Dor e insatisfação com a forma trágica que os familiares morreram na tragédia da comunidade do barro branco na Avenida San Martin nesta segunda-feira, dia 27. Foram sepultados no Cemitério Quinta dos Lázaros na tarde desta terça-feira, dia 28, Samuel Santos Oliveira, 12 anos, e Maria Tereza de Jesus, 57 anos, pessoas de famílias diferentes, mas vivendo uma mesma história de desespero. Parentes e amigos com a farda escola onde o garoto estudava vieram dar o último adeus ao colega, que segundo o amigo Darlan Ferreira,13 anos, gostava muito de jogar futebol. “Ele era um bom aluno, gostava muito de jogar bola com a gente”, disse Darlan.
O pai de Samuel, Sandro Barbosa, disse que o ficou bastante ferido ao tentar salvar o filho. “O esforço para salvar ele foi muito grande, tanto que me feri deste jeito”, conta Sandro.
Em outra sala, as lágrimas e revolta eram semelhantes, não apenas pelo sofrimento em si, mas também por uma tragédia que nenhuma das pessoas presentes e irão esquecer. Parentes do município de Amargosa e de Salvador vieram sepultar Maria Tereza de Jesus, 57 anos. O irmão da vítima do desabamento no Barro Branco, Antenor de Jesus, 54 anos, disse que a irmã tinha medo do local onde morava. “Ela sempre comentou com todos nós sobre o perigo do local onde morava, mas ninguém ali morava porque queria, morava por necessidade. Foram muitas promessas de governantes desde a primeira tragédia nos anos 70 e nada que resolvesse definitivamente o problema. Vamos ver se depois de tantas perdas os governantes resolvem de uma vez aquele problema ali”, desabafa.
Outras vítimas das tragédias foram sepultadas no cemitério municipal de Brotas e no cemitério do bairro de Plataforma.
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