Atrás das grades. O baiano Paulo Roberto Gomes Guimarães Filho, conhecido como “Paulinho Mega”, foi preso nesta sexta-feira, dia 5, em São Paulo, em uma ação coordenada entre a Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil paulista e a Centro de Operações Especiais da Polícia Civil da Bahia. Ele embarcou por volta das 10:30 da noite.
Paulinho Mega era considerado foragido da justiça por ter matado um vizinho e encomendado a morte de um amigo de infância. Recentemente foi acusado de sequestrar o advogado Ricardo Andrade de Melo.
As investigações continuam, mas ainda não há informações sobre o paradeiro de Ricardo. Há possibilidade de que o suspeito não tenha agido sozinho.
O acusado do sequestrado alugou um apartamento no primeiro andar do prédio de Ricardo, no Corredor da Vitória, e foi se aproximando do advogado. Ele chegou a inventar que estava com câncer terminal para comovê-lo. Segundo a Polícia, Paulinho sabia que o advogado tinha boa condição financeira.
Imagens de câmeras de segurança do prédio mostram quando o sequestro começou – na manhã de 29 de abril, aniversário de Ricardo. O advogado sai do apartamento para pegar o elevador. Logo depois, Paulinho Mega também passa para pegar o elevador. O carro do advogado deixa o prédio dez minutos depois. Às 6:52 da manhã, o carro chega a um posto de gasolina e os dois descem do carro enquanto o veículo é abastecido. Pouco depois, saem em direção ao Vale do Canela.
Na mesma tarde, Paulinho é visto entrando em um banco na avenida Heitor Dias. E segundo a Polícia, ele foi tentar sacar dinheiro da conta de Ricardo, mas o cartão estava bloqueado. No dia seguinte, a família recebeu uma mensagem enviada do celular de Ricardo dizendo que deveriam fazer tudo que eles mandassem para que o advogado retornasse para casa com vida. No dia seguinte, outra pessoa mandou mensagem de texto para a família mandando dados de uma conta para que o dinheiro fosse depositado.
A Polícia investigou e descobriu que a conta em questão pertencia a uma criança, filho de Paulinho Mega. “Era uma conta poupança, que estava em nome de um filho de Paulinho Mega. Ele sempre utilizou essa conta para depositar recursos provenientes de suas atividades criminosas”, disse à TV Bahia o delegado Cleandro Pimenta. De acordo com o delegado, Paulinho é conhecido por “mega” por ter traços de megalomania. “É um típico psicopata. É frio, calculista. Não possui sentimentos, nem arrependimento após a prática de um crime cruel”.
A investigação mostra que em dez dias que se conheceram, Paulinho Mega procurou aumentar o relacionamento com o advogado. “No período de dez dias ele fez amizade com Ricardo, conheceu os gostos de Ricardo e demonstrou também ser amante de lanchas e de automóveis, como Ricardo. No dia do crime ele informou para Ricardo que iria receber uma Maserati, um carro caro e que desperta a atenção daquelas que amam o automobilismo. Por essa razão eles se reuniram na manhã daquela terça-feira e foram receber aquele veículo”.
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