Pesquisa confirma transmissão sexual do vírus da Zika

Êta. Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, em colaboração com a Universidade Estadual do Colorado (CSU) dos Estados Unidos, encontrou evidências científicas da importância da transmissão sexual do vírus na epidemia de zika em Pernambuco.

Trata-se do primeiro estudo brasileiro a chegar a essa conclusão e o segundo no mundo a demonstrar que a transmissão sexual do vírus da zika tem um papel muito mais importante na epidemia do que se estimava inicialmente. O primeiro foi realizado em Porto Rico (2019).

Outras investigações anteriores já haviam comprovado a existência desta forma de transmissão em localidades sem a presença do mosquito vetor, o Aedes aegypti e sem indicar qual a sua relevância na epidemia. O estudo pernambucano aponta que essa contribuição é significativa.

“A via sexual não parece ser unicamente responsável pelo contágio sustentado do zika, mas associada à transmissão pelo mosquito pode contribuir significativamente para a disseminação eficiente do vírus”, explica a pesquisadora Tereza Magalhães, que coordenou o projeto, ao lado dos pesquisadores Ernesto Marques e Brian Foy.

Os resultados apontaram que, no caso do zika, o risco de ter sido exposto ao vírus foi significativamente maior para o parceiro sexual do que para o morador no mesmo espaço que não era parceiro sexual. Para chikungunya, utilizado nessa pesquisa como “controle”, o resultado foi bem diferente e o risco se mostrou igual para todos os moradores (parceiros sexuais ou não).

Na segunda parte das análises, os pares sexuais das residências tiveram uma maior probabilidade de terem sorologia concordante para o zika do que os pares sem relação sexual, fato que não foi observado com o grupo chikungunya.

Fotografia: Reprodução

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