Câmara aprova projeto que flexibiliza construções na orla de Salvador

Olha aí. Em sessão realizada na tarde de quarta-feira (22), a Câmara de Salvador aprovou o projeto de lei nº 424/2025. O texto de autoria do prefeito Bruno Reis (UB) altera a Lei de Ordenamento, Uso e Ocupação do Solo (Louos) e prevê, dentre outros pontos, a flexibilização nas regras de construção de empreendimentos na orla da capital baiana.

O texto foi alvo de críticas da bancada de oposição na Câmara e até do Ministério Público estadual. A promotora de Justiça Hortênsia Pinho afirmou que a proposta também modifica o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e não possui estudo do impacto do sombreamento nas praias.

Outros três projetos de lei de autoria do Executivo soteropolitano foram aprovados pelos vereadores durante a sessão. Entre eles está o projeto nº 394/25, que trata do Plano de Saneamento Básico Integrado do Município de Salvador. A matéria também teve voto contrário da oposição. 

Os legisladores também aprovaram a proposta nº 04/2025, que institui o Plano Diretor de Tecnologias da Cidade Inteligente de Salvador (PDTCI) e altera a denominação da Companhia de Governança Eletrônica do Salvador (Cogel).

Por fim, a Casa apreciou e aprovou o texto nº 396/25, que altera o Código Tributário e de Rendas do Município do Salvador e o Programa Renova Centro. Neste caso, a bancada de oposição também manifestou voto contrário ao projeto do prefeito Bruno Reis.

Debate democrático

Para a líder da oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), todos os quatro assuntos tratam de pautas caras para a Cidade.

“Não deveriam ter sido votadas em separado, com um fatiamento da política de desenvolvimento da nossa cidade. A Câmara, por exemplo, não fez o seu dever de casa de não abrir o amplo debate com a sociedade”, disse a legisladora ao afirmar que o PDDU está sendo atualizado de forma fragmentada.

O líder do governo, vereador Kiki Bispo (UB), reforçou que os trabalhos na Casa estão amplamente pautados pelo que manda o Regimento Interno. O presidente da Casa, vereador Carlos Muniz (PSDB), explicou que as proposições passaram por todas as comissões obrigatórias para que fossem deliberadas e pudessem ser votadas. 

“Essa é uma Casa democrática, cuja vontade da maioria é que prevalece, e não a vontade do presidente. Como os líderes partidários decidiram em reunião pela votação, esses projetos foram votados hoje”, contextualizou.

Ao final da sessão, representantes de várias entidades entregaram documento ao presidente contestando a votação.

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Fotografia: Antonio Queirós/CMS/Divulgação