Fim do mistério. A ex-candidata à presidência da República, Marina Silva (PSB), terceira candidata mais votada no primeiro turno das eleições, afirmou neste domingo, dia 12, que o apoio à candidatura do presidenciável Aécio Neves (PSDB), é “inteiramente coerente com a renovação da política” e não considerou um problema o fato de o tucano não ter voltado atrás em seu projeto de redução da maioridade penal.
“O que nós estamos fazendo é inaugurar, sim, a nova política. Todos estavam imaginando que seria apenas o apoio como sempre é feito. Mas foi feito em base de um programa. Como foi feita a aliança que eu e Eduardo Campos fizemos há um ano”, afirmou, em entrevista logo após declarar seu apoio ao tucano em São Paulo.
“Em uma eleição em dois turnos, você toma uma decisão em relação aquilo que acha que é o melhor para o Brasil”, defendeu.
No primeiro turno, Marina dizia em seu discurso representar uma “nova política” e criticou diversas vezes a bipolarização entre o PT e o PSDB. A pessebista disse que no segundo turno de 2010, quando disputou a presidência pelo PV, optou pela neutralidade porque os então candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) não se comprometeram com pontos de seu programa de governo.
“Infelizmente, o debate não aconteceu em torno de propostas. E a presidente Dilma, que assinou compromissos inclusive com o Código Florestal, não cumpriu esses compromissos nos quatro anos em que foi presidente e tivemos um imenso retrocesso na agenda ambiental e socioambiental do Brasil”, disse.
A ex-ministra do governo Lula (PT), que havia pedido a retirada da proposta de redução de maioridade penal do programa de Aécio Neves e não foi atendida, relativizou a questão. “[A carta compromisso] abre um espaço para o debate sobre esse tema quando diz que não quer tratar a questão da juventude como um caso de mera punição por problemas que são de responsabilidade de todos nós. Acredito que está aí aberto o espaço para o diálogo, não apenas com pessoas e partidos, mas com a sociedade”, avaliou.
Para a ex-senadora, os compromissos firmados pelo peessedebista não são uma resposta individual ao que ela e os outros partidos de sua aliança apresentaram. “Obviamente, quando se faz alianças, se faz com diferentes sem prejuízo de continuar defendendo nossas propostas”, concluiu.
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