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Bahiafarma obtém registro para teste de Zika inovador no mercado

terça-feira, outubro 11th, 2016

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A Bahiafarma, laboratório público do Estado da Bahia, obteve, nesta segunda-feira (10), o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produção e distribuição do teste rápido de detecção de Zika vírus, por meio da identificação do antígeno NS1 na corrente sanguínea do paciente. Trata-se de um dispositivo capaz de realizar o diagnóstico da doença a partir do primeiro dia de infecção, preenchendo uma lacuna não coberta pelos demais exames disponíveis hoje no mercado.

O teste rápido Zika NS1 da Bahiafarma, mais um fruto do acordo tecnológico firmado entre a empresa baiana e o laboratório sul-coreano GenBody, é o primeiro dispositivo do gênero feito por um laboratório oficial brasileiro. Por meio dele, é possível confirmar o contágio tão logo surjam os sintomas, o que torna mais ágil a aplicação de tratamentos adequados, eliminando a possibilidade de diagnósticos inconclusivos. O teste demanda uma pequena quantidade de sangue do paciente e fornece o resultado em até 20 minutos.

“O teste rápido Zika NS1 é um exame de diagnóstico complementar aos testes rápidos sorológicos Zika IgG e IgM que lançamos no meio do ano”, explica o diretor-presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias. “Resumidamente, o IgM confirma os casos suspeitos a partir do quinto dia do aparecimento dos sintomas, o IgG registra se o paciente teve a doença há mais tempo e o NS1 detecta a infecção a partir de seus primeiros momentos, até o sexto ou sétimo dia da instalação da doença, o que permite uma intervenção médica mais rápida e precisa”.

Pioneirismo global

Além de ser o primeiro laboratório público brasileiro a desenvolver e registrar o teste rápido Zika NS1, a Bahiafarma passa a ser um dos poucos laboratórios internacionais a disponibilizar o produto. “Ao mesmo tempo em que começa a se tornar referência nacional no mercado de testes de diagnóstico entre os laboratórios oficiais, a Bahiafarma já atrai o interesse de outros países”, afirma Ronaldo Dias.

De acordo com o gestor, o desenvolvimento de produtos de alta qualidade a preços muito competitivos no mercado global tem feito organizações, empresas e governos procurarem a Bahiafarma. “Temos recebido prospecções tanto de países como Indonésia e Tailândia, que, assim como o Brasil, têm sofrido com o avanço das arboviroses, quanto de organismos supranacionais, como a PNUD (Programa das Nações Unidas para o testes em larga escala para distribuir por diversos países”, afirma.

Dias lembra, porém, que a prioridade da Bahiafarma é fornecer medicamentos e produtos de qualidade para o sistema público de Saúde do Brasil, dentro de uma estratégia de desenvolvimento produtivo que está sendo seguida pela administração pública baiana.

O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, acrescenta que os avanços obtidos integram um esforço do governo para desenvolver um pólo das indústrias farmacêutica e biotecnológica no Estado. “As principais metas da Bahiafarma são ampliar a produção baiana no Complexo Industrial da Saúde, contribuindo para sua descentralização, e fomentar a instalação, no Estado, de um polo industrial do setor, um dos vetores da estratégia de desenvolvimento produtivo da Bahia”, ressalta.

 

Foto/fonte: Ascom/GOVBA

 

Bahiafarma vai produzir remédios para tratamento de HIV e hepatite C

quinta-feira, agosto 13th, 2015

Com a assinatura do memorando de transferência tecnológica entre o Governo do Estado e o laboratório norte-americano Gilead Sciences, nesta quarta-feira (12), na Governadoria, o Brasil inteiro vai dispor de uma nova alternativa para o fornecimento de antirretrovirais e outros medicamentos para hepatite C e Aids, que são de alto custo, e vão complementar a produção pública da Bahiafarma.

O documento assinado pelo governador Rui Costa, o secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, e representantes da empresa amplia o acesso a medicamentos já distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), reduzindo custos e gerando divisas para a Bahia. O acordo prevê que a unidade da secretaria de Saúde do Estado tenha a exclusividade na distribuição para todo o país, assim como a comercialização e futura transferência de tecnologia para outros mercados internacionais.

Assinatura do memorando de transferência

Segundo o governador Rui Costa, a parceria confirma a Bahiafarma como referência no setor público farmacêutico e amplia a oferta de remédios com custo reduzido no SUS. “Nós demos um passo importante, são duas doenças com muitas vítimas, e orgulha muito a Bahia ter a liderança na produção desses medicamentos, além de gerar empregos para os baianos na Bahiafarma, vamos ajudar a salvar milhares de vidas não só na Bahia, mas no Brasil inteiro”.

A possibilidade de exportação para países da América Latina e Caribe amplia a atuação da Bahiafarma. O vice-presidente da Gilead para a região, Norton Oliveira, destacou as vantagens competitivas e tecnológicas que viabilizaram o negócio. “A Bahia e a Bahiafarma possuem todas as condições necessárias para que essa parceria seja bem sucedida, do ponto de vista técnico, boas práticas de fabricação e gestão”.

Medicamentos

Entre os medicamentos previstos para serem produzidos na Bahia estão o sofosbuvir, comercializado com a marca Sovaldi e indicado no tratamento de hepatite C, o tenofir disoproxil (Viread) e a emtricitabina (Truvada), estes dois últimos usados em associação no Brasil para evitar o início da infecção por HIV/Aids.O tratamento chamado Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é reconhecido internacionalmente como uma das melhores medidas para conter a transmissão do vírus, tendo eficácia comprovada também na prevenção do HIV.

Atualmente, cerca de 734 mil pessoas são portadoras do vírus HIV no Brasil – 589 mil diagnosticadas e 404 mil utilizando o tratamento antirretroviral. Já a hepatite C é uma doença viral crônica, geralmente silenciosa, responsável pela maior parte dos casos de cirrose, câncer de fígado e transplante hepático no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, de 1,4% a 1,7% dos brasileiros, principalmente acima dos 45 anos, podem ter sido infectados pelo vírus. Entre a população mundial a prevalência é de 3% de acordo com os dados oficiais.

Fundador e coordenador-geral do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia (Gapa Bahia), Harley Nascimento avalia o acordo como um grande avanço para a história da Aids no Brasil. “Mais pessoas vão ter acesso ao tratamento que é o que precisamos: acesso rápido para que as pessoas tenham qualidade de vida e uma sobrevida melhor”.

 

 

 

Foto e Fonte: GOVBA