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Hugo Motta diz que contas públicas estão completamente desajustadas

terça-feira, junho 10th, 2025

Olha, olha. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que é preciso haver uma agenda de médio e longo prazos para encontrar uma saída para a situação fiscal do Brasil. Segundo ele, as contas públicas estão completamente desajustadas, e o País caminha para uma situação de ingovernabilidade fiscal. Motta participou de evento promovido pelo jornal Valor Econômico na segunda-feira, dia 9/6, em São Paulo.

O deputado afirmou ainda que, se o Brasil não adotar medidas mais estruturantes para organizar as contas públicas, os aumentos de impostos, visando a uma maior arrecadação para cobrir novos gastos, continuarão a ser debatidos.

“Vou continuar insistindo em um debate estruturante. Precisamos discutir o gasto público, o país está caminhando para uma situação de ingovernabilidade (fiscal), e terá que ter um choque nessa relação de receita e despesa. O que está em jogo é o futuro do país, e precisamos colocar o dedo na ferida”, afirmou Motta.

Equilíbrio fiscal
No domingo à noite, em reunião com o Motta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e líderes partidários das duas Casas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou as propostas do governo para garantir o equilíbrio fiscal das contas públicas, com o apoio do Congresso Nacional.

São diversas alternativas ao aumento do IOF para serem analisadas pelos parlamentares: a cobrança de Imposto de Renda (alíquota de 5%) sobre títulos hoje isentos, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA); a taxação das apostas esportivas (bets), que deverá subir de 12% para 18%; a redução dos gastos primários, entre outras.

Segundo Motta, o governo apresentou uma alternativa à alta do IOF, e falou-se pouco sobre um debate mais estrutural. Motta quer um engajamento maior do Poder Executivo nessa pauta e ressaltou que não há um compromisso firmado em aprovar essas medidas propostas pelo governo. Ele afirmou ainda que o governo está disposto a fazer um debate sobre o exagero das isenções fiscais, tema sobre o qual há um consenso. O presidente cobrou algum tipo de aferição desses benefícios em relação à contrapartida que o Estado recebe.

“Fácil não vai ser, mas das medidas faladas que estamos tratando, nessa medida [revisão das isenções fiscais] há uma concordância geral que estão muito exageradas”, disse. “Essas isenções crescem de forma vertiginosa, e está em um nível que o País não suporta mais, são R$ 800 bilhões em isenções, e que esse corte será debatido, para que possamos fazer algo escalonado”, prosseguiu o presidente.

Gasto primário
Motta cobrou que o governo assuma a discussão sobre a redução do gasto primário. As despesas primárias são os gastos do governo com pessoal, custeio, investimento, entre outros, excluindo as despesas com juros e amortização da dívida pública. O presidente quer que o tema seja pactuado entre Legislativo e Executivo. Ele destacou ainda que um país em crescimento econômico e com aumento dos níveis de emprego precisa fazer o dever de casa para ter um ambiente econômico com mais estabilidade.

“O que estamos tratando é que a situação do país é grave e é preciso ter responsabilidade. Ninguém quer abrir mão de nada, quem está ganhando acima do teto quer continuar ganhando; o parlamentar não quer corte de emenda; o governo não quer discutir determinado assunto porque desagrada a sua base. Tem que tratar as coisas com responsabilidade”, defendeu Motta.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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Fotografia: Reprodução/Youtub

Contas públicas fecham novembro com saldo negativo de quase R$ 20 bilhões

terça-feira, dezembro 29th, 2020

O Governo Central – Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social – registrou déficit primário de R$ 18,241 bilhões, em novembro, informou nesta terça-feira 29/12, a Secretaria do Tesouro Nacional. O resultado apresentou crescimento real (descontada a inflação) de 5,5%, em relação a novembro de 2019. É o maior saldo negativo para o mês desde novembro de 2016, quando ficou em R$ 44,324 bilhões.

O déficit primário é o saldo negativo nas contas do governo, com despesas maiores que as receitas, sem considerar nesse cálculo os gastos com juros da dívida pública.

Apesar do crescimento do déficit, o resultado de novembro foi melhor que a expectativa do mercado financeiro (pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Economia), que indicava um déficit de R$ 55,1 bilhões.

“Assim como nos meses anteriores, o déficit observado em novembro é influenciado pelo aumento das despesas do Poder Executivo decorrentes de medidas de combate à crise da covid-19”, diz o relatório do Tesouro Nacional.

No entanto, acrescenta o Tesouro, o recolhimento em novembro de parte das receitas adiadas no início da pandemia resultou em impacto positivo no fluxo de arrecadação. A receita total de novembro de 2020 (R$ 139,760 bilhões) cresceu 5,4% em termos reais quando comparada ao mesmo mês de 2019. A despesa total chegou a R$ 131,381 bilhões, com aumento de 6,4%.

Resultado acumulado

De janeiro a novembro, o déficit primário ficou em R$ 699,105 bilhões, contra R$ 80,428 bilhões, em igual período de 2019.

Até o mês passado, os gastos com as medidas de combate à crise causada pela pandemia de covid-19 totalizaram R$ 487,4 bilhões.

Em 12 meses até novembro, o déficit primário chegou a R$ 732,9 bilhões, o equivalente a 9,6% do Produto Interno Bruto (PIB). A atual projeção do governo para o déficit primário é de R$ 831,8 bilhões, cerca de 11,5% do PIB, neste ano.

Fotografia/Fonte: Agência Brasil