Exemplo de vida. Dois pesquisadores de psicologia visitam na Cidade de Monte Santo o morador Claudio Vieira de Oliveira, que tem as pernas atrofiadas, os colados no peitoral e a cabeça virada para trás. Ele serve como estudo de caso de uma pesquisa que visa entender como ocorre a detecção de rostos pelo cérebro. O baiano tem uma doença rara chamada Artrogripose Múltipla Congênita (AMC). A coleta de dados começou nesta terça-feira, dia 7, e se estende até a quinta-feira, dia 9.
“Eu e meu colega fazemos parte de uma equipe de quatro pessoas. Nosso estudo é sobre como o cérebro reconhece as coisas em volta e, principalmente, reconhece os rostos. Nós nunca tínhamos visto um caso deste antes. A visão dele parece normal. Um colega meu ouviu falar do caso [em programa de canal internacional de TV] e pareceu muito interessante para testarmos a nossa hipótese”, diz a professora assistente do Departamento de Psicologia da Universidade de Brunel, em Londres. Ela está acompanhada de um investigador que atua na Universidade de Havard, nos Estados Unidos.
Outras pessoas também são submetidas aos testes para servir de comparação ao caso de Claudio. “Eles querem entender como eu enxergo, porque, devido à minha posição, deveria ver tudo de cabeça para baixo, mas, não, vejo tudo normal. Eles fizeram testes psicológicos, várias perguntas sobre como enxergo, se tenho visão boa de longe ou perto. Pediram para fazer algumas leituras, fizeram alguns desenhos e perguntaram se eu sabia distinguir o que eram os desenhos”, descreve. Segundo a pesquisadora, são realizados testes cognitivos com auxílio do computador ou do papel. do G1
Fotos: Arquivo Pessoal