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Entreposto de mel é inaugurado em comunidade rural

segunda-feira, junho 14th, 2021

Interessante. Apicultores de todo o Território Costa do Descobrimento agora contam com um entreposto de beneficiamento de produtos das abelhas, na comunidade Fazenda Santa Cruz, na Cidade de Eunápolis, Extremo Sul da Bahia. O empreendimento, inaugurado na quinta-feira, dia 10/6, pelo Governo do Estado, será gerido pela Associação dos Apicultores de Eunápolis (Asoape) e deve aumentar o faturamento da organização produtiva em até 60%.

O entreposto de mel possui a capacidade de processamento de 1.600 quilos de mel em favo e 1.250 quilos de mel em balde, por dia. No local, será processado não apenas o mel do município, mas de todo o território, e receberá matéria-prima, em favos ou em baldes, oriundas de outros estabelecimentos, para o fracionamento em potes, sachês e envase em baldes e tonéis.

O empreendimento está registrado no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e já pode comercializar em todo o estado da Bahia. Também já está adequado para receber o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI) para comercialização em nível nacional.

A ação é fruto de convênio firmado entre a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Superintendência da Agricultura Familiar (SUAF), e a Asoape, com execução financeira pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).

O secretário da SDR, Josias Gomes, participou da inauguração e destacou a importância do empreendimento: “Estamos dando um passo largo, no intuito de dar um destino a um produto final, aquilo que é um produto muito forte na agricultura familiar do Extremo Sul, para que haja agregação de valor. Desse modo, o retorno financeiro será maior. Com o entreposto, todo o território vai avançar. É um arranjo produtivo muito bem concebido. Um modelo ideal de desenvolvimento da agricultura familiar”.

Foram investidos R$ 619,4 mil na construção do entreposto, kits de produção contendo caixas de mel, indumentárias e equipamentos de proteção individual e uma motocicleta, para fazer georreferenciamento nas áreas dos apicultores e outros serviços da associação. Serão beneficiadas diretamente 48 famílias do município de Eunápolis, além dos demais produtores do Território.

O presidente da Asoape, Rubens de Jesus Ribeiro, destacou que o faturamento da associação, que em 2020 foi de R$ 448 mil, deve aumentar em até 60%. “A produção dos últimos anos foi de 56 toneladas por ano e a expectativa em 2021 é de subir para 70 toneladas. A partir de agora, vamos comercializar nosso produto não só no mercado dos municípios, mas em toda Costa do Descobrimento e em toda a Bahia. Com isso, agregará valor ao nosso produto, pois nós poderemos ter mais uma forma de comercialização. Hoje, comercializamos com entrepostos de outros estados e para atravessadores, que compram nosso mel para exportar”.

Fotografias/fonte: SDR

Adab alerta apicultores sobre o Besouro das Colmeias

domingo, julho 17th, 2016

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Em decorrência da oficialização do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para presença do ‘Pequeno Besouro das Colmeias’, em território nacional, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), unidade da Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri), alerta aos apicultores sobre a notificação obrigatória e como identificar a praga que pode chegar ao estado, trazendo graves prejuízos econômicos para a atividade apícola e meliponícola. A Bahia responde por 8% do mel produzido no País, com uma produção que ultrapassa três mil toneladas (IBGE 2014).

O Aethina tumida, conhecido popularmente como ‘Pequeno Besouro das Colmeias’, foi observado pela primeira vez no estado de São Paulo, em março de 2015. No entanto, o conhecimento da sua presença se deu após a notificação à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), em fevereiro de 2016. Os principais danos são causados pelas larvas do besouro, que se alimentam das larvas das abelhas e do pólen, tornando-os impróprios para consumo humano, além de causar a fuga do enxame e o abandono da colmeia. Esta é uma praga de notificação obrigatória, o que significa dizer que qualquer pessoa, seja apicultor, o meliponicultor e cidadão em geral, tem o dever de informar a presença ou mesmo a suspeita de qualquer agente biológico às autoridades responsáveis, no caso à Adab.

De acordo com os diretores de Defesa Sanitária Animal e Defesa Sanitária Vegetal da Adab, Rui Leal e Armando Sá, respectivamente, as equipes oficiais de Sanidade Animal e Vegetal estão atentas para a identificação do besouro, com o objetivo de conter a rápida disseminação. Mas é preciso que a classe produtora, composta predominantemente pela agricultura familiar e principal afetada pelos possíveis danos causados, aprenda quanto aos aspectos biológicos desse inseto e como proceder em caso de suspeita.

A coordenadora do Programa de Sanidade Apícola, Rejane Noronha, esclarece que orientações serão realizadas em apiários já cadastrados na Adab. Entre os dias 4 e 8 deste mês, foi realizada uma visita técnica à Cooperativa de Apicultores de Canavieiras, onde fiscais da Agência orientaram os apicultores sobre o besouro, por meio de uma palestra, e algumas colméias foram inspecionadas.

Como identificar e prevenção

“Todos são capazes de identificar as características do inseto/praga facilmente visíveis a olho nu, devendo, ainda que se trate apenas de suspeita, coletá-lo, acondicioná-lo em um frasco limpo e bem fechado, contendo álcool 70% (até cobrir os besouros e/ou larvas), ou mesmo em um recipiente, sem álcool, no congelador, para viabilizar posterior confirmação. Assim que possível, a Defesa Agropecuária deve ser acionada”, detalha a coordenadora.

As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos e invadem as colmeias de abelhas, onde botam ovos com aparência perolada, medindo 1,5 milímetro de comprimento. Esses ovos eclodem, gerando larvas que possuem diversas protuberâncias no corpo e podem medir até 9,5 milímetros. Após sua maturação, as larvas saem das colmeias, indo ao solo, onde passarão ao estágio de pupa.

Os besouros Aethina tumida recém-saídos da pupa são marrom claro e escurecem progressivamente. Os adultos medem, aproximadamente, um terço do tamanho das abelhas, podendo variar de acordo com a qualidade de alimentação e clima. São capazes de voar por muitos quilômetros (até 13 km), o que facilita a sua dispersão. Ele pertence à família Nitidulidae ,com mais de 200 espécies, muitas são pragas de frutas. Existem relatos de que podem sobreviver alguns dias em frutas como abacate, toranja e melão, o que torna viável a sua disseminação por meio de carregamentos de frutas de regiões infestadas para não infestadas.

O diretor-geral da Adab, Marco Vargas, ratifica que as equipes da Agência iniciaram um trabalho de mobilização e conscientização junto aos produtores. “A recomendação inicial é que não se traga abelhas rainhas e colônias de abelhas de outros estado ou países, mesmo as nativas, já que estudos preliminares mostram que existe possibilidade deste besouro infestar também estas espécies de abelhas”. O apicultor deve manter as colônias fortes, o que inclui boa rainha, alimentação, e outras práticas de manejo, e também mantê-las sob o sol para criar solos secos, o que ajuda a prevenir a fase de pupação do inseto.

 

Foto/fonte: Ascom/ADAB