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“Mexeu com a senhora, mexeu com a gente”, diz ministra Damares à prefeita de Cachoeira

terça-feira, maio 11th, 2021

“Mexeu com a senhora, mexeu com a gente”, afirmou a ministra Damares Alves ao lado da prefeita da Cidade de Cachoeira, no interior da Bahia, Eliana Gonzaga (Republicanos), que relata ameaças de morte e de ataques racistas desde a campanha eleitoral em 2020. A titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) foi até o município nesta segunda-feira (10) para acompanhar o caso.

Gonzaga foi a primeira mulher eleita para o cargo no município. Além das ameaças à vida da prefeita, dois de seus correligionários foram mortos em crimes com indícios de execução.

A ministra colocou o Governo Federal à disposição para a proteção da vida e do mandato de Gonzaga. “Nós não vamos permitir esse atentado à democracia. Se precisar, o Governo Federal vem auxiliar os órgãos estaduais. Nós vamos te proteger”, afirmou.

“Vocês estão defendendo o direito democrático do Estado brasileiro. Eu disse e reafirmo: são crimes políticos que praticam contra mim. Aos que tentam me calar, não adianta, não vão conseguir. Grandes autoridades do país estão aqui em defesa da democracia”, enfatizou a prefeita durante o encontro.

Na ocasião, Damares ressaltou ainda que o município receberá apoio por meio de recursos e programas federais. A iniciativa vai beneficiar públicos como mulheres, idosos, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, famílias e juventude. “Estamos engajados nessas pautas que não têm religião, cor e bandeira partidária. A igualdade, proteção e combate à violência são causas de todos nós”, disse.

A ministra integra uma comitiva de autoridades do Governo Federal, do Congresso Nacional e do Poder Judiciário que foi até a cidade para mostrar apoio à prefeita. Também estão presentes em Cachoeira as deputadas federais Celina Leão (PP/DF), coordenadora da Bancada Feminina, e a Rosangela Gomes (Republicanos-RJ).

Participam ainda do encontro o procurador da República, Ruy Nestor Bastos Mello, titular no procedimento que apura as ameaças de morte e ataques racistas contra a prefeita Eliana, a secretária nacional de Política para as Mulheres, Cristiane Britto, o secretário nacional de promoção de políticas de igualdade racial, Paulo Roberto, a presidente da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil, a secretária estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira e a deputada estadual, Fabíola Mansur (PSB), dentre outras autoridades.

Caso

Os ataques à vida da prefeita são realizados por meio de redes sociais e telefonemas. Aliado e cabo eleitoral de Eliana Gonzaga, Ivan Passos foi assassinado em 2020. Já Georlando Silva foi morto neste ano. Ele concorreu a uma vaga de vereador pelo mesmo partido da prefeita. Após a vitória, Silva foi nomeado coordenador de obras da administração municipal. Uma suposta lista com novas vítimas, como familiares da prefeita e aliados políticos mais próximos, chegou a circular na cidade.

Fotografia/Fonte: Willian Meira/MMFDH

Ministra Damares Alves faz vistoria em aeronaves abandonadas da Funai

segunda-feira, julho 8th, 2019

Neste fim de semana a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves vistoriou oito aeronaves da Fundação Nacional do Índio (Funai) que foram abandonadas em pátios e hangares de aeroportos e constatou o sucateamento dos bens.

“Foi uma surpresa quando descobrimos que a Funai tinha frota e essa frota estava sucateada”, disse Damares durante vistoria. As aeronaves acumulam prejuízo de pelo menos R$ 3 milhões com aluguéis de hangares não pagos, de acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Um edital para leilão dos bens deve ser lançado dentro de 30 dias.

Os aviões estão em Goiânia (GO), Brasília (DF), no Rio de Janeiro (RJ) e em Itaituba (PA). De acordo com o ministério, as aeronaves vistoriadas pela ministra estão em péssimo estado de conservação e sem condições de voar.

“Verificamos que turbinas e motores foram roubados. É difícil apurar responsabilidades. No caso do avião do Rio de Janeiro, não se sabe quando ele chegou. Há uma hipótese de que tenha chegado em 2013. Temos aeronaves em pátios particulares que a cobrança está chegando. O que vamos apurar no leilão não paga 20% do que está sendo cobrado por pátios particulares”.

As aeronaves eram usadas na atenção à saúde indígena. A ministra ressaltou o prejuízo “incalculável” que a situação representa para o atendimento a essa população. “É um descaso, índio morrendo por falta de assistência médica. Essa aeronave poderia estar lá no Ministério da Saúde com a saúde indígena e está aqui abandonada desde 2012”, disse a ministra durante a vistoria no aeroporto de Brasília.

Segundo o ministério, a Funai investiga o ocorrido, mas a suspeita é que elas tenham sido abandonadas após a competência pelo atendimento em saúde indígena ter sido transferido da Funai para o Ministério da Saúde, em 2010. Não há registro em documento que explique o porquê de os bens não terem sido transferidos para o órgão à época.

“Essas aeronaves estavam a serviços da saúde indígena. Quando a saúde indígena saiu da Funai e foi pra Funasa, há anos, elas tinham que ter sido enviada para lá, mas esbarrou muitas vezes no processo burocrático. Dizer que vamos encontrar todos os culpados, não vamos, porque percebemos que parte da culpa foi a própria burocracia que o sistema impõe. Mas o descaso é imperdoável”, avaliou Damares

Além das aeronaves de propriedade da Funai, há também uma de propriedade do Incra que foi cedida ao órgão para o atendimento aos indígenas.

Na manhã de hoje (8), o presidente Jair Bolsonaro publicou no Twitter o vídeo da vistoria da ministra Damares Alves e escreveu que “A Funai, como regra, ‘cuidava’ de tudo, menos do índio”.

Foto: Valter Campanato/Divulgação/Agência Brasil