Olha aí. A presidente Dilma Rousseff afirmou que não “é possível aceitar qualquer grau de politização” em investigações realizadas no Brasil. Embora não tenha citado o nome de Sérgio Moro, ela fez uma clara referências aos grampos realizados com autorização do juiz federal, que captaram conversas dela com o ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma discursou na manhã desta sexta-feira, dia 18, durante a entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida na cidade de Feira de Santana, na Bahia.
“Hoje temos sólidas instituições, tanto no judiciário quanto na polícia. Elas são apolíticas, porque a Justiça não pode ser politizada” criticou. “Consideramos uma volta atrás (sic) na roda da história a politização de qualquer um desses órgãos.”
Ontem, o juiz Sérgio Moro afirmou, ao falar sobre a acusação de ilegalidade nos grampos, que “nem mesmo o supremo mandatário da República tem um privilégio absoluto no resguardo de suas comunicações, colhidas apenas fortuitamente”. Ele citou o conhecido episódio Watergate, da Suprema Corte dos Estados Unidos, que afastou o então presidente Richard Nixon, em 1974, e disse que ainda é “um exemplo a ser seguido”.
Dilma rebateu o juiz, explicando que Nixon também “grampeava” todos que ligavam ou participavam de reuniões com ele.
“A Suprema Corte [dos EUA] pegou todos os grampos e proibiu o Nixon de grampear. Ele não podia grampear porque deu na cabeça dele”, afirmou. “A lição é que nem o presidente da República pode grampear sem autorização. O que dizer de outras hierarquias?”
Dilma ressaltou que cada brasileiro, “sem diferença”, tem direito às mesmas “proteções e garantias”.
Na sequência, porém, explicou que a Presidência lhe conferia uma proteção especial contra investigações. “Eu não sou passível de grampo, a não ser que o STF [Supremo Tribunal Federal] autorize, senão fere frontalmente a Lei de Segurança Nacional”, afirmou energicamente.
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