O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o resultado do mandado de condução coercitiva expedido contra ele largando a joça: “Não devo e não temo.” Lula foi conduzido pela Polícia Federal a uma unidade da corporação no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na manhã desta sexta-feira, dia 4.
Em pronunciamento no diretório do PT, localizado no Centro da capital paulista, Lula disse que a medida, que acontece quando alguém é obrigado a prestar esclarecimentos e depois liberado, foi desnecessária.
“Se o juiz [Sérgio] Moro ou o Ministério Público quisessem me ouvir, era só me convocarem”, afirmou o ex-presidente.
“Estamos vivendo um processo em que a pirotecnia vale mais do que qualquer coisa. O que vale mais é o show midiático, não a apuração séria”, criticou.
O político acrescentou que já havia ido a Brasilia, durante as férias, para responder “as mesmas preguntas” que foram feitas nesta sexta.
Lula também disse que esse tipo de ação, ao invés de diminuir seu ímpeto, acende “uma chama” em sua vontade. “As coisas que eu faço aumentam a minha tesão em participar das coisas desse país”, afirmou.
Ex-presidente disse ainda que se sentiu ofendido e indignado com o julgamento precipitado: “já passei por muita coisa, mas hoje me senti prisioneiro”.
No fim do pronunciamento, Lula pediu desculpas a ex-primeira dama Marisa e a seus filhos por terem sido envolvidos nas investigações. Ele disse também que não sabe se será candidato à Presidência em 2018, aos 70 anos, “a natureza às vezes é implacável”.
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