A ex-gerente da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca, disse que informou pessoalmente a presidente da estatal, Graça Foster, sobre os problemas com contratos de diversos fornecedores da empresa. Ela disse também que conversou com o ex-diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, que em delação premiada da operação Lava Jato revelou 28 nomes de políticos que estariam envolvidos no esquema de corrupção.
Em entrevista ao programa “Fantástico”, da TV Globo, exibida na noite de domingo, dia 21, Venina garantiu que “vai até o fim” nas denúncias e que outros funcionários e ex-empregados da estatal sigam seu exemplo e digam o que sabem sobre as irregularidades na Petrobras.
“Informei a todas a pessoas que eu achava que podiam fazer alguma coisa para combater aquele processo que estava se instalando dentro da empresa”, disse Venina. Na época das reuniões, ocorridas em 2008, Graça Foster, que assumiu a presidência da estatal em 2012, era diretora de Gás e Energia.
Venina afirmou que foi pressionada ao falar sobre a questão dentro da estatal, com assistentes da diretoria dizendo que a questão não poderiam ser tratada daquela forma. Ela, que nega qualquer participação no esquema de corrupção, também diz ter sido ameaçada.
“Eu tenho medo? Eu tenho. Mas eu não vou parar”, afirmou. “Eu não posso falar que eu não tenho, porque no momento que você denuncia, ao invés de você ver respostas pras denúncias, você vê simplesmente a empresa tentando o tempo todo falar: você não é competente, você fez um monte de coisa errada, o tempo todo as pessoas tendo que responder, mostrando documentos, que aquilo não é verdade. É uma máquina que passa por cima da gente.”
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