Não abriu a boca. Após passarem toda a tarde fazendo perguntas que não foram respondidas pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, os membros da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga irregularidades na companhia encerraram a sessão com algumas deliberações sobre os rumos das investigações.
Os parlamentares passaram cerca de três horas questionando o acusado, que se limitou a dizer que não tinha nada a declarar. Depois que deixou o Congresso, Costa foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde passará a noite.
Nesta quinta-feira, dia 18, ele volta para Curitiba, onde está preso preventivamente, acusado de corrupção e outros crimes.
A CPMI aprovou a convocação da contadora Meire Poza, que prestava serviços ao doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato da Polícia Federal.
Os deputados e senadores que integram a CPMI também querem ter acesso ao depoimento que Meire prestou na Polícia Federal.
Embora considere difícil ouvir a contadora antes do primeiro turno das eleições, no dia 5 de outubro, o relator da CPMI, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que isso não é impossível. “Há uma concentração de todos agora com o olhar nas eleições, mas vamos continuar trabalhando. Estaremos todos reunidos na próxima semana e poderemos ter, em seguida, as oitivas que estiverem marcadas talvez antes das eleições”, ressaltou Maia.
A ausência de parlamentares nas últimas reuniões da CPMI, por causa do calendário eleitoral e da campanhas de muitos deles, foi a jusitificativa para o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), pedir a prorrogação dos trabalhos, que deveriam ser encerrados em 14 de dezembro. “Já estou solicitando, com o apoio do relator e dos demais líderes, a prorrogação, por mais um mês, para compensar as ausências que tivemos no período de recesso branco”, anunciou o senador.
Também ficou programado que os membros da CPMI serão recebidos terça-feira (23) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavaski. Eles querem pedir acesso ao depoimento prestado por Paulo Roberto Costa no Ministério Público, em acordo de delação premiada. Marco Maia defendeu a participação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na reunião. “Queremos conversar com o presidente [do STF] [ministro Ricardo] Lewandowiski, com o Teori Zavaski, com o procurador-geral, para que eles possam nos informar sobre o andamento da delação premiada, os prazos, e quando teremos acesso a esses documentos”, disse Maia.
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*Com informações da Agência Brasil
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