No dia 1º de novembro de 2022, foi divulgado na Revista da Propriedade Industrial (RPI) nº 2.704 o reconhecimento do Vale do São Francisco como Indicação de Procedência (IP) para vinhos finos, nobres, espumantes naturais e moscatel espumante. A área de produção dos vinhos tropicais é formada por cinco municípios localizados em dois estados do Nordeste: Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande e Petrolina, em Pernambuco, e Curaçá e Casa Nova, na Bahia.
Com essa concessão, o país agora tem 105 Indicações Geográficas registradas no INPI, sendo 73 de procedência (todas nacionais) e 32 denominações de origem (23 nacionais e 9 estrangeiras). A atual área delimitada da IP Vale do São Francisco surgiu com a organização da produção agrícola irrigada da região, que começou na década de 1960, segundo os documentos apresentados ao INPI. A irrigação possibilitou que terras, até então consideradas improdutivas, se tornassem áreas verdes ao longo das margens do Rio São Francisco.
A comercialização dos vinhos tropicais começou na década de 1980. Sendo assim, as videiras detêm uma região com características únicas no mundo. “Este é o único lugar do mundo que produz, hoje, duas safras de uvas por ano, resultado das características naturais da região e do conhecimento de seus produtores”, explica André Arruda, diretor da Rio Sol. O projeto de criação da Rio Sol começou no ano de 2003. A empresa está localizada no Vale do São Francisco, na cidade de Lagoa Grande, em Pernambuco.
Anualmente são produzidas, aproximadamente, 3 milhões de garrafas, entre vinhos e espumantes, distribuídos para todo o Brasil. Unindo o clima semiárido de Pernambuco com as características únicas das vinhas portuguesas, os vinhos Rio Sol se destacam pela qualidade e exclusividade. “Trata-se de um marco histórico para a região, pois é o resultado do trabalho e esforço de vários anos das vinícolas envolvidas no processo de certificação da indicação geográfica, sendo a primeira indicação de vinhos tropicais do mundo”, ressalta Arruda.
Nem toda a produção do Vale do São Francisco poderá utilizar o selo da IP. Apenas os vinhos nobres, finos, moscatéis espumantes e espumantes naturais produzidos, engarrafados e envelhecidos 100% na área geográfica delimitada, que possui 25.138 km², poderão solicitar o selo. “A expectativa é que, com a certificação, a projeção do vale do São Francisco como produtor de vinhos de qualidade aumente, e que mais pessoas e turistas visitem a região em busca de seus vinhos, do Enoturismo e de conhecer o método de cultivo particular e único no mundo”, finaliza Arruda.
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Crédito: Revista Rural
Fotografia: Helder Ferrer/Divulgação
Tags:Casa Nova, Curaçá, PRODUÇÃO DE UVA, PRODUÇÃO DE VINHOS, UVA, Vale do São Francisco