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Netinho fala sobre diagnóstico após internação

quinta-feira, dezembro 31st, 2015

Olha aí. Depois de passar mais de 20 dias internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, o cantor disse que foi submetido a uma série de exames para descobrir a causa da tontura que sente constantemente. Segundo ele, o médico que o atendeu descartou qualquer possibilidade de problemas no labirinto. “A expressão que mais se aproxima do que eu sinto é ‘desorientação espacial’. Sinto esta sensação constantemente e fico ainda mais desorientado e desequilibrado quando estou sentado ou em pé”, revelou.

A sensação é uma sequela das cirurgias que fez no cérebro depois de sofrer três AVC´s em 2013. “Tenho uma lesão no cerebelo na área que foi operada e esta lesão pode estar afetando o núcleo denteado direito do meu cérebro. Os núcleos denteados (temos dois) são responsáveis pela comunicação do cerebelo com o cérebro (e vice versa), e no meu caso, esta comunicação pode estar comprometida pela lesão, não permitindo o cerebelo e o cérebro ‘conversarem’ corretamente sobre os sinais enviados para meu cérebro pela minha visão, referentes ao que eu enxergo. É isto que pode estar me deixando desorientado”, explicou.

Após o diagnóstico, o artista baiano faz planos de retomar os treinos de musculação e as visitas ao fonaudiólogo. “Este prognóstico do Dr. Eduardo me aliviou muito, pois pelo menos tenho agora um farol para me orientar. Vivi esses quase três últimos anos na expectativa criada por médicos do Sírio Libanês que me deram prazos para o que sinto passar e afirmaram que de forma alguma esta sensação é uma sequela. Apesar disso, nunca a fizeram desaparecer ou diminuir. Viver com esta expectativa foi muito difícil, pois estes prazos passavam e a sensação que sinto não se modificava. Foi principalmente por causa dessas previsões que eu tive depressão em 2014 e quis morrer. Nesses últimos anos a minha vida foi pra mim uma grande interrogação. Por duas vezes voltei aos shows, a sensação aumentou e tive que parar tudo”.

A partir de 2016, ele também pretende fazer Terapia Ocupacional, além de procurar outros médicos para ouvir novas opiniões. “Tenho muita fé e acredito que esta sensação em breve desaparecerá”.

Leia o depoimento na íntegra:

Amigos, sobre estas quatro semanas que passei internado e fazendo exames no Hospital Sírio Libanês em São Paulo: Fui lá para ficar dois dias e acabei ficando todo esse tempo a pedido dos médicos. Além de todos os grandes médicos da equipe do Dr. Kalil que me acompanharam nesses quase três anos, fui também atendido agora por outros médicos neurologistas que avaliaram o meu caso.

Além dos exames normais completos que sempre faço lá, fiz dessa vez todo tipo de angioressonância e angiotomografia do cérebro e do pescoço (tronco cerebral e nervos cranianos), todos os exames disponíveis no hospital e indicados para o meu caso. O resultado de todos esses exames foi excelente, eles não indicaram nada de errado com meu corpo. Mais uma vez fizeram regulagens diferentes da válvula que tenho, mas nada aconteceu com a tontura constante que sinto.

O último médico que me examinou, Dr. Eduardo Vellutini, descartou de vez qualquer possibilidade de problemas no labirinto pois, além dos meus exames todos estarem excelentes, eu passei em todos os testes físicos relacionados com isso. Ele me pediu para nunca mais eu chamar o que sinto de “tontura” já que isso confunde os médicos e o que eu sinto é algo completamente atípico, incomum: é uma sensação que me desequilibra, mas que não “roda”, não “gira”, não “afunda”, não “balança”, não “treme”, não tem crises ou picos, é constante e persistente, e foge de qualquer tipo de tontura conhecida. A expressão que mais se aproxima do que eu sinto é “desorientação espacial”. Sinto esta sensação constantemente e fico ainda mais desorientado e desequilibrado quando estou sentado ou em pé.

Caminho olhando para o chão pois posso cair se não estiver atento a isso. Ainda não consigo olhar pra cima, pois fico mais ainda desequilibrado e a cabeça “pesa”. Consigo dirigir, mas ainda não posso dirigir no cotidiano, pois posso não ter reflexos rápidos em alguma situação que requeira isto. Ao subir ou descer escadas preciso me segurar em algo senão caio. Esta sensação é constante e a sinto 24h por dia. Nenhum remédio que já experimentei reduziu isto. Não sinto mais enjôo nem vomito como antes. Nunca senti nem sinto nenhum tipo de vertigem com alturas. Não tomo mais remédios.

Após a análise de todo o meu histórico lá no Hospital Sírio Libanês, Dr. Eduardo Vellutini deu o seu diagnóstico: Ele me disse que provavelmente o que eu sinto é uma sequela das cirurgias que fiz no cérebro logo após os três AVC’s que tive em 2013. Segundo ele, eu tenho uma lesão no cerebelo na área que foi operada e esta lesão pode estar afetando o núcleo denteado direito do meu cérebro. Os núcleos denteados (temos dois) são responsáveis pela comunicação do cerebelo com o cérebro (e vice versa), e no meu caso, esta comunicação pode estar comprometida pela lesão, não permitindo o cerebelo e o cérebro “conversarem” corretamente sobre os sinais enviados para meu cérebro pela minha visão, referentes ao que eu enxergo. É isto que pode estar me deixando desorientado.

Segundo Dr. Eduardo Vellutini, esta sensação pode ser para a vida toda ou pode algum dia diminuir ou até desaparecer completamente. Ele me aconselhou a me preparar para viver da melhor forma com isso e me sugeriu fazer uma Terapia Ocupacional direcionada para o que sinto. Começarei logo no início do ano.

Agora, mais ciente do que sinto, vou me preparar melhor para o que virá à frente e farei de tudo para em breve estar apto para voltar a trabalhar e conviver com a música. Sempre tive e estou tendo o apoio de minha família e de poucos amigos anjos raros e muito próximos. Isto é maravilhoso e me leva adiante. Estas pessoas me fazem seguir imensamente agradecido, motivado e cheio de calor humano.

Este prognóstico do Dr. Eduardo me aliviou muito, pois pelo menos tenho agora um farol para me orientar. Vivi esses quase três últimos anos na expectativa criada por médicos do Sírio Libanês que me deram prazos para o que sinto passar e afirmaram que de forma alguma esta sensação é uma sequela. Apesar disso, nunca a fizeram desaparecer ou diminuir. Viver com esta expectativa foi muito difícil, pois estes prazos passavam e a sensação que sinto não se modificava. Foi principalmente por causa dessas previsões que eu tive depressão em 2014 e quis morrer. Nesses últimos anos a minha vida foi pra mim uma grande interrogação. Por duas vezes voltei aos shows, a sensação aumentou e tive que parar tudo.

Nunca me fiz de coitadinho nem me sinto assim. Ao contrário, me sinto um guerreiro. Passei por momentos muito difíceis e consegui de alguma forma sobreviver. Me sinto um homem cheio de positividade apesar de tudo. Chorei? Muitas vezes, e choro. Sempre fui sentimental e chorão. Hoje eu estou ainda mais sensível e emotivo depois de tudo que enfrentei recentemente. Sempre chorei por alegria, por música, por emoção, por saudade, por amor.

Hoje, quando relembro tudo que vivi nesses últimos anos, o choro aparece e aí eu deixo rolar, choro com vontade e logo tudo passa. Continuo um canceriano chorão.

Nesse momento eu agradeço a Deus (o grande Criador e inteligência máxima) por estar vivo, positivo e feliz. Agradeço a Ele pala minha maravilhosa e linda vida que sigo escrevendo. Agradeço também a cada médico, técnico de enfermagem, enfermeiro, profissional da saúde, menina das refeições, limpador dos quartos, recepcionista, cada um da hospitalidade, cada concierge, e todos do Hospital Sírio Libanês. Sempre fui muito bem tratado lá, querido por todos, e fiz entre eles muitos amigos. Naquele hospital eu sempre me sinto num hotel e é lá onde como o mais gostoso frango na manteiga do mundo, rsss… é sério! Agradeço aos que rezaram e rezam por minha saúde com positividade e fé. Esta força é poderosíssima e sem ela eu não estaria aqui.

Além de fazer a recomendada T.O. (terapia ocupacional), procurarei outras pessoas, hospitais e médicos para ouvir segundas e terceiras opiniões. Tenho muita fé e acredito que esta sensação em breve desaparecerá. Voltarei a fazer musculação e fonoaudiologia. Depois de não poder trabalhar por quase três anos e de não poder ter a vida que sempre tive, ainda assim, me sinto um homem renovado. Sou realizado, vitorioso, um homem de sorte e mais maduro, consciente de mim mesmo, do mundo, e agradecido por tudo. Acredito que 2016 me trará ótimas novidades, evolução, saúde, paz, clareza, prosperidade, muita música e amor. É isso que eu sinceramente desejo a todos vocês, seus familiares e amigos. Feliz vida toda!

Foto:Reprodução/Facebook