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A vacinação contra o vírus HPV

sábado, dezembro 7th, 2024

Olha aí. Novos dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil pode estar próximo de alcançar a meta de vacinação contra o HPV, causador do câncer de colo de útero. No ano passado, quase 85% do público-alvo já tinha sido vacinado e entre os adolescentes com 14 anos, a cobertura passou de 96%. 

Entre as crianças de 9 anos, o alcance ainda está aquém do desejado, com menos de 69% deles imunizados. A doença é o terceiro tumor mais incidente e a quarta maior causa de morte entre as mulheres brasileiras, com cerca de 17 mil novos casos e 7 mil óbitos anuais.

O objetivo do Ministério é chegar a 90% do público-alvo, composto por meninas e meninos de 9 a 14 anos. Para isso, é preciso aumentar a imunização nas crianças e adolescentes do sexo masculino: desde 2014, quando a vacinação contra o HPV começou no Brasil, a proporção de meninos que receberam uma dose da vacina foi 24,2 pontos percentuais menor do que a de meninas. 

Apesar da repercussão grave mais frequente do HPV ser o câncer de colo de útero, o vírus também pode causar câncer no pênis, ânus, boca e garganta. Além disso, a principal via de transmissão do vírus é a sexual, por isso a imunização dos meninos também é essencial para evitar a disseminação do HPV.

De acordo com o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, uma medida que ajudou a alavancar as coberturas foi o retorno da vacinação nas escolas. Ele explica que o público-alvo foi selecionado para garantir a imunização antes do início da vida sexual e do contato com o vírus, que é extremamente comum e infeccioso. 

Segundo ele, a vacina contra o HPV foi “injustiçada” pelas suspeitas de eventos adversos, apesar da investigação provar que eles não tinham relação com o imunizante.

“É uma vacina com uma tecnologia fantástica, com eficácia alta e segurança alta, que não tem evento de alteração orgânica importante. E agora ela é aplicada em apenas uma dose, o que facilita a operação. Ela foi injustiçada e a gente precisa colocar ela de volta ao patamar que ela merece. É uma vacina que vai nos ajudar a eliminar o câncer de colo de útero”, complementou.

Gatti participou nesta sexta-feira (6) do II Simpósio Eliminação do Câncer do Colo do Útero no Brasil, no Rio de Janeiro, e anunciou também que o PNI vai investir na busca ativa de jovens de 15 a 19 anos que não tenham se vacinado contra o HPV. O Ministério da Saúde estima que sejam quase 3 milhões de pessoas, o que significa 21% da população nessa faixa etária. Os estados com as maiores porcentagens de jovens não vacinados são: Rio de Janeiro, Acre, Distrito Federal, Roraima e Amapá. 

“No SUS nós temos municípios que estão muito bem e municípios que não estão tão bem assim. Então, as estratégias precisam ser direcionadas e intensificadas para os municípios com as piores coberturas” explica o diretor do PNI. 

Segundo ele, a questão do acesso é muito importante, por causa do tamanho do Brasil. “Nós temos grandes cidades que têm a sua estrutura de saúde, mas dentro delas tem as periferias, as áreas mais empobrecidas… E o Brasil também tem áreas de difícil acesso, como a região amazônica, que representa um desafio logístico muito grande. Esse é um desafio e tanto e é preciso pensar estratégias pra aproveitar a ida até uma área ribeirinha e vacinar todo mundo”, complementa.

Eder Gatti também destacou o desafio da comunicação e como os programas de vacinação nas escolas podem contribuir com isso: “Precisamos dizer: ‘olha, é uma vacina contra o câncer, que vai salvar vidas’ e garantir o acesso diferenciado, porque o adolescente não vai para o posto, então precisamos fortalecer a vacinação nas escolas”, alerta o diretor. 

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Fonte: Agência Brasil 

Fotografia: Shutterstock

Novo teste de HPV pode antecipar diagnóstico em até 10 anos

domingo, março 10th, 2024

Olha aí. O Ministério da Saúde anunciou esta semana a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de um teste para detecção de HPV em mulheres classificado pela própria pasta como inovador. A tecnologia utiliza testagem molecular para a detecção do vírus e o rastreamento do câncer do colo do útero. Professor e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o ginecologista Júlio César Teixeira conduz, há quase sete anos, um programa de rastreamento de HPV que utiliza o teste agora será disponibilizado na rede pública.

Em entrevista à Agência Brasil, o médico confirmou o caráter inovador do teste e explicou que a proposta é que ele passe a substituir o exame popularmente conhecido como Papanicolau.

Ainda de acordo com o ginecologista, a tecnologia permite que a testagem seja feita apenas de cinco em cinco anos, enquanto o rastreio do HPV pelo Papanicolau deve ser realizado a cada três anos.

Teixeira também detalhou a relação da infecção por HPV com alguns tipos de câncer que vão além do câncer de colo de útero, como o de boca, na vulva, no pênis e no canal anal. Para o especialista, a testagem do HPV, somada à vacinação precoce em adolescentes com até 15 anos, pode mudar o cenário de saúde pública no país.

Atualmente, 16 mulheres morrem por câncer de colo de útero no Brasil – uma a cada 82 minutos, com idade média de 45 anos. “Isso poderia ser evitado. Esse é o nosso foco”.

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Fotografia / Fonte: Agência Brasil 

Vacinação para crianças e adolescentes em Salvador 

terça-feira, janeiro 30th, 2024

Abra o olho. Crianças que ainda não se vacinaram contra Hepatite A e HPV devem ser imunizadas para terem maior saúde, longevidade e qualidade de vida. As vacinas fazem parte do calendário básico de vacinação recomendado pelo Ministério da Saúde e estão disponíveis durante todo o ano nas unidades de saúde do município.

A vacina contra a hepatite A é aplicada em dose única em crianças que completam 15 meses de vida, ou seja, 1 ano e 3 meses. Se a criança ainda não recebeu o imunizante, ainda há tempo: ela pode ser aplicada até os 5 anos de vida.

Para a coordenadora de imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Doiane Lemos, é essencial que os pais estejam alertas às orientações dos profissionais de saúde e datas de retorno para completar os esquemas de imunização para cuidar das crianças.

“Por isso a gente reforça a importância dos pais estarem atentos e de manter atualizada a carteira de vacinação. A gente sabe que não há como escolher que doença a criança terá. Então é importante vacinar desde o nascer, com a BCG, mas também ao longo do tempo. No primeiro ano de vida há uma sequência de visitas que os pais fazem às unidades de saúde, para prevenir contra doenças como a hepatite A, que pode levar ao comprometimento de fígado e de todo sistema do indivíduo”, detalhou.

Já a vacina da HPV, que protege contra quatro sorotipos, está disponível na rede pública para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. O imunizante favorece um cuidado com as meninas no futuro, prevenindo contra câncer de colo de útero, mas também protegerá os meninos contra cânceres de garganta e penis, por exemplo.

“A vacina da HPV é uma vacina nobre porque previne o câncer. Isso para que na vida adulta e nas suas escolhas eles tenham proteção e não venham a ser contaminados e desenvolver a doença anos depois. Muitas vezes a mulher quando vem apresentar lesões por conta do vírus do HPV é muito tempo depois da contaminação. É um tratamento doloroso”, contou Lemos.

No site da SMS é possível consultar as unidades básicas de saúde que ofertam os imunizantes à população. No perfil da pasta no Instagram (@smssalvador) também há informações sobre as unidades.

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Fotografia / Fonte: Bruno Concha / Secom PMS