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Otto defende Wagner e diz que conversas foram naturais

domingo, janeiro 10th, 2016

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Olha aí. O senador Otto Alencar (PSD), presidente do partido na Bahia e ex-vice-governador do estado, classificou como naturais as conversas que foram vazadas no âmbito da Operação Lava Jato e que mostram o ex-governador Jaques Wagner tratando de apoio financeiro junto à OAS para apoio à campanha do então candidato à prefeitura de Salvador pelo PT, Nelson Pelegrino. “Em um diálogo como aquele, ele tinha um candidato a prefeito. Naquela época, as pessoas podiam pedir ajuda junto às empresas para Pelegrino. Ele pediu ajuda para seu candidato, é ilegal isso?”, defende o senador. O parlamentar ainda contextualizou o período em que as conversas estão inseridas. “Quem poderia imaginar que haveria o escândalo da Petrobras, que haveria a Lava Jato e surgiria essa série de malversação de recursos públicos com muita gente envolvida como o Nestor Cerveró, o Pedro Barusco, Paulo Roberto Costa. Naquela situação, é apenas um governador querendo ajudar seu candidato, nada mais”, reforçou. Ainda na linha de defesa de que a conversa é algo natural, Otto destacou que os candidatos adversários de Wagner, hoje ministro da Casa Civil, e do próprio Nelson Pelegrino, tiveram que depender da ajuda de empresas para manter as respectivas campanhas. “Quem é que em 2012 não teve conversa com empresa para ajudar seu candidato?”, questiona.

 

Foto: adelsoncarvalho.com.br

Operador de propina da Lava Jato doou R$ 50 mil à campanha de Jaques Wagner

sábado, janeiro 9th, 2016

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A Piemonte Empreendimentos LTDA, empresa controlada pelo lobista Julio Camargo – um dos delatores da Operação Lava Jato -, doou R$ 50 mil à campanha do então candidato ao governo da Bahia Jaques Wagner (PT) em 20 de setembro de 2006. Naquele ano, a campanha do petista – atual ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma – recebeu R$ 4.287.610,77 em doações eleitorais. A Piemonte ainda doou, na época, R$ 10 mil ao candidato a deputado no Espírito Santo Neucimar Ferreira Fraga. As informações constam da prestação de contas de Jaques Wagner ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O petista informou, por meio de sua assessoria, que a doação de R$ 50 mil para sua campanha ‘está devidamente declarada ao TSE devidamente auditada e checada’.

Julio Camargo é personagem emblemático da Lava Jato. O lobista é apontado pelo Ministério Público Federal como um dos operadores de propinas no esquema de cartel e corrupção na Petrobrás, que vigorou entre 2004 e 2014. Segundo os investigadores da operação, a Piemonte Empreendimentos era usada por Julio Camargo como fachada para lavar dinheiro do esquema instalado na estatal e para repassar propinas a políticos e dirigentes da Petrobrás.

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Em 2006, Jaques Wagner foi eleito governador baiano e reeleito em 2010. O petista administrou a Bahia até o fim de 2014. Em outubro de 2015, ele assumiu a chefia da Casa Civil de Dilma, deixando a cadeira de ministro da Defesa, que ocupou por dez meses.

A campanha de Jaques Wagner em 2006 foi citada pelo ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, um dos delatores da Lava Jato. Segundo o executivo, houve ‘um grande aporte de recursos’ para a campanha do petista. Cerveró declarou que o dinheiro teria sido desviado da Petrobrás e ‘dirigido’ pelo então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.

Na quinta-feira, 7, o Estado revelou mensagens do celular do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, em que Jaques Wagner fala sobre a liberação de recursos do governo federal. Os diálogos, segundo os investigadores, também indicam que Wagner intermediou negociações para o financiamento de campanhas eleitorais em Salvador, em 2012, no período em que esteve à frente do governo da Bahia (2007-2014). Em uma primeira análise, o diálogo é considerado “grave” por investigadores.

Apuração – Julio Camargo foi o terceiro investigado da Lava Jato a fechar acordo de delação premiada – após o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef -, em outubro de 2014. Em um de seus principais depoimentos, ele revelou pagamento de US$ 5 milhões em propina para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Além da Piemonte, o lobista também controla as empresas Treviso e Auguri.

A Piemonte também esteve envolvida nos contratos de construção dos navios-sondas Petrobrás 10000 e Vitoria 10000, sem licitação, em 2006 e 2007. Segundo a Procuradoria da República, a intermediação do pagamento de propina no esquema dos navios-sonda foi feita pelo lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, operador ligado à Diretoria Internacional da Petrobrás, de indicação do PMDB.

Os investigadores afirmam que a propina foi oferecida, prometida e paga por Júlio Camargo. Para dar aparência lícita à movimentação, afirma o Ministério Público Federal, foram celebrados dois contratos de comissionamento entre a Samsung, responsável pela construção, e a Piemonte. Dessas comissões saíram as propinas prometidas a Fernando Soares, Eduardo Cunha e ao então diretor da área internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, que levou a questão à Diretoria Executiva e obteve a aprovação dos contratos relativos aos navios-sondas, nos termos propostos pela Samsung.

A Piemonte foi citada ainda na negociação de um avião que teria pertencido ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Em sua delação premiada, o lobista Milton Pascowitch afirmou ter pago metade de uma aeronave que seria usada por Dirceu. O Cessna, modelo 560XL, pertencia a Julio Camargo. O pagamento, informou Pascowitch, foi feito pela Jamp Engenheiros, que pertence ao delator, por transferência bancária para conta da Avanti Empreendimentos Ltda, empresa proprietária do avião.

A aquisição, segundo o delator, ocorreu em julho de 2011, pelo valor de R$ 1.071.193,00. A Avanti foi representada por Franco Clemente Pinto e pelo empresário Júlio Belardi de Almeida Camargo, filho do lobista Júlio Camargo. O negócio foi desfeito semanas depois e, segundo o Ministério Público Federal, anotações entregues por Pascowitch mostram que a Piemonte teria devolvido R$ 200 mil referentes à compra.

 

Foto: Reprodução

Fonte: Estadão

Lava Jato: delator diz que pagou propina de US$ 5 milhões a Cunha

sexta-feira, julho 17th, 2015

Vixe. O delator da Operação Lava Jato, Júlio Camargo, que é consultor da Toyo Setal, disse ao juiz Sergio Moro nesta quinta-feira, dia 16, que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), pediu propina de R$ 5 milhões em um contrato de navios-sonda da Petrobras. Segundo informação do jornal O Globo.

Camargo disse no depoimento que o pedido de propina aconteceu pessoalmente, em uma reunião no Rio de Janeiro. Ele disse ainda que o valor foi pago através de Fernando Soares, o Fernando Baiano, já apontado anteriormente como operador do PMDB em contratos com a Petrobras.

É a primeira vez que Camargo, que teve acordo de delação premiada homologado em dezembro, cita Cunha envolvido em caso de propina. Ele mencionou Cunha quando perguntado por Moro se vinha sendo pressionado a pagar propina por Baiano. Camargo disse que procurou o operador para intermediar um encontro com Cunha por conta das exigências do parlamentar.

“Tivemos um encontro o deputado Eduardo Cunha, Fernando Soares e eu. Eu fui bastante apreensivo. O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando do qual ele era merecedor de US$ 5 milhões”, contou, segundo O Globo.

O presidente da Câmara divulgou nota negando a versão e afirmou que é “muito estranho” o delator mudar sua versão na véspera de seu pronunciamento em rede nacional, acusando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ser o responsável por articular o depoimento.

Confira, na íntegra, a nota de Cunha.

Com relação à suposta nova versão atribuída ao delator Júlio Camargo, tenho a esclarecer o que se segue:

1- O delator já fez vários depoimentos, onde não havia confirmado qualquer fato referente a mim, sendo certo ao menos quatro depoimentos.

2- Após ameaças publicadas em órgãos da imprensa, atribuídas ao Procurador-Geral da República, de anular a sua delação caso não mudasse a versão sobre mim, meus advogados protocolaram petição no STF alertando sobre isso.

3- Desminto com veemência as mentiras do delator e o desafio a prová-las.

4- É muito estranho, às vésperas da eleição do Procurador Geral da República e às vésperas de pronunciamento meu em rede nacional, que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo Procurador Geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir.

Foto Reprodução