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Secretaria de Cultura da Bahia emite nota de pesar pela morte de Riachão

segunda-feira, março 30th, 2020

É com grande pesar que a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) manifesta solidariedade ao samba brasileiro, que perde hoje um dos seus maiores bambas, e aos familiares do cantor e compositor Clementino Rodrigues, o nosso eterno Riachão.

Baiano nascido em 14 de novembro de 1921, em Salvador, antes de ser o grande sambista que se tornou uma referência nacional, Riachão (apelido que ganhou ainda criança) foi um menino que cresceu no bairro do Garcia, onde vivia até hoje. Começou a cantar aos nove anos em festas e eventos da comunidade, batucando em latas d’água, nascendo ali um vínculo com a música que duraria por toda a sua vida. Sua primeira composição foi aos 12 anos, um samba sem título, no qual as letras diziam: “Eu sei que sou moleque, eu sei, conheço o meu proceder/ Deixe o dia raiar que a minha turma, ela é boa para batucar”.

Tornando-se cantor de rádio, foi considerado o Cronista musical da cidade, por trazer o cotidiano de Salvador e dos baianos em seus sambas. Riachão além de ser intérprete teve obras gravadas por incontáveis artistas, como Caetano Veloso, Jackson do Pandeiro, Cássia Eller e Gilberto Gil, entre tantos outros nomes da música nacional, que sempre lhe manifestaram admiração e respeito. Dentre as suas canções mais conhecidas, clássicos como “Cada Macaco no seu Galho”, “Vá Morar com o Diabo” e “Retrato da Bahia”.

O carnaval foi também uma grande paixão do sambista, que teve passagens marcantes no Carnaval do Pelô. Dentre estas, em 2016, na celebração dos 100 anos do samba, Riachão esteve entre os doze bambas homenageados pela SecultBA na noite de abertura da festa, ao lado de nomes como Paulinho da Viola, Gal do Beco, Edil Pacheco e João do Boi, recebendo um troféu por sua imensa contribuição ao gênero.

Em 2018, show “Riachão Patrimônio do Samba” foi destaque da noite de encerramento do Carnaval do Pelô, quando o nosso bamba foi visto no palco ao lado de Ana Paula Albuquerque e do grupo Paulinho Timor e os Bambas de Sampa. Na ocasião, Riachão exprimiu a emoção e a alegria que lhe eram características, tal qual o seu amor pelo samba. “Estou felicíssimo. Eu nasci no samba e fico extremamente feliz de ver o povo sambando, afinal o samba é a beleza deste Brasil e o país precisa se lembrar deste momento”.

Foto: Carol Garcia/Divulgação/GOVBA