Olha aí. O Senado aprovou uma proposta que institui o Dia do Axé Music. A data escolhida é 17 de fevereiro. Exatamente em alusão a música “Fricote”, do cantor e compositor baiano Luiz Caldas, que foi tocada pela primeira vez em um domingo de carnaval, na Bahia, no ano de 1985, e é considerada um marco inicial do gênero.
E o cantor Luiz Caldas celebrou a homenagem à axé music e ao seu trabalho.
“Axé Music ele é diretamente ligado ao Carnaval, né? Um movimento musical diretamente ligado ao carnaval. E eu fico muito, mas muito feliz mesmo em ser o precursor, entendeu? dessa coisa toda que a gente, eu mesmo não tinha ideia que fosse se tornar eh esse movimento tão gigantesco, com tanta gente boa participando. Mas fico feliz em ter deflagrado esse movimento.”
Nessa época, nem era utilizada a expressão “Axé Music”. Esse termo só começou a ser ventilado no meio cultural e na imprensa a partir de 1987.
Com o passar do tempo, esse gênero musical foi conquistando espaço e se firmando como uma expressão artística que incorpora influências do samba-reggae, frevo, ijexá e outros ritmos afro-brasileiros.
Além de uma ferramenta cultural de valorização da diversidade e do resgate às raízes afrodescendentes, o Axé contribui para a geração de emprego e renda, e é considerado um grande vetor econômico da economia da Bahia.
O termo “axé” vem da língua iorubá e significa “força”, “energia vital” ou “poder sagrado”, expressão ligada às religiões afro-brasileiras e que sintetiza, de modo simbólico, a potência cultural, espiritual e identitária da Axé-Music.
Com a aprovação agora no Senado, a proposta de criação do Dia Nacional da Axé Music segue para a sanção presidencial.
Olha aí. A Câmara dos Deputados aprovou proposta que cria o Dia Nacional da Axé Music, a ser celebrado em 17 de fevereiro. O Projeto de Lei 4187/24 segue agora para o Senado.
Segundo a autora da proposta, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), o dia 17 de fevereiro é quando começou o primeiro Carnaval após o lançamento da música Fricote, de Luiz Caldas, considerada a precursora da axé music. Resultado da fusão da sonoridade africana dos blocos com outros ritmos, como reggae, samba e rock, a axé music recebeu esse nome em 1987, dois anos depois do lançamento de Fricote. O gênero musical comemora 40 anos em 2025.
Segundo o relator do projeto, deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), o axé fortalece a identidade cultural da Bahia e exerce um impacto significativo e crescente na economia local e nacional. “Axé music se consolidou como um símbolo de resistência e afirmação da cultura baiana, refletindo a força e a diversidade do povo nordestino”, disse.
Em 2025, segundo previsão da Federação do Comércio da Bahia (Fecomércio-BA), o Carnaval deve impulsionar a economia baiana com uma movimentação estimada em R$ 4,5 bilhões nos setores de comércio e turismo. “O Axé, com sua energia vibrante e contagiante, desempenha papel central nesse evento, impulsionando setores como hotelaria, gastronomia, transporte e diversos outros serviços”, afirmou Almeida.
Geração de empregos A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) defendeu a votação do projeto. “São 40 anos em que artistas se renovam, empregos são gerados. É um movimento importante que precisa ser registrado”, disse a parlamentar, lembrando que já foram aprovadas homenagens na Câmara à música clássica, ao gospel e ao samba.
O deputado José Rocha (União-BA) ressaltou que o axé é um movimento cultural nascido na Bahia e garante a subsistência de várias pessoas durante o período de Carnaval. “Estamos tratando de um momento cultural, cultura que nasceu na Bahia.”
Para o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ), a axé music se tornou “o pão de cada dia” de pais de família em diferentes empregos. Ele afirmou que a proposta reconhece a importância política, econômica e cultural da axé music. “Muitas vezes, a festa é a fresta por onde as classes populares driblam as dores da vida e vivem melhor a sua própria vida.”
A proposta foi tema de audiência pública da Comissão de Cultura, em novembro do ano passado, quando os debatedores exaltaram a importância social e histórica do axé como expressão das raízes negras da Bahia e do Brasil. Entre os presentes estavam a cantora e hoje ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a cantora Daniela Mercury.
Críticas O deputado Gilson Marques (Novo-SC) criticou o debate sobre a criação da data e comparou a votação da proposta com a política do “pão e circo”, prática do Império Romano para controlar a população e distraí-la de problemas sociais e políticos. “O Congresso Nacional custa R$ 40 milhões por dia para vir aqui e votar o dia do axé? É inacreditável”, disse.
A deputada Clarissa Tércio (PP-PE) classificou a proposta como inútil. “Se houver música boa, se houver música para dançar, ninguém vai sentir fome ou ficar preocupado com a escalada de preços”, disse, ao criticar a votação.
O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) lembrou que, atualmente, o próprio autor da música Fricote reconhece a letra da canção como misógina e preconceituosa.
Para o deputado Eli Borges (PL-TO), muitas das músicas de axé “não constroem o ser humano como essência”. Borges afirmou que o Congresso não deveria parar para analisar uma proposta como essa.
De volta. Depois de abandonar o Axé Music por oito anos e se converter à igreja protestante, o cantor e compositor Pierre Onasis está de volta. Dia 25 de setembro, a partir das 7h da noite, no Largo de Quincas Berro D´Água (Pelourinho) o artista inicia os ensaios do Afrodisiaco.
Pierre e seus empresários conseguiram recuperar a marca da banda que ele formou e estourou com Jau. Um dos compositores mai gravados pelas bandas de axé, Pierre Onassis, que veio do Olodum, promete chegar com tudo. Segundo o Blog do marrom, ele não vai abandonar a religião.