Delegados falam da operação que prendeu Paulinho Mega, o pai e o comparsa dele

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Crueldade retada. O delegado-geral da Polícia Civil, Hélio Jorge Paixão, e o titular da Coordenação de Operações Especiais (COE), delegado Cleandro Pimenta, apresentaram à imprensa, na manhã desta segunda-feira, dia 8, os detalhes da investigação que levaram à elucidação do sequestro e morte do advogado Ricardo Melo Andrade e na prisão dos envolvidos Paulo Gomez Guimarães Filho, conhecido pelo vulgo “Paulinho Mega”, de 37 anos, seu pai, Paulo Gomez, de 65, e Arivan de Almeida Morais, 36.
“Paulinho Mega” e seu pai foram presos em um hotel, em São Paulo, na sexta-feira, dia 5, durante operação para cumprimento de mandados, que contou com o apoio do DHPP e da Divisão Anti-sequestro da Polícia Civil paulista. Já Arivan, foi capturado na madrugada de domingo (7), no bairro de Pirajá, em Salvador, onde reside, por uma equipe da COE.
No decorrer da investigação, que também contou com o apoio da Superintendência de Inteligência (SI), da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), a polícia apurou que “Paulinho Mega” foi sentenciado a 22 anos de prisão por tráfico internacional de drogas, em abril deste ano, e planejou o sequestro do advogado para conseguir dinheiro e fugir do país.
Em 2010, ele foi preso no Mato Grosso com quatro quilos de cocaína e em seguida transferido para Salvador, onde conseguiu progressão da pena para prisão domiciliar. Aqui, Paulinho conheceu Arivan na cadeia, também condenado a 25 anos de prisão por latrocínio, ocorrido em Santo Antônio de Jesus.
A dupla sequestrou o advogado e o manteve em cativeiro num casebre, nas imediações da fábrica Bahia Palets, em Castelo Branco, próximo à Colônia Penal Lafayete Coutinho. Ricardo foi morto com uma paulada na cabeça e teve o corpo jogado numa cisterna no mesmo terreno, que depois foi lacrada.
Paulinho aponta Arivan como o responsável pela morte e ocultação do cadáver da vítima, alegando que viajou para São Paulo no dia seguinte ao sequestro para negociar com a família da vítima de lá. Depois de uma semana, como não recebeu pagamento, ligou avisando ao comparsa sobre a recusa. Ele afirma que não decidiu sozinho pela morte do refém.
Já Arivan, afirma em depoimento que Paulinho viajou depois que Ricardo já havia sido assassinado e ambos ocultaram seu corpo. A polícia investiga qual das versões é verdadeira.
Paulinho e Arivan tiveram as prisões preventivas decretadas e vão responder pelos crimes de sequestro e ocultação de cadáver. Até o momento, Paulo Gomez cumpre prisão temporária de 30 dias, até que seja esclarecida sua participação no crime. Todos os envolvidos deverão ser encaminhados ao sistema prisional.
O corpo do advogado foi resgatado pelos bombeiros, no domingo (7), e passará por exames de arcada dentária no Departamento de Polícia Técnica (DPT) e, se necessário, por exame de DNA, para identificação.

Foto e fonte: Ascom/Polícia Civil

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