Pegou ar. O vereador Téo Senna (PSDB) subiu à tribuna da Câmara Municipal de Salvador para criticar os projetos do Executivo estadual que tramitam na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) sobre alienação de bens pelo Governo do Estado.
“Subo a esta tribuna para falar da verdadeira Black Friday que o governador Rui Costa está promovendo. É um verdadeiro bota-fora no patrimônio do Estado da Bahia. É uma máquina de vendas e, para quem acompanha o mercado, os preços devem estar bem abaixo do preço normal porque o vendedor está desesperado. Mais um projeto de lei para vender imóveis dos baianos. A lista é extensa e conta, principalmente, com o Detran, a rodoviária e o antigo Centro de Convenções da Bahia”, listou Senna.
O vereador criticou ainda o que chamou de manobra do Executivo baiano com relação à tramitação da matéria na Casa Legislativa estadual. “Mesmo após tentativa anterior de dilapidar o patrimônio público ter sido barrada na Justiça por inúmeras irregularidades, através de uma manobra escusa o governador apresentou agora um novo projeto de lei para queimar o estoque. Com uma só medida Rui Costa desrespeita o Judiciário, o Legislativo, o Ministério Público e toda a população baiana”, frisou.
“E pode ter certeza que nessa Black Friday tem verdadeiras pechinchas. Porque você abandonar um patrimônio artístico e histórico como o antigo Centro de Convenções da Bahia, sucatear, deixar virar um amontoado de entulho, só facilita a vida de quem vai comprar. Quero crer que esse abandono não seja de má-fé. Quero crer que só foi falta de competência gerencial, esse que é um diagnóstico que a gente extrai de outras áreas dessa gestão fracassada de 15 anos de PT no estado da Bahia, mas está difícil entender a obsessão em vender esses imóveis a qualquer custo”, criticou.
Téo Senna citou ainda as recomendações feitas pelo Ministério Público antes da apresentação de um novo projeto, como a realização de georreferenciamento das glebas e imóveis à venda, a realização de estudos técnicos aprofundados e multidisciplinares quanto às potencialidades urbanísticas desses imóveis, uma ampla discussão pública, incluindo as universidades, a realização de, ao menos, uma audiência pública sobre cada terreno ou imóvel à venda, a realização de uma consulta pública sobre os usos dos terrenos após a venda e um melhor esclarecimento sobre qual a destinação terão os valores adquiridos com essa venda.
“E pasmem, nada disso foi acolhido pelo governo estadual. Esse projeto, do jeito que está, é um verdadeiro cheque em branco que o governador Rui Costa está exigindo”, completou Senna, ao citar a inconsistência da oposição municipal, que votou contra o projeto da Prefeitura de Salvador sobre concessões e parcerias. “Tratava-se de um projeto que não vendia nada, mas alegavam que ia vender a cidade. E esses mesmos partidos vão votar a favor dos projetos de alienação do governo do estado, acima de qualquer coisa. É uma vergonha”, finalizou Téo Senna.
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