A pressão subiu. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta quarta-feira 9/12. Ambos se reuniram nesta tarde, no Palácio do Planalto, ocasião em que foi anunciada a demissão.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) , Gilson Machado, assumirá o cargo. Esta é a 15ª troca de ministros feita por Bolsonaro desde o início do mandato. Minutos depois da saída de Álvaro Antônio, Gilson Machado se reuniu com Bolsonaro e aceitou assumir o cargo
A situação de Álvaro Antônio ficou insustentável diante uma mensagem dele no grupo de WhatsApp com os ministros, dirigida ao ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da secretaria de governo, em que elenca suas ações em favor da candidatura de Bolsonaro e à frente da pasta.
Na mensagem, Álvaro Antônio chama Ramos de “traíra” e afirma que o general esconde de Bolsonaro o “ALTÍSSIMO PREÇO” que o governo tem pago por “aprovações insignificantes” no Congresso. Álvaro Antônio acusava Ramos de negociar seu cargo com os partidos do centrão no Congresso.
O presidente Bolsonaro teria se irritado ao ver a exposição de mais uma briga entre integrantes do governo. O ministro do Turismo então voltou ao grupo para se retratar com Ramos e colocar panos quentes na discussão, admitindo que se excedeu.
Os dois também se encontraram por acaso na entrada do gabinete de Jair Bolsonaro, no terceiro andar do palácio, nesta quarta, e começaram a discutir, chegando aos berros, segundo fontes ouvidas pela coluna Radar, da revista Veja.
A demissão ainda será publicada no Diário Oficial da União (DOU). Bem como, a Casa Civil já está preparando os trâmites burocráticos da demissão.
Bolsonaro já havia definido que o cargo de Álvaro Antônio faria parte da reforma ministerial que ele planeja realizar no início de 2021, afinal, o intuito é entregar o ministério para um nome indicado pelo centrão.
Com a demissão, Álvaro Antônio deve reassumir seu mandato de deputado federal por Minas Gerais. Ele é filiado ao PSL e é investigado pelo Ministério Público sob suspeita de desviar recursos de campanha por meio de candidaturas de mulheres nas eleições de 2018. O caso, porém, não tem qualquer relação com a demissão.
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