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Polícia Civil finaliza inquérito sobre mortes no bairro do Cabula

terça-feira, junho 30th, 2015

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Olha aí. O inquérito que apura a morte de 12 pessoas durante uma ação policial, no dia 6 de fevereiro de 2015, no local conhecido como Vila Moisés, no bairro do Cabula, em Salvador, foi finalizado. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da Polícia Civil nesta segunda-feira. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De acordo com a Polícia Civil, antes de ser enviado à Justiça e ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), o delegado-geral Bernardino Brito Filho pediu vistas para ter acesso ao documento.

Em junho, nove policiais militares da Rondesp Central denunciados pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) foram ao Fórum Criminal, em Sussuarana, para tomar conhecimento de que respondem a processo.

A denúncia foi aceita pelo juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que solicitou a presença dos envolvidos.

Foto: Estadão Conteúdo

Mortes no Cabula: Soldado da Rondesp desabafa e escreve carta ao promotor Davi Gallo

terça-feira, maio 19th, 2015

Vixe. A decisão do Ministério Público da Bahia em abrir processo criminal contra os nove policiais da Rondesp envolvidos na operação que deixou 12 mortos na comunidade Vila Moisés, no Cabula, em fevereiro de 2015, repercutiu bastante entre policiais de toda a Bahia.
Revoltado, o soldado Isac, escreveu uma carta ao promotor Davi Gallo, onde defende a tropa e critica o parecer do MP.
Leia abaixo o desabafo do militar:
Poderia estar agora Sr. Davi Galo lamentando, com peso na consciência, apreensivo, envergonhado. Mas não, sabe por que Sr. Davi Galo?? Porque eu já esperava isso, eu esperava um desfecho diferente daquele que pessoas sérias costumam dar, pessoas comprometidas em fazer justiça, ao invés de querer agradar as ONGs ou entidades que têm como papel fundamental, defender os que andam à margem da lei.
O Sr. Davi Galo não tendo como fundamentar sua denúncia diz para justificar sua decisão que fomos ali vingar um tiro que o tenente havia levado, praticando homicídios contra pessoas acuadas. Nós policiais sérios não trabalhamos assim, ao sairmos de nossas casas não saímos com espírito de vingadores, somos a malha protetora da sociedade e temos a vida como o bem tutelado pelo Estado.
Me indigno porque em nenhum momento o Sr. Davi Galo, mesmo sabendo, falou na entrevista que os meliantes que ali estavam, tinham em sua posse pistolas de uso restrito como . 45, glocks 9mm, revólveres, escopeta, estavam trajando uniforme de forças armadas, drogas em mochila, mais de 20 aparelhos celulares, explosivos, e uma série de objetos que são usados na prática de diversos crimes, sem falar no horário que foi às 2h da manha, quando pessoas bem intencionadas, ao invés de estar em uma boca de fumo, estão dormindo. 
O Sr. Davi Galo mesmo disse em uma visita que teve no local, que constatara que ali era um lugar dominado pelo tráfico de drogas, e que até um desmanche de motos o Sr. tinha encontrado. O Sr. Davi Galo disse que pede a nossa preventiva porque ameaçamos as vitimas, quando na verdade, éramos nós policiais que desde o dia do fato andamos de colete 24h, pois foi oferecido pela nossas cabeças dinheiro, e não foi pouco dinheiro. 
E o que dizer do Sgt. que foi baleado??? Será que ele se atingiu?? Será que ele escolheu alguém para atingi-lo na cabeça?? O Sr. Davi Galo defendia a ação, porém na última semana mudou o discurso juntamente com o Sr. Cassio por que será?? Perguntar não ofende, o art 5 da Constituição Federal me dá o direito de livre expressão.
A verdade virá à tona, as pessoas que não se conformam com coisas erradas saberão a veracidade dos fatos. A justiça humana pode falhar, porém a Divina JAMAIS. Deus é o justo juiz e julga com justiça. Mesmo assim acredito nos senhores juízes, sobre estes pesa a responsabilidade de julgar sem interferências externas.
Aos meus irmãos policiais da situação FORÇA!!!! Deus SEMPRE esteve do nosso lado, pois as autoridades foram instituídas por ELE, Romanos 13. E é nesses momentos difíceis que o Senhor envia anjos do CÉU para nos consolar, guardar e proteger. Termino minhas palavras com o versículo bíblico que me toca muito. O choro dura uma noite, mas a alegria virá ao amanhecer. Sem luta não há vitória. SELVA SEMPRE SELVA!!!
Foto: Reprodução

 

‘Não tenho culpa de ser branco’, diz Major Tadeu ao afirmar ser vítima de racismo

sexta-feira, fevereiro 27th, 2015

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O ex-deputado estadual Major Tadeu (PSB), viveu um dos momentos de tensão durante audiência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA) desta quinta-feira, dia 26. Durante seu discurso, Tadeu foi vaiado várias vezes pelo público presente no auditório da entidade e teve dificuldades para terminar o discurso, tendo que contar, em alguns momentos, com o auxílio de representantes da OAB-BA, que pediam ordem no local. O ex-deputado afirmou ter sido vítima de racismo por parte de um dos integrantes da plateia do evento. “Estava falando sobre o modelo de segurança pública, quando um negro se levantou e disse que não estava aqui para ouvir um branco falar. Isso é racismo também”, disse. Tadeu ainda afirmou que não iria “revidar esse racismo” e pediu que os integrantes do movimento negro refletissem sobre o ocorrido, que, na opinião dele, indica um racismo às avessas. “Eu peço uma reflexão a uns poucos do movimento negro que estão sendo racistas. Isso é racismo. Eu não posso admitir isso. A cor da pele, pra mim, não é relevante e, sim, a inteligência da pessoa, o bom coração e as boas ações das pessoas. Eu sei que foi uma minoria, foi apenas um que fez isso, o movimento negro está de parabéns, tem que lutar mesmo, tá correto, tá certo. Mas eu fui vítima de racismo aqui, quando ouvi isso. Eu estava, simplesmente, propondo mudanças para o modelo de segurança pública”, afirmou. Tadeu ainda avaliou como positiva a audiência desta quinta e que o modelo de segurança pública atual precisa ser revisto. “Esse modelo de segurança pública tem que ser revisto mesmo, o governo tem falhado. Todos os governos, não só o atual. Todos pecaram em não corrigir o modelo de segurança. Os movimentos negros tem razão nos protestos que fazem, os policiais militares e civis tem razão nos protestos que fazem”, disse. O major ainda afirmou ver “risco de guerra” entre policiais militares e a população negra. “Existe um risco de guerra. Esse clima de tensão pode levar a isso. Eu estou muito preocupado. A forma como se conduz esse debate pode levar a isso e isso me preocupa. Por isso, não vou revidar o racismo que sofri”, declarou. Tadeu continuou: “eu não tenho culpa de ser branco”. “Eu nasci branco por uma questão de genética. Branco, vírgula! Meu cabelo tem DNA negro. Tenho negros na minha família. Minha pele é branca porque não tomo sol, mas eu sou mestiço. Então, eu fui vítima de racismo. Isso é inaceitável”, bradou.

 

Foto: Reprodução/OAB