Pesquisador usa látex da mangabeira para desenvolver creme cicatrizante

Interessante. A cicatrização é a reparação tecidual da pele, onde o tecido lesionado é substituído. Esse é um sistema natural do corpo humano e outros tipos de animais. Porém, dependendo do organismo, esse tratamento pode ser mais difícil. Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2% da população do país possui algum tipo de ferida difícil de cicatrizar. Com objetivo de ajudar a melhorar o processo de cicatrização, o doutor em Química Orgânica Médica, Saulo Capim, de Alagoinhas, juntamente com outros pesquisadores, desenvolveu um creme-gel à base de propriedades da mangabeira e criou um aplicativo para que o cliente tenha o acompanhamento durante a cicatrização do ferimento.  

O creme-gel é produzido a partir do látex natural da planta Hancornia speciosa, mais conhecida como mangabeira. “A tecnologia, chamada Cicatribio, consegue cicatrizar o ferimento entre dois a 10 dias. Além disso, vem acompanhado de um aplicativo que funciona por meio da inteligência artificial, realiza análises e medição da ferida. O usuário baixa o app, cadastra os dados e as imagens dos ferimentos. Assim, ele pode acompanhar o avanço da cicatrização de forma personalizada e em tempo real. Para acessar o software, que se chama Cicatribiovet, o usuário necessitará de um Qrcode que virá na embalagem”, afirma Saulo.

Para o químico, o projeto, desenvolvido dentro da startup Cicatribio, criada por ele em 2022, pode ajudar diversas pessoas e até o Sistema Único de Saúde (SUS). “Em média, 485 mil pessoas têm algum ferimento difícil de cicatrizar. Esse problema causa altos custos ao SUS, pois o tratamento de feridas requer uma série de procedimentos e acompanhamento de profissionais. Então, o Cicatribio irá contribuir com a saúde da população”, pondera.

A expectativa de Saulo é que o produto comece a ser comercializado até o final de 2023. “Temos duas versões do creme-gel. A comercialização, para a versão veterinária para todos os animais, estará disponível a partir da segunda semana de junho. Já a versão para humanos, estará disponível até o final do ano de 2023”.

A tecnologia tem a colaboração de pesquisadores do Instituto Federal Baiano (IFBaiano), da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Também conta com o aporte financeiro do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e foi uma das aprovadas pelo Edital Centelha, da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb). A equipe é composta por Saulo Capim, André Rezende, Ana Luiza de Souza, Isis Beatriz de Souza, João Pedro Oliveira, Itila Maykely, Jane Lima e Bruno Marinho.  

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Fotografia/fonte: Secti


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