Contra o vandalismo. Diversas vias públicas de Salvador já contam com grelhas de bocas de lobo e tampões de poços de visita produzidos à base de plásticos resistentes, chamados de polietileno de alta densidade (Pead), em substituição aos de ferro fundido. A troca vem sendo feita pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade (Seman), como solução para diminuir furtos contra esses dispositivos de drenagem, uma vez que os fabricados com metal possuem valor de venda.
Um dos polímeros plásticos mais difundidos no mundo, o Pead é utilizado para a fabricação de uma variedade de produtos, inclusive na construção civil, possuindo características superiores às de outros plásticos. Reciclável, o polietileno é resistente à corrosão, a altas temperaturas, além de ser impermeável e atóxico.
“Usamos amplamente materiais de Pead na manutenção da drenagem de Salvador, desde os tubos que compõem a rede até as grelhas e tampas dos dispositivos de captação, que são as caixas de sarjetas, conhecidas como ‘bocas de lobo’, e ‘bueiros’, que são os poços de visita. Esse tipo de plástico é muito resistente. As grelhas fabricadas com material suportam até 25 toneladas, mas, apesar dessa importante característica, para nós, a sua principal vantagem é a inibição do furto”, explica o titular da Seman, Lázaro Jezler.
Apenas entre 2021 e 2022, a Seman fez a reposição de 115 peças de sistemas de drenagem. Foram furtadas recentemente grelhas de bocas de lobo da Praça Marechal Deodoro, no bairro do Comércio, e na Colina Sagrada, no Largo da Igreja do Bonfim, onde aproximadamente 50 itens do tipo foram substituídos.
Com os furtos dessas estruturas, os sistemas de drenagem ficam propensos a acumular resíduos e descartes jogados indevidamente nas ruas, provocando entupimentos e, consequentemente, alagamentos em dias chuvosos. Além disso, bocas de lobo e poços de visitas desprotegidos podem provocar acidentes entre pedestres e veículos.
O secretário da Seman explica que as grelhas e tampas de ferro fundido possuem valor comercial, sobretudo em comércio clandestino, embora a prática seja coibida por fiscalizações e autuações em ferros-velhos. “A substituição pelo Pead é progressiva, pois esse material tem um custo mais elevado e produção limitada. No entanto, por ser considerado um material plástico, não possui valor de revenda. Existe também a opção das grelhas de concreto, que são inclusive mais baratas, mas têm baixa resistência”, ressalta Jezler.
Outro fator a ser levado em consideração, pondera o secretário, é o da sustentabilidade, pois a produção do polietileno de alta densidade reduz resíduos no meio ambiente. Segundo fabricantes, para cada grelha reciclada que é produzida são utilizadas 400 garrafinhas plásticas.
Combate ao vandalismo – Os cidadãos também podem colaborar com o combate ao vandalismo, denunciando os casos através do Fala Salvador, no número 156. Outra opção é o WhatsApp (71) 99623-4955, canal de denúncias da Guarda Civil Municipal (GCM). Através do aplicativo de mensagens, o cidadão pode registrar a queixa por mensagem escrita ou por áudio de até 30 segundos, acompanhada de vídeos e/ou fotos.
De acordo com o Artigo 163 do Código Penal, o ato de vandalismo é crime (destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia). A pena é de detenção de um a seis meses, ou multa.
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Fotografias/fonte: Ascom/Seman/PMS