As instituições privadas de ensino superior registraram, em média, uma queda de 30% no número de novas matrículas, no segundo semestre de 2015. A redução no Fies (financiamento estudantil) e a crise econômica são apontadas como os grandes vilões por trás dessa retração. Segundo a Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior), o financiamento estudantil foi diminuído em mais de 50%, no ano de 2015. No ano passado foram 731 mil novos contratos do Fies e este ano foram 311 mil novos, totalizando mais da metade de uma queda de inscritos. Além do problema no financiamento ainda calhou a questão econômica. “Pesa muito mais no orçamento das pessoas e a questão de fazer o ensino superior é um sonho, mas não é uma coisa tão urgente para elas. No final, eles vão postergando, e às vezes, desistem mesmo de fazer a graduação”, explica Anderson Braga, sócio mantenedor do curso CETTPS, em Camaçari, parceiro oficial da Estácio EAD na cidade. Ainda de acordo com a Semesp, as expectativas não são as melhores. A previsão é que no começo do ano que vem o desempenho também seja bastante preocupante e pode haver uma queda de captação na faixa de 30% no mínimo. No ano passado, 38% das novas matrículas na rede privada foram de alunos que recorreram ao Fies, segundo a entidade. Em 2015, este percentual caiu para 19%. Entre as saídas apontadas para evitar prejuízos ainda maiores à rede privada estão a educação à distância, os cursos tecnólogos e novas formas de crédito estudantil. “As instituições vão precisar achar mecanismos para se capitalizar e poder gerar um crédito educativo, fora do financiamento”, complementa Anderson, apontando para o Ensino à Distância, que tem sido na prática uma solução realmente mais viável. “Como Polo de EAD da Estácio em Camaçari, crescemos em 40% o número me matrículas do ano passado até aqui, na contramão da crise. Além disso, o diploma do curso EAD tem agora o mesmo reconhecimento por parte do Mercado de Trabalho quando comparado com o diploma do curso do presencial”, conclui.
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