximadamente uma para cada quatro crianças apresenta excesso de peso, e provavelmente dessas, em torno de 8% a 10% tem obesidade e quase todas tem obesidade grave. Por isso ela deve ser prevenida, porque não é muito simples perder peso exatamente numa fase de crescimento e desenvolvimento, onde faz parte da vida que se ganhe peso, ganhe massa muscular e massa gordurosa, então é preciso equilibrar crescimento e desenvolvimento com restrição de energia e que não modifique o crescimento, por isso é muito mais importante prevenir do que tratar”, adverte.

Orientação

Como parte da programação, está prevista a realização do evento Prevenção da Obesidade Infantil – Setembro Laranja, com transmissão ao vivo pela página da SPSP no Facebook. Segundo a coordenadora da campanha, pediatra Maria Arlete Escrivão, o objetivo é abrir um novo canal de diálogo com a comunidade, levando informações e respondendo as dúvidas sobre a prevenção da obesidade.

“Queremos alertar sobre o aumento da prevalência da obesidade infantil, orientar como preveni-la e explicar suas consequências. Além disso, ressaltar a importância do acompanhamento do peso e da estatura de crianças e adolescentes pelo pediatra, com o objetivo de detectar precocemente o aumento excessivo de peso”, disse a especialista. Agência Brasil

Foto: Marcello Casal Jr./Divulgação/Agência Brasil

Obesidade em adolescentes pode ser causada por falhas de mastigação, diz estudo

segunda-feira, janeiro 23rd, 2017

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Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que a maioria dos adolescentes obesos apresenta problemas na mastigação. De acordo com o estudo, que analisou a forma de comer de 230 jovens, a maioria mastiga de um lado só da boca, ou usa técnicas para ajudar na mastigação, como adição de molho à comida e ingestão de líquidos.

Segundo a dentista Paula Midori Castelo, professora adjunta do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Unifesp, que coordenou a pesquisa, foram selecionados para a análise adolescentes saudáveis com idade entre 14 e 17 anos. Entre os adolescentes, havia os considerados magros, com sobrepeso e, em um nível mais preocupante, os obesos. Nenhum apresentava problemas dentários como cárie ou necessidade de tratamento ortodôntico.

Nos testes, feitos na Faculdade de Odontologia da Unicamp, na cidade de Piracicaba, os voluntários foram filmados enquanto se alimentavam, para que os pesquisadores avaliassem seus possíveis hábitos alimentares que podem contribuir para a obesidade.

Paula disse que a maior parte dos obesos pratica a mastigação unilateral, um problema comportamental, sem relação com problemas dentários. Essa falha sobrecarrega os dentes, ossos e musculatura de um lado da arcada dentária.

“No dia a dia, as pessoas podem querer mastigar de um lado só por restaurações mal feitas ou próteses. Mas não é legal mastigar de um lado só, porque você não mistura adequadamente o alimento com a saliva, não tritura tão bem, não forma o bolo alimentar adequado”, disse ela.

Outro hábito observado com mais frequência entre os obesos é a adição de molho aos alimentos secos, o que facilita a mastigação e a deglutição. Eles também mostraram preferência por alimentos cortados em pedaços menores, carnes desfiadas e dispensam morder uma maçã inteira, por exemplo.

Tomar sucos, refrigerantes e água durante as refeições também é prejudicial, porque a tendência entre os voluntários foi engolir pedaços grandes de comida usando os líquidos para facilitar o processo. “Quando as partículas diminuem, elas chegam no estômago prontas para serem digeridas, para que as enzimas atuem para absorver os nutrientes. O alimento mal mastigado causa fricção no esôfago e a absorção dos nutrientes é prejudicada. O obeso também tem carência nutricional”, explicou.

Foto: Agência Brasil

Menino de 5 anos pesa 80 quilos e corre risco de morrer a qualquer momento

segunda-feira, abril 11th, 2016

Misericórdia. Aos cinco anos, o menino Misael Caldogno Abreu e os pais, do Espírito Santo, vivem com o receio de que Misael morra, fruto do excesso de peso.

Misael pesa cerca de 80 quilos, muito mais do que qualquer um dos seus amigos da mesma idade. Uma reportagem da Barcroft revela a dificuldade que os pais têm tido em controlar o apetite insaciável, e perigoso, desta criança.

Nascido com um peso normal, de cerca de três quilos, Misael começou a engordar desde muito novo, fruto da condição rara de que padece. Foram já várias as vezes em que, durante o sono, Misael esteve momentos sem conseguir respirar e hoje em dia dorme com um aparelho que o ajuda nas funções respiratórias.

Nesta fase de vida, Misael faz caminhadas de cerca de 40 minutos por dia, com os pais, que têm controlado a sua dieta. Mas mesmo assim as visitas mensais ao pediatra neurologista Lúcio Miranda Coelho continuam a registar aumentos de peso, “às vezes até cinco quilos”, diz o pediatra, que alerta para a necessidade de os pais da criança contarem com apoio financeiro, para que Misael possa ser sujeito aos testes de laboratório e genéticos de que necessita.

Foto: Reprodução

Fonte: Notícias ao Minuto